Tempos bem difíceis

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O mundo vive um período de grande complexidade sanitária, social, política e econômica, com o coronavírus – Covid-19, uma pandemia, que teve início no interior da China e se alastrou rapidamente por todo o planeta. No Brasil, há cerca de 12 mil casos suspeitos, 428 confirmados e 7 mortos.

Essa calamidade está sendo comparada pelos líderes Donald Trump, dos Estados Unidos, e Ângela Merkel, da Alemanha, a situação vivida ao maior confronto armado do século passado, a Segunda Grande Guerra Mundial. Ágeis, Trump e Merkel e os chefes de Estado da França, Espanha e Itália, país no qual a incidência do vírus é a mais alta, depois do país asiático, invocaram leis de guerra para a produção em escala de máscaras, luvas e equipamentos hospitalares.

 

Vale lembrar que a união contra a

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pandemia conforta e quebra barreiras

 

Aliás, a preocupação é tanta, e não sem razão, que, em medida inédita na História, a Comunidade Europeia proibiu a entrada de pessoas não residentes por 30 dias. No Brasil, o governo fechou a fronteira com a Venezuela.

O presidente Jair Bolsonaro, que vem perdendo apoio da classe média por causa das suas ações e declarações muitas vezes sem propósito, convocou seus ministros, na tarde do dia 18, no Planalto, para uma entrevista coletiva para tratar dessa questão, usando máscaras, cujo procedimento foi, segundo os especialistas, considerado equivocado no seu manuseio. Dois ministros, o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional, e o almirante Bento Albuquerque, das Minas e Energia, e o senador Davi Alcolumbre, presidente do Senado Federal, testaram positivo para o coronavírus.

O deputado federal Eduardo Bolsonaro culpa a China pela pandemia, e os líderes chineses dizem que ele contraiu “vírus mental”, causando a infeliz declaração do parlamentar mal estar nas relações diplomáticas entre os países. A Câmara dos Deputados já aprovou o estado de calamidade pública até o dia 31 de dezembro, a ser ainda votado pelo Senado Federal, na semana que vem.

Nesse contexto, ressalta-se a competência do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, pela forma de tratar a questão, com metodologia, seriedade, comprometimento e informações precisas sobre o vírus e formas de combatê-lo. Mandetta, assim como Sérgio Moro, da Justiça e Segurança Pública, e Paulo Guedes, da Economia, se sobressaem dentre seus pares, pelo comportamento sereno que adotam em suas falas e pela efetiva competência técnica que cada um deles possui.

Para que esse pandemia seja reduzida e até debelada, faz-se mister que todos os cidadãos estejam de prontidão para combatê-la, com espírito de solidariedade e responsabilidade. Assim, cuidados básicos são exigidos, neste momento, sem, contudo, ser necessário se criar uma onda de pânico.

O primeiro princípio é o distanciamento social, ou seja, evitar sair às ruas. Lavar as mãos constantemente com água e sabão ou o uso do álcool gel, já em falta, é imprescindível. E jamais levar as mãos aos olhos, boca e nariz. A higienização da casa tem de ser feita, com frequências, nas paredes, chão e maçanetas. O compartilhamento de objetos, como toalhas e copos, precisa ser evitado, assim como não usar piscinas de condomínios e muito menos levar crianças para brincarem nos playgrounds, nos quais brinquedos podem estar infectados.

Ao chegar da rua, os sapatos devem ser deixados ao lado da porta e é recomendável que se tome banho imediatamente, sem reutilizar roupas. Se estiver espirrando, importante cobrir a boca e o nariz com o braço e/ou com lenço de papel descartável, assim como o papel toalha deve ser o substituto da toalha. O cumprimento, com beijos e apertos de mãos, não é condizente com o período atual, devendo ser feito a distância.

No trabalho, caso não seja possível trabalhar em home office, os ambientes devem permanecer com as janelas abertas, evitando o compartilhamento de computadores, teclados, mesas e assentos. E tomando essas precauções, certamente cada um de nós ajudará a combater esse mal que tantas mortes têm causado no mundo afora, além de sofrimentos aos familiares e temor nas populações.

Vale lembrar que a união conforta e quebra barreiras.

Paulo Alonso

Jornalista, é reitor da Universidade Santa Úrsula.

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