O valor da cesta básica, que cresceu nos seis primeiros meses do ano, tende a continuar aumentando pelo menos no próximo trimestre. É o que aponta estudo da Aprix, levando em conta principalmente a alta do dólar e o preço do combustível que influenciam diretamente os produtos da cesta básica nacional.
De acordo com dados da pesquisa em junho nos 26 estados e no Distrito Federal, o preço da cesta básica registrou maior elevação na cidade de São Paulo, com uma alta de 4,8%, ao comparar a média da cesta básica do mês de maio com junho, passando de R$ 124,64 para R$ 130,62. O preço que teve maior queda foi em Florianópolis, com uma variação de -7,3%, passando de R$ 135,22 para R$ 125,36. No entanto, o valor nacional da cesta básica no mês de junho foi de R$ 126,84 , o que representa uma queda de 0,9% em relação ao mês de maio.
Já no Rio Grande do Sul, que foi atingido pela tragédia das enchentes nos meses de abril e maio, o valor dos preços dos alimentos que compõem a cesta básica se manteve dentro da média registrada ao longo do último semestre. No estado, de acordo com o levantamento da Aprix, o valor da cesta básica em maio ficou em R$ 128,03.
Além disso, a Associação Brasileira das Indústrias de Biscoitos, Massas Alimentícias e Pães & Bolos Industrializados (Abimapi) conseguiu incluir no PLP 68/2024 o dispositivo que garante a inclusão dos pães de forma na cesta básica com redução de 60% na alíquota do Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS). Esse produto é amplamente consumido por todas as classes socioeconômicas brasileiras e representa 76% do consumo de pães industrializados. Agora, a discussão segue para o Senado.
Os pães industrializados movimentam anualmente aproximadamente 14,36 bilhões de reais, sendo que 76,2% desse valor (cerca de R$ 11 bilhões) é representado pelos pães de forma, presentes na mesa de 90% dos consumidores. Além do impacto cultural e econômico, o setor gera mais de 145 mil empregos diretos em cerca de 16 mil estabelecimentos. O segmento também se destaca pelo investimento crescente em saudabilidade e inovação.
Em nota, a Abimapi diz que “continua sua luta por outras reivindicações importantes, como a inclusão dos biscoitos e bolachas não recheadas na cesta básica, os conhecidos ‘biscoitos populares’. Esses produtos estão presentes em quase 100% dos lares brasileiros, especialmente das classes D E, onde o consumo ultrapassa 90% das pessoas, com destaque para as regiões Norte e Nordeste.”
Em 2023, a categoria de biscoitos movimentou aproximadamente 32 bilhões de reais na economia, sendo que 33,2% desse valor (R$ 10,78 bilhões) corresponde ao segmento de biscoitos e bolachas não recheadas. Este setor é um grande empregador, pois gera mais de 47 mil empregos diretos em cerca de 2 mil estabelecimentos.
Dentre os produtos representados pela Abimapi, destacam-se as massas alimentícias, com uma parte isenta de impostos na cesta básica e outra parte beneficiada com redução de 60% na alíquota, além da farinha de trigo, que é totalmente isenta de impostos.