Tensão sino-americana

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Ontem o dia encerrou negativo para os principais mercados acionários do mundo, com a Bovespa perdendo 1,91%, com índice em 102.293 pontos. O Dow Jones caiu 1,31% e o Nasdaq, com pressões sobre as empresas de tecnologia em queda de 2,29%. O dólar aqui fechou com alta de 1,92%, com a moeda americana em R$ 5,21.

Hoje mercados da Ásia terminaram a semana com largas quedas, com destaque para a Bolsa de Xangai com -3,86%. Europa com quedas ao redor de 1,50% nesse início de manhã e mercados futuros americanos também no campo negativo. Aqui, não deveríamos perder o patamar de 100 mil pontos do Ibovespa, sob pena de acelerar quedas.

O principal motivo de tal comportamento reside nas tensões entre os EUA e a China, com a China exigindo que os EUA fechem em 72 horas o consulado de Chengdu, no processo de retaliação ao fechamento de representação chinesa em Houston. Ontem, Mike Pompeo, secretário de Donald Trump, pediu mudanças nas práticas chinesas, dizendo que Xi Jinping apoia ideologia totalitária. Trump também disse que o acordo comercial com a China significa menos agora que antes. Trump também voltou a defender corte de impostos da folha de pagamentos no pacote de estímulos que deve estar pronto até o final da próxima semana, como deseja o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin.

O dia também está sendo de anúncio de indicadores PMIs de julho para diferentes países, todos em expansão. Na Alemanha, o índice composto (indústria e serviços) subiu para 55,5 pontos, de anterior em 47 pontos, o maior em 23 meses. O PMI industrial em alta para 50 pontos e o de serviços com 56,7 pontos. Na Zona do Euro, o composto em alta para 54,8 pontos, industrial em 51,1 pontos e serviços com 55,1 pontos. Convém lembrar que indicadores acima de 50 pontos mostram expansão da atividade. No Reino Unido, o PMI composto subiu para 57,1 pontos, industrial para 53,6 pontos e serviços para 56,6 pontos. Ainda no Reino Unido, as vendas no varejo de junho expandiram bem mais que o previsto em 13,9%, quando o previsto era +8%.

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Na Rússia, o Banco Central reduziu a taxa básica de juros em 0,25% para 4,25%. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava alta de 0,73%, com o barril cotado a US$ 41,37. O euro era transacionado em leve queda para US$ 1,159 e commodities agrícolas na Bolsa de Chicago com comportamento misto. O ouro em alta e a prata em queda na Comex.

Aqui, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, disse que o sistema tributário brasileiro expurga os investidores, mas há convergência no projeto de reforma tributária entre o governo e Congresso. O governo também passa a rever a articulação política, depois da derrota na votação do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). Os governadores querem profunda reforma tributária, enquanto os prefeitos querem que o Imposto Sobre Serviços (ISS) fique de fora das mudanças.

A Eneva fez nova proposta para aquisição da AES Tietê, que se aceita pelo BNDES será estendida aos demais acionistas. Melhoraram os termos em relação à proposta anterior. Na agenda do dia teremos a divulgação da prévia da inflação oficial de julho pelo IPCA-15. Disso depende o comportamento dos juros ao longo do dia. Para a Bovespa, o começo deve ser de queda acompanhando exterior e dólar mais fraco.

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Alvaro Bandeira

Economista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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