TIM avalia a compra da Cemig Telecom

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A Cemig Telecom foi colocada a venda há pouco mais de um mês, e já tem um potencial comprador: a TIM. A operadora está analisando as vantagens e desvantagens de comprar a empresa mineira. O que significa que não tem prazo e pode, inclusive, desistir.

Mas Stefano De Angelis, presidente da TIM, diz que o negócio é estruturalmente interessante. “Nosso plano industrial prevê grandes investimentos em construção de redes de fibra óptica, então porque não comprar a rede de fibra já construída pela Cemig?”, sugeriu durante a conferência de resultados.

Ele ressalta que o negócio não está decidido. “Temos a obrigação de olhar se as condições de uma empresa que tem como principal ativo a fibra são boas. Na primeira avaliação, a resposta é: sim. Mas depois temos que analisar os termos financeiros para ver se o negócio faz sentido”, disse.

O executivo afirma que a tendência de consolidação do mercado brasileiro não desapareceu com a entrada em recuperação judicial da Oi. E que a TIM será protagonista, embora não tenha interesse na Oi enquanto durar a RJ. Por isso o foco, no momento, sobre provedores de acesso.

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“Vemos oportunidades na banda larga residencial, segmento em que os pequenos provedores vem crescendo muito em função da demanda e falta de oferta coerente. Uma grande oportunidade que pode ser explorada por crescimento orgânico de nossa rede, por serviços com rede móvel, ou com aquisição de operações locais que tenham volume de clientes”, observou.

 

Reorganização societária

 

O conselho de administração da companhia aprovou a reorganização societária do grupo. O plano é que a Intelig incorpore a TIM Celular. A operadora explica que a reorganização vai reduzir custos operacionais, gerando sinergias também na esfera financeira.

Juntas, haverá “uma estrutura mais eficiente de processos, bem como de sistemas contábeis e controles internos”, diz comunicado ao mercado.

A operadora argumenta também que a reorganização atingirá os departamento de vendas e serviços, levando a uma gestão comercial unificada. “Propiciará uma resposta mais eficiente e rápida às necessidades do mercado, através do desenvolvimento de novos serviços e ofertas integradas”, afirma.

A companhia não iniciará já, no entanto, a reorganização. Depende da anuência prévia da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e do consentimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), um dos maiores credores da TIM. Além do aval dos sócios das empresas envolvidas.

 

Dados trimestrais

 

Stefano De Angelis destacou a continuidade na melhora dos resultados operacionais e financeiros da companhia, consolidando a reestruturação da empresa, com foco no crescimento da receita com tráfego de dados, melhora da experiência de conectividade dos clientes e migração de usuários de planos pré-pagos para pós-pagos.

“Os números demonstram que a companhia está entrando numa nova fase de resultados. Estamos em um forte patamar de desempenho e queremos manter esse ritmo para os próximos trimestres”, afirmou De Angelis, durante teleconferência com investidores, analistas e jornalistas.

A receita líquida da TIM com o setor móvel (telefonia/assinatura, serviços de dados e valor agregado e tarifas de interconexão) atingiu R$ 3,555 bilhões no segundo trimestre de 2017, alta de 5% em relação ao mesmo período de 2016.

A evolução positiva foi sustentada pelos serviços de valor agregado, que incluem tráfego de dados, uso de aplicativos e outros serviços digitais – foco da estratégia de crescimento da TIM. Esses componentes geraram um faturamento de R$ 2,128 bilhões, crescimento de 40,9%.

De Angelis observou que mais de 70% do faturamento da TIM já está associado aos chamados combos recorrentes, isto é, pacotes que geram receitas periódicas.

A companhia registrou lucro líquido de R$ 219 milhões no segundo trimestre, ante R$ 74 milhões no mesmo período do ano passado, informou a operadora nesta terça-feira. A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda), normalizada após vendas de torres de celulares e outros itens, cresceu 15,5%, para R$ 1,39 bilhão.

A TIM informou que sua rede de internet móvel de alta velocidade cobria 1.850 municípios ao fim do período, com o tráfego gerado por aparelhos 4G totalizando 71% do total, ante 48% no segundo trimestre de 2016.

A empresa quer agora aumentar a capacidade e a eficiência de suas redes, inclusive com a implementação da tecnologia de voz sobre 4G "VoLTE", anunciada na segunda-feira, a qual deve conferir maior qualidade nas chamadas do que a rede 3G e tentar ajudar a retomar o uso do recurso, o qual tem caído frente a uma "migação" para dados móveis.

Um indicador de rentabilidade, a receita média mensal por usuário (Arpu) fechou o trimestre em R$ 19,4, avanço de 12,6% na comparação anual, chegando ao maior patamar desde o fim de 2013, segundo a empresa.

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