Tirando a mesa

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Depois de 13 anos tendo como slogan “Quem tem fome tem pressa”, de autoria do seu fundador, o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho, a Ação da Cidadania Contra a Fome, a Miséria e pela Vida vai trocar a arrecadação de alimentos pela distribuição de brinquedos e livros. A mudança é uma forma de os dirigente da entidade confirmarem se é verdadeira ou não a tese de que, com o Bolsa Família, não haveria mais necessidade de programas paralelos de combate à fome. O novo foco da campanha já começa a ser posto em prática neste fim de ano, quando o tradicional Natal sem Fome deve dar lugar ao Natal com brinquedos e livros.

São Tomé
No próprio site da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida (www.acaodacidadania.com.br), porém, enquete mostra que os internautas estão incrédulos sobre a eficácia do combate à fome no país. Diante da pergunta “Você acredita que a miséria vai acabar este ano?”, 90% afirmaram que não. Apenas 10% disseram sim.

Varig é Rio
Acordo que está sendo costurado ao longo da semana deve ser assinado nesta sexta pela Varig e o Governo do Rio de Janeiro. Basicamente, rememora os quatro pontos principais de documento assinado entre as duas partes em 2004, no qual a empresa se comprometia a manter a sede no Rio, ampliar o setor de controladoria e manutenção na cidade, oferecer novos vôos a partir do Galeão e manter os postos de trabalho no Rio de Janeiro, cerca de 4.500 pessoas. O secretário-chefe de gabinete da governadora, Fernando Peregrino, diz que o governo dará, em contrapartida, mais incentivos, para que a empresa possa, dentro de um planejamento a médio e longo prazo, fazer do Rio de Janeiro sua porta de entrada no Brasil. A executiva Maria Silvia Bastos fez a ponte entre a empresa e o Palácio Guanabara.

Custo Brasil
Já que a moda é crédito consignado, os candidatos à Presidência poderiam fazer um afago na classe média e prometer um financiamento numa área em que se encontra uma das maiores preocupações da população: a segurança. Seria o crédito consignado para blindagem do automóvel, com juros baixos garantidos pelo BNDES ou pela Caixa. Diante das propostas na área econômica feitas por Lula e – principalmente – Alckmin, endossadas pelas elites, o empréstimo seria sucesso garantido.

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Dose ou remédio errado?
Para o vice-presidente da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento (Acrefi), José Arthur Assunção, o Banco Central pode ter errado na mão na política monetária e acabar contratando inflação abaixo da meta de 2,5% este ano, junto com o desaquecimento econômico. Mas a intenção foi das melhores: “O Brasil hoje ostenta uma inflação de Primeiro Mundo, menor até que a dos Estados Unidos e de alguns países europeus. Isso não é bom? Eu acho ótimo. E se realmente houve excesso de cautela na condução da taxa de juros, o BC vai corrigindo, aos poucos, em 2007” defende Assunção.
A taxa de crescimento da economia, tal qual a inflação, também ficará aquém da registrada pelas nações desenvolvidas e menos da metade da média dos países em desenvolvimento.

“Eu uso óculos”
Ilustrados pela imagem de um par enorme de óculos, 200 outdoors tomaram as ruas do Rio e de São Paulo nesse segundo turno das eleições. Isso não significa que o TSE liberou o uso desse tipo de propaganda para o candidato tucano Geraldo Alckmin, que incorporou os óculos a sua imagem pública. Na verdade, trata-se de um reforço à campanha dos tribunais eleitorais sobre o voto consciente, feito pela multinacional do ramo ótico Carl Zeiss Vision. A empresa, que opera em 37 países e faturou ano passado 2,1 bilhões de euros, estampou nos outdoors a seguinte frase: “Veja bem em quem você vai votar.”

“Chutômetro”
Deve-se ao Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) um incessante trabalho de denúncia da voracidade fiscal do Estado, materializada, por exemplo, no “Impostômetro”. Mas o cálculo sobre corrupção e perdas de recursos por má administração nos governos tem pouca base científica.

Caminho natural
Terça-feira à noite, na véspera de o senador Marcelo Crivella (PRB) anunciar que apoiaria o candidato do PMDB ao governo do Rio de Janeiro, senador Sérgio Cabral, um importante integrante da campanha de Crivella confirmou o apoio, justificando: “É o caminho natural.”

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