Tomada de decisões em ambientes de alta volatilidade: lições do mercado e além

A tomada de decisão em ambientes de alta volatilidade é uma habilidade indispensável para investidores com apetite para riscos altos

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Celular e laptop com gráficos do mercado financeiro
Celular e laptop com gráficos do mercado financeiro (foto de Austin Distel, Unsplash)

No mercado financeiro, ambiente marcado por altos riscos e recompensas, sucesso e fracasso são desfechos diametralmente opostos que são separados pela habilidade de tomada de decisão. Por isso, investidores e empreendedores que navegam pelas águas voláteis do mar das finanças são, constantemente, forçados a fazer escolhas desafiadoras com consequências monetárias reais.

A volatilidade é a força que movimenta os mares do mercado financeiro e pode subir e descer sob a influência de uma série de fatores, desde a adoção de tendência tecnológicas e eventos políticos inesperados até alterações significativas e transformadoras no mercado.

Nesse contexto, saber como tomar decisões acertadas com agilidade é fundamental, sobretudo quando os riscos são altos e o acesso a informações pode ser incompleto ou em constante mudança.

Este artigo explorará como os processos de tomada de decisão em ambientes voláteis podem ser otimizados, assim como abordará os diferentes tipos de volatilidade e formas de gerenciá-los.

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O que é volatilidade no mercado financeiro?

Como explica Adam Charles, escritor especializado no mercado financeiro e com mais de 15 anos de experiência em Wall Street: “Volatilidade geralmente se refere à quantidade de incerteza ou risco relacionada ao tamanho das mudanças no valor de um ativo.”

Em outras palavras, a volatilidade nos mercados financeiros refere-se ao grau de variação no preço de um ativo financeiro ao longo do tempo. É comumente vista como uma medida de risco, porque ativos altamente voláteis podem sofrer alterações de preços rápidas e imprevisíveis.

Quanto maior for a volatilidade, mais drasticamente os valores dos ativos podem subir ou descer em um curto período de tempo. Em contrapartida, a volatilidade baixa significa que o valor de um título não flutua de forma tão drástica e tende a ser mais estável”, explica Charles em artigo para o portal Investopedia.

A volatilidade é frequentemente calculada usando métricas estatísticas, como desvio padrão ou beta. Por exemplo, um ativo com um elevado desvio padrão de retornos é considerado mais volátil do que um com um desvio menor. Esta imprevisibilidade torna o investimento em mercados voláteis um desafio e uma oportunidade.

Embora os movimentos rápidos de preços possam levar a lucros significativos, também aumentam a probabilidade de perdas substanciais. Por esta razão, compreender e gerir a volatilidade é uma parte fundamental de qualquer estratégia de investimento bem-sucedida.

Tipos de volatilidade

Há uma série de tipos de volatilidade que devem ser consideradas por empreendedores, investidores e analistas financeiros. confira as principais a seguir:

  1. Volatilidade histórica

A volatilidade histórica, ou volatilidade estatística, refere-se às flutuações observadas nos preços dos ativos durante um período específico. Ela é calculada com base em dados de preços anteriores e serve como um reflexo de quanto o preço do ativo se desviou da sua média ao longo do tempo.

Esse tipo de volatilidade dá aos investidores uma visão sobre o desempenho de um ativo sob diversas condições e fornece uma base para estimar os níveis de risco futuros.

  1. Volatilidade Implícita

A volatilidade implícita, por outro lado, é uma métrica prospectiva derivada dos preços de derivados financeiros. Representa as expectativas do mercado em relação às futuras flutuações de preços.

Também chamada de volatilidade projetada, a volatilidade implícita aumenta frequentemente em períodos de incerteza do mercado, indicando que os investidores esperam maiores oscilações de preços num futuro próximo. Por esse motivo, ela serve como um termômetro do mercado financeiro.

Nas palavras do especialista, “a volatilidade implícita vem do preço de uma opção em si e representa as expectativas de volatilidade para o futuro. Como ela é implícita, os traders não podem usar o desempenho passado como um indicador do desempenho futuro. Em vez disso, eles têm que estimar o potencial da opção no mercado.”.

  1. Volatilidade realizada

A volatilidade realizada diz respeito à volatilidade real experimentada por um ativo num determinado período de tempo. Este tipo de volatilidade é útil para comparar previsões (como a volatilidade implícita) com o que realmente ocorreu, permitindo aos investidores ajustar as suas estratégias para previsões futuras

Gerenciamento de riscos: um jogo de equilíbrio

O gerenciamento de riscos em mercados voláteis é o processo de identificar, avaliar e controlar as incertezas que podem impactar negativamente um investimento ou estratégia.

Os investidores que atuam nesse cenário têm a tarefa de tomar decisões rápidas para aproveitar oportunidades ou evitar perdas potenciais. Eles devem avaliar múltiplos cenários de risco, muitas vezes com dados limitados ou ambíguos. O timing, o dimensionamento das posições e a diversificação da carteira são ferramentas essenciais no kit de um gestor de risco.

Vamos dar como exemplos os jogos online que estão em alta, como o Mines. Nesse caso, os jogadores enfrentam cenários de risco constante que demandam o mesmo processo de avaliação cuidadosa de variáveis. Isso porque o jogo baseia-se na mecânica básica do clássico de computador “Campo Minado”, ou seja, envolve clicar em espaços vazios em um tabuleiro sem acionar as bombas.

A diferença reside na natureza da aposta do jogo, visto que cada clique bem-sucedido multiplica o valor apostado pelo jogador. Por outro lado, quanto maior o multiplicador dos ganhos, maior será o valor perdido caso um clique revele uma mina.

Essa dinâmica, em uma pequena escala, ilustra o que acontece em mercados voláteis: buscar altos retornos também pode resultar em altos riscos.

Dessa forma, tanto no mercado financeiro quanto no mundo das apostas e jogos de cassino, é necessário calcular o “apetite por correr riscos”, sabendo quando é preferível recuar ou avançar com base na tomada de decisão estratégica.

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Foto de Kelly Sikkema por Unsplash

Estratégias de gerenciamento de volatilidade

A gestão da volatilidade requer uma combinação de estratégias, previsão e, às vezes, saber quanto assumir uma abordagem contida. Com isso em mente, aqui estão algumas dicas importantes para navegar em mercados voláteis:

Diversifique

A diversificação envolve espalhar os investimentos por diferentes classes de ativos, setores ou regiões geográficas para reduzir o risco geral. Num mercado volátil, é menos provável que uma carteira diversificada sofra perdas graves, uma vez que o desempenho negativo de alguns investimentos pode ser compensado pelo desempenho positivo de outros.

Seja racional

Emoções como o medo e a ganância são naturais e fazem parte de todos nós, mas, quando prejudicam nosso pensamento crítico, podem levar a decisões inadequadas, especialmente em mercados voláteis.

Agir com medo pode levar a vendas prematuras durante uma recessão do mercado, enquanto a ganância pode fazer com que os investidores mantenham os ativos parados por muito tempo. A fim de evitar revezes, é recomendável manter a disciplina e seguir um plano bem elaborado para gerenciar a volatilidade de maneira eficaz.

Mantenha-se informado

Manter-se informado sobre tendências macroeconômicas, desenvolvimentos políticos e notícias de empresas relevantes para seus investimentos é indispensável para gerir a volatilidade. Afinal, saber quais são os fatores que influenciam os movimentos do mercado permite aos investidores antecipar potenciais alterações de preços e ajustar as suas estratégias adequadamente.

Por Jeniffer Elaina

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