Tomate puxa alta de 0,95% da cesta básica no Rio

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Entre setembro e outubro de 2019, o custo do conjunto de alimentos essenciais aumentou em nove cidades e diminuiu em oito, de acordo com a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) em 17 capitais. As altas mais expressivas foram registradas em Brasília (5,21%), Campo Grande (3,10%) e Goiânia (1,12%). As quedas mais importantes foram observadas em Natal (-3,03%) e João Pessoa (-2,34%). A capital com a cesta mais cara foi São Paulo (R$ 473,59), seguida por Porto Alegre

(R$ 463,24), Rio de Janeiro (R$ 462,57) e Florianópolis (R$ 458,28). Os menores valores

médios foram observados em Aracaju (R$ 325,01) e Natal (R$ 341,90).

Em 12 meses, entre outubro de 2018 e o mesmo mês de 2019, com exceção de Aracaju (-5,11%) e Fortaleza (-1,58%), todas as capitais acumularam alta, que oscilaram entre 1,76%, em Florianópolis, e 10,62%, em Goiânia.

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Segundo a pesquisa, em 2019, dez municípios pesquisados tiveram taxas positivas, com destaque para Vitória (6,06%) e Recife (5,57%). Outras sete cidades mostraram redução, a mais expressiva em Aracaju (-9,40%).

Com base na cesta mais cara que, em outubro, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em outubro de 2019, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria equivaler a R$ 3.978,63, ou 3,99 vezes o mínimo de R$ 998.

Em setembro de 2019, o piso mínimo necessário correspondeu a R$ 3.980,82, ou 3,99 vezes o mínimo vigente. Já em outubro de 2018, o valor necessário foi de R$ 3.783,39, ou 3,97 vezes o salário mínimo, que era de R$ 954.

 

Cesta x mínimo

 

De acordo com a pesquisa, em outubro de 2019, o tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica totalizou 88 horas e 39 minutos, e, em setembro, 88 horas e 25 minutos. Em outubro de 2018, quando o salário mínimo era de R$ 954,00, o tempo médio foi de 88 horas e 30 minutos.

Quando o estudo compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu, em outubro, 43,80% da remuneração para adquirir os produtos. Esse percentual foi semelhante ao de setembro, quando ficou em 43,68%. Em outubro de 2018, quando o salário mínimo valia R$ 954, a compra demandava 43,73% do montante líquido.

Entre setembro e outubro de 2019, foi observada tendência de queda nos preços da batata em nove das dez capitais investigadas no Centro-Sul, e também da manteiga. Já as cotações do óleo de soja, segundo a pesquisa, da carne bovina de primeira e da farinha de trigo, investigada na região Centro-Sul, aumentaram na maior parte das cidades.

O estudo mostra ainda que as quedas no preço da batata variaram entre -17,66%, em Porto Alegre, e -1,36%, em Campo Grande. A alta foi registrada em Brasília (4,96%). Em 12 meses, todas as capitais apresentaram taxas positivas, que variaram entre 35,57%, em Goiânia, e 103,50%, em Campo Grande. O calor fez com que a batata chegasse ao varejo em maior volume, o que reduziu o preço para o consumidor.

O quilo da manteiga diminuiu em 11 capitais, manteve-se estável em Salvador e aumentou em outras cinco cidades. As quedas oscilaram entre -4,99%, em Campo Grande, e -0,17%, em Belém. A alta mais expressiva foi anotada em Brasília (1,23%). Em 12 meses, houve elevação do valor médio do quilo em 12 capitais, com taxas entre 1,34%, em Vitória, e 12,34%, em Goiânia. A queda mais intensa ocorreu em Belo Horizonte (-12,33%). Em outubro, o preço do leite diminuiu no campo. Já as empresas criaram estratégias para atrair os consumidores que estavam retraídos devido ao alto valor dos derivados lácteos no varejo.

O preço médio da lata de óleo de soja aumentou em 15 cidades, ficou estável em Campo Grande e diminuiu -0,25%, em Recife. As altas oscilaram entre 0,60%, em Goiânia, e 7,69%, em Florianópolis. Em 12 meses, com exceção de Brasília (-0,30%), as cidades pesquisadas acumularam altas, com destaque para Goiânia (23,08%) e Florianópolis (12,25%). A maior demanda do óleo de soja para produção de biodiesel reduziu a oferta e aumentou o preço no varejo.

A carne bovina de primeira aumentou de preço em 14 cidade. As maiores altas foram registradas em Florianópolis (6,16%) e Fortaleza (3,30%). As cidades com queda foram: Curitiba (-2,26%), Goiânia (-0,56%) e Salvador (-0,49%). Em 12 meses, apenas Aracaju (-8,92%) e Campo Grande (-5,08%) apresentaram redução e as altas variaram entre 0,39%, em Porto Alegre, e 11,85%, em Goiânia. A baixa oferta e os altos volumes exportados aumentaram os preços no varejo.

A farinha de trigo, pesquisada na região Centro-Sul, aumentou de valor em quase todas as capitais, exceto em Goiânia (-0,79%). Destacam-se as altas em Brasília (4,13%), Florianópolis (3,02%) e Belo Horizonte (2,60%). Em 12 meses, as maiores taxas ocorreram no Rio de Janeiro (12,24%), em Goiânia (7,71%), Vitória (6,36%) e Curitiba (5,66%). Em Campo Grande (-2,84%), Porto Alegre (-0,79%) e São Paulo (-0,35%), houve diminuição no valor médio. Dois fatores podem ter influenciado o comportamento do preço da farinha no varejo: o primeiro é que, mesmo com o início da colheita no Sul do país, ainda há incerteza sobre a qualidade do trigo, devido ao clima; o outro diz respeito ao preço do grão no mercado internacional, mais alto do que aqui no país.

 

Rio de Janeiro

 

De acordo com a pesquisa, em outubro de 2019, a cesta básica do Rio de Janeiro apresentou aumento em seus preços médios de 0,95% em relação a setembro de 2019. Seu custo foi de R$ 462,57, de forma que o município teve a terceira cesta básica mais cara dentre as capitais pesquisadas.

Em comparação com outubro de 2018, a cesta acumulou aumento de 4,26%. No ano de 2019, a cesta básica teve redução de 0,90%. Em relação ao mês anterior, sete dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram aumento em seus preços médios. Os demais seis produtos apresentaram diminuição de seus preços médios. Registraram as maiores elevações o tomate (10,7%), o óleo de soja (3,48%), o açúcar (2,37%), a banana (2,16%) e a carne (1,90%). A farinha (0,61%) e a manteiga (0,56%) tiveram aumentos menos expressivos. Registraram redução de preços o feijão (-6,32%), a batata (-4,59%), o leite (-1,99%), o arroz (-0,77%), o café (-0,36%) e o pão (-0,31%).

Nos últimos doze meses, dez dos 13 produtos registraram elevação. Destacam-se a batata (56,19%), a banana (32,61%), a farinha (12,24%), o açúcar (10,68%), a carne (6,35%), a manteiga (5,93%), o óleo de soja (5,74%) e o feijão (4,28%), que tiveram um aumento nos seus preços superior à variação anual da cesta no município (4,26%). Também tiveram aumento o arroz (4,05%) e o pão (2,05%). Registraram redução de preços apenas o tomate (-24,73%), o leite (-9,85%) e o café (-2,63%).

No acumulado deste ano, dez dos 13 produtos tiveram aumento de preços médios. Destacam-se a banana (30,77%), a batata (14,98%) e a farinha (10,74%), com elevações superiores a 10%. Também tiveram aumento o açúcar (7,47%), o feijão (7,03%), a manteiga (5,22%), a carne (4,83%), o óleo de soja (4,03%), o arroz (2,39%) e o pão (1,73%). Tiveram diminuição de preços o tomate (-45,17%), o café (-3,40%) e o leite (-0,90%). O conjunto de itens que compõe a cesta básica apresentou retração de 0,90%.

O morador do Rio de Janeiro cuja remuneração equivale ao salário mínimo de R$ 998 precisou trabalhar 101 horas e 58 minutos para adquirir a cesta básica em outubro. Em setembro, o tempo de trabalho necessário havia sido de 101 horas e 1 minuto. Considerando o salário mínimo líquido (após o desconto de 8% da Previdência Social), este mesmo trabalhador precisou comprometer 50,38% de sua remuneração em outubro para adquirir os produtos de uma cesta básica suficiente para alimentar uma pessoa durante um mês. Em setembro, ele havia comprometido 49,91% dessa remuneração.

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