O trabalhador brasileiro gasta, em média, R$ 40,64 para almoçar fora de casa. É o que aponta a pesquisa Preço Médio da Refeição Fora do Lar da Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT). O estudo foi realizado em 51 cidades brasileiras, mais o Distrito Federal, entre fevereiro e abril de 2022.
O valor desembolsado, nacionalmente, ficou 17,4% maior do que o apurado em 2019, no período pré-pandêmico. Feita em estabelecimentos que aceitam o benefício-refeição como forma de pagamento, a pesquisa volta a ser realizada após dois anos de interrupção por conta das restrições impostas pela pandemia. O cálculo prioriza o que o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) considera como refeição ideal: prato, bebida (refrigerante, água ou suco), sobremesa e café.
O Índice de Preços ao Consumidor (IPCA) apurado pelo IBGE, nos últimos 12 meses, mostra que a inflação dos preços da alimentação fora do lar ficou em 6,6%. Já a evolução dos preços da alimentação no domicílio foi de 16,1%. Entretanto, algumas cidades sofrem mais o impacto da inflação, como é o caso de São Paulo. De abril para maio, o custo da cesta básica na cidade, apurado pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), superou o valor do salário-mínimo nacional e ficou em R$ 1.226,10.
O salário médio do trabalhador brasileiro, de acordo com o IBGE, é de R$ 2.548. Levando em conta a média nacional do almoço, o desembolso mensal seria de R$ 894,08.
A pesquisa aponta os preços médios da refeição nas cinco regiões brasileiras e foi realizada pela Mosaiclab para a ABBT. A região mais cara é a Sudeste, com preço médio de R$ 42,83. E a mais barata é a Centro-Oeste: R$ 34,20. Algumas capitais apresentaram deflação, como Brasília (em abril, mês dentro do período de apuração da pesquisa da ABBT, o IPCA registrado no Distrito Federal foi de -0,58%).
A pesquisa avaliou os valores praticados pelos restaurantes, lanchonetes e padarias que aceitam o benefício-refeição como forma de pagamento e foram divididos em quatro categorias: comercial (estabelecimentos com serviço mais simples e que serve o popular “prato feito”), autosserviço (sistema self-service por quilo ou bufê a preço fixo), executivo (oferece opção de prato do dia com desconto em relação aos demais apresentados no menu) e à la carte (mais sofisticado em que o consumidor escolhe o prato que será preparado na hora). Para os restaurantes por quilo foi considerado o valor de 500g da refeição e 200g da sobremesa.
Em uma refeição completa comercial, o trabalhador brasileiro gasta um pouco menos do que R$ 31. Se a opção for pelo prato à la carte, o valor é mais que o dobro: R$ 64,83.
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