Trabalho híbrido: 58% das mães no Brasil não abrem mão do modelo

Estudo mostra que 74% deles procurariam um novo emprego se fossem obrigados a se deslocar longas distâncias para o escritório cinco dias por semana

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Computador, mão feminina (Foto: Carl Dwyer/Sxc.Hu)
Computador, mão feminina (Foto: Carl Dwyer/Sxc.Hu)

Estudo da WeWork aponta que 58% das pessoas com filhos, incluindo nesse grupo as mulheres, garantem que o modelo de trabalho híbrido impacta positiva ou muito positivamente suas rotinas. Intitulada “Tendências e Perspectivas do Trabalho – Report WeWork Latam”, realizada em parceria com a Page Outsourcing e apoio de Reconnect Happiness at Work e Exboss, a pesquisa apontou que a flexibilidade dos modelos de trabalho híbrido permite conciliar atividades profissionais e cuidados com a criança.

“A próxima geração de mães já vai ter uma aderência no mercado de trabalho muito maior. Na WeWork, a gente tem 60% de mulheres na liderança na América Latina. E é um desafio diário manter esse número nesse patamar”, afirma Flávia Breda, head de marketing da WeWork no Brasil.

Das entrevistadas, 79% observaram melhora na produtividade do trabalho e 67% se sentem até mais leal às empresas nas quais trabalham, por enxergarem o benefício do híbrido como um reconhecimento de que a companhia está interessada no bem-estar de seus colaboradores.

“Tem sido muito frequente nas entrevistas que faço, principalmente com mulheres que têm filhos, ser questionada sobre o nível de flexibilidade da empresa e que a vaga permite. O próprio conceito de flexibilidade está expandido: não envolve apenas a quantidade de idas ao escritório, inclui também o horário de início e término da jornada de trabalho, a possibilidade de fazer pausas ao longo do dia para compromissos pessoais e familiares”, analisa Breda.

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Os ganhos ultrapassam o ambiente corporativo: 72% afirmam que a qualidade de vida melhorou e estão mais saudáveis mentalmente por causa do trabalho híbrido. A felicidade – ativo que ganhou destaque nos últimos meses, inclusive com o surgimento da posição de Chief Happiness Officer – também é impactada positivamente para 70% dos respondentes. “Não adianta continuarmos falando sobre diversidade nas empresas se não olharmos também para as necessidades específicas das mulheres com filhos e o quanto temos políticas de trabalho que contribuam para a inclusão real delas em nossos espaços, isso passa, invariavelmente, pela discussão do quão flexível somos com as demandas individuais de nossas colaboradoras”, conclui Flávia.

Já estudo realizado pelo International Workplace Group revelou como o modelo se tornou um dos principais fatores para a melhoria da felicidade familiar: a pesquisa apontou que 74% dos pais procurariam um novo emprego se fossem obrigados a se deslocar por grandes distâncias para um escritório central cinco dias por semana. Destes respondentes, 83% afirmaram que suas relações com a paternidade e maternidade melhoraram como resultado da flexibilidade oferecida pelo trabalho híbrido. Outros 89% confirmam que estão mais próximos de seus filhos e mais presentes (92%).

Ainda segundo o levantamto, 86% também observaram melhora na qualidade de vida de sua família, além de 84% apontarem que o trabalho híbrido os permitiu passar mais tempo com seus filhos e 85% afirmarem que agora estão mais envolvidos nas responsabilidades diárias dos cuidados parentais.

Com a redução dos grandes deslocamentos diários, a pesquisa também apontou que 90% dos entrevistados consideram o trabalho híbrido um aliado para um melhor equilíbrio entre vida profissional e pessoal, o que, por sua vez, lhes permitiu dedicar mais tempo às atividades familiares. Isso foi particularmente perceptível pela manhã, com os pais relatando que têm mais tempo para tomar café da manhã juntos (67%), preparar as crianças para a escola (54%) e fazer o trajeto escolar (53%).

Outro ponto relevante é o da formação acadêmica, no retorno dos filhos das escolas, os pais disseram que agora podem ajudar as crianças com a lição de casa com mais regularidade (46%) e jantar com a família (49%), enquanto 90% afirmaram que estão mais presentes em marcos importantes e eventos, como reuniões de pais (52%), aniversários familiares (48%) e férias escolares (51%).

Em média, esse público agora tem cinco horas adicionais por semana para passar com suas famílias, o que equivale a 260 horas por ano ou uma hora adicional a cada dia útil. Além disso, 23% dos pais relataram uma economia de tempo de mais de cinco horas por semana.

O estudo realizado pelo grupo detentor das marcas como Regus e Spaces também revelou que, em média, os pais estão economizando quase R$ 7 mil por ano em cuidados infantis, com mais da metade (56%) apontando que teriam dificuldades para pagar por esses serviços para cobrir uma semana de trabalho completa em um escritório central.

Após testes, oito empresas no Brasil adotaram a semana de trabalho de quatro dias, mantendo a produtividade e o salário integral. Esse modelo visa a melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores e está alinhado com propostas em discussão no Senado, como a PEC 148/2015, que reduz a jornada semanal para 36 horas; o PL 1.105/2023 que permite a redução de horas mediante acordo coletivo; e o Projeto de Resolução do Senado 15/2024, que incentiva práticas laborais inovadoras com o Diploma Empresa Ideal.

Com informações da Agência Senado

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