Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) com os números do mercado de veículos usados referentes a dezembro de 2024 e acumulado do ano apontaram que o segmento encerrou 2024 com 15.758.469 unidades negociadas, crescimento de 9,2% em relação a 2023 e de 2,6%, ante o ano de 2021, que detinha o recorde de transações até então. Em dezembro, foram 1.472.658 transações, aumento de 6,6% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e de 15,9% em relação a novembro de 2024.
“O resultado demonstra a recuperação do setor automotivo e do segmento de veículos usados, acompanhando a evolução de novos, já que, na maior parte dos casos, quando o consumidor negocia um veículo 0km, oferece um usado como parte do pagamento, o que acaba estimulando, naturalmente, a gradual e necessária renovação da frota, favorecendo a segurança viária e a sustentabilidade do setor”, analisa Arcelio Junior, presidente da Fenabrave.
Os automóveis e comerciais leves usados somaram 1.118.246 negociações em dezembro, numa alta de 6,8%, na comparação com dezembro de 2023 e de 18,1% frente a novembro. No acumulado de 2024, esses segmentos atingiram 11.675.936 transações, crescimento de 9,4%. Os modelos com até três anos de fabricação representaram 14,2% do total negociado no mês. No acumulado de 2024, esses veículos representaram 12% das transações.
Em dezembro, os caminhões usados registraram 29.109 transações, crescimento de 1,3% na comparação com o mesmo mês do ano anterior e de 4,9% frente a novembro. A alta no ano foi de 3,3%.
Já os ônibus usados somaram 3.664 unidades no mês, recuando 9,5% em relação a dezembro de 2023, mas crescendo 18,2% em comparação ao mês anterior. No ano, o segmento teve queda de 7%.
“Vale observar que esta queda ocorre em função do bom desempenho das vendas de ônibus novos, favorecidos pelo Programa Caminho da Escola, que ainda tem metade dos pedidos a escoar em 2025”, registra Arcelio Junior.
Os implementos rodoviários usados fecharam dezembro de 2024 com 8.148 unidades negociadas, leve recuo de 3% em relação a novembro e queda de 7,2% na comparação com dezembro de 2023. No acumulado de 2024, o segmento registrou crescimento de 1%, encerrando com estabilidade e 106.038 transações realizadas.
As motocicletas usadas mantiveram um ritmo acelerado, com 305.718 unidades negociadas em dezembro de 2024, numa alta de 6,9% frente ao mesmo mês de 2023 e de 10,28% em relação a novembro. No acumulado de 2024, o segmento somou 3.489.625 transações, crescimento de 10% em comparação ao ano anterior. “Este segmento vem crescendo desde a pandemia, com serviços de entrega, como segundo veículo da família e opção de transporte individual, em substituição ao automóvel e, como no ano passado tivemos problemas de produção para as motos zero quilômetro atenderem toda a demanda, é natural que o consumidor procurasse pelas usadas”, analisa o presidente da Fenabrave, Arcelio Junior.
Jà quando o assunto são os veículos leves eletrificados, de janeiro a dezembro de 2024, foram vendidas 177.358 unidades, o que representa um aumento de 89% na comparação com o mesmo período de 2023 (93.927). Somente em dezembro, foram vendidos 21.634 carros. Na comparação com dezembro de 2023 (16.279), há um crescimento de 30%.
A venda de veículos elétricos leves no Brasil superou as expectativas do ano e a série histórica, ultrapassando a previsão de cerca de 160 mil unidades vendidas em 2024. Os dados foram divulgados pela Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE), cuja previsão inicial era de que seriam comercializados cerca de 150 mil carros eletrificados até o final de dezembro.
A crescente adesão do consumidor se deve a múltiplos fatores.
“Os veículos elétricos representam uma revolução no setor automotivo, oferecendo muitas vantagens, também em dirigibilidade. Além de mais sustentáveis, apresentam uma eficiência energética superior e maior economia, já que o custo de recarga é menor do que o de combustíveis convencionais. Outro fator importante para este crescimento está conectado ao aumento da disponibilidade da infraestrutura de recarga, seja nas cidades ou nas rodovias. As opções de eletropostos e eletrocentros aumentam a cada dia, com a presença de equipamentos 100% nacionais, muito competitivos e ultra tecnológicos” afirma o engenheiro Carlos Eduardo Ribas, diretor comercial do Lactec.