Transporte marítimo é responsável por cerca de 80% do comércio mundial

Brasil é um dos países com maior número de ciberataques, roubos de carga e incidência de crime organizado nesse modal

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Porto do Rio de Janeiro (Foto: Tânia Rêgo/ABr)
Porto do Rio de Janeiro (Foto: Tânia Rêgo/ABr)

Estima-se que o transporte marítimo seja responsável por 80 a 90% do volume do comércio mundial, de acordo com dados da Organização Mundial do Comércio (OMC). Por ano, são cerca de 50 mil navios mercantes de mais de 150 países no transporte de 11 bilhões de toneladas de material. No Brasil, o setor movimentou 1,209 bilhão de toneladas em 2022, sendo o segundo maior registro desde 2010, atrás apenas de 2021, com 1,214 bilhão, como revela o Anuário Estatístico Portuário da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).

Os portos marítimos recebem diariamente uma grande quantidade de mercadorias, além de circulação de pessoas, e por vezes podem estar vulneráveis e expostos à ameaças de natureza política, social, econômica, tecnológica, ambiental e até física, o que exige um esquema de segurança qualificado para atuação específica em portos. De acordo com uma análise conduzida pela Prosegur Research, centro de Insight&Trends do Grupo Prosegur, sobre cenários e desafios do setor portuário na América Latina, o Brasil é um dos países com maior número de ciberataques, roubos de carga, corrupção, manifestações sociais para a região.

Segundo o levantamento, todos os portos estão expostos a demais ameaças, como riscos sociais, por meio do ativismo trabalhista e dos fluxos migratórios, que podem impactar a atividade portuária. No aspecto tecnológico, a vulnerabilidade digital da infraestrutura online e os ataques cibernéticos também foram mais mencionados. já do ponto de vista ambiental, desastres naturais e acidentes são os principais aspectos trazidos. Por fim, a sabotagem e o vandalismo se destacam no aspecto de segurança física.

O relatório ainda aponta as principais tendências tecnológicas do setor, que devem focar na otimização de processos, no aumento da eficiência geral da infraestrutura, e segurança também na esfera digital, já que a automatização permite a redução de custos e impacto ambiental. No plano digital, deve-se investir na implementação de blockchain para diminuição de fraudes, inteligência artificial para processamento de grande volume de dados, digital twin, que permite uma simulação digital em tempo real de um ativo físico e computação quântica para aumento de capacidade analítica computacional.

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As análises propostas mostram ainda que, nos últimos anos, os países sul-americanos fizeram investimentos significativo na modernização e expansão de seus portos antes do aumento do comércio e da demanda por transporte marítimo, o que levou à construção de terminais portuários maiores e onde a digitalização tem desempenhado um papel importante com a introdução de tecnologia de última geração ponta para movimentação de carga e descarga. Após a pandemia da Covid-19, a América do Sul registrou forte recuperação, superando os níveis pré-pandemia de atividade portuária.

Dados da Associação Brasileira de Barcos e Seus Implementos (Acobar) projetam que este ano o mercado náutico atinja um patamar recorde com 120 mil postos de trabalhos no Brasil, entre diretos e indiretos.

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