Três perguntas: as perspectivas do mercado de Fantasy Games

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Fantasy Games são competições online na qual os participantes formam equipes virtuais para a disputa de ligas. As equipes são montadas com base em dados estatísticos e históricos de performance de atletas de verdade. A pontuação é feita em conformidade com o desempenho desses atletas na vida real. Quanto melhor o desempenho, maior a pontuação. Da mesma forma, um desempenho ruim leva a uma pontuação menor ou até mesmo a perda de pontos (ex.: a expulsão de um jogador num dos campeonatos atualmente disputados).

Trata-se de um mercado global. Nos Estados Unidos, destacam-se os Fantasy Games de esportes como basquete, futebol americano e beisebol. Na Índia, as ligas de cricket, e no Brasil, as ligas de futebol.

Criado em 2019, o Rei do Pitaco é um Fantasy Game diário de futebol, sendo o primeiro jogo deste segmento no Brasil com premiações em dinheiro nas suas ligas esportivas, tanto nacionais quanto internacionais. Apesar de possuir um modelo de negócio diferente, seu principal concorrente é o Cartola FC do Grupo Globo. Conversamos com Rafael Marcondes, head of legal do Rei do Pitaco, sobre o modelo de negócio da startup, a dimensão deste mercado, o impacto da Copa do Mundo deste ano e a necessidade de haver uma regulamentação para os Fantasy Games no Brasil.

Como funciona o modelo de negócio do Rei do Pitaco?

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O Rei do Pitaco atua como um gestor das competições que ocorrem no seu ambiente virtual. Trata-se de um jogo de habilidade. Os participantes precisam ter conhecimento a respeito de futebol, analisando dados e históricos de performance dos jogadores para alcançar os melhores resultados. Em suma, o fantasy é um jogo de conhecimento esportivo.

Nesta modalidade, o operador é um mero administrador da competição, ganhando pelos seus serviços de organização e coordenação. O ganhador do torneio fica com os recursos dos jogadores que saírem derrotados do embate, ou seja, as quantias pagas pelos jogadores são revertidas em seu próprio benefício, não ficando com o operador.

Qual a dimensão desse mercado no Brasil e no mundo e quais são as perspectivas de impacto da Copa do Mundo de 2022 nos fantasy games de futebol?

O fantasy movimenta de R$ 55 a 66 milhões por ano em receita no Brasil. Em 2021, o mercado norte-americano sozinho movimentou o equivalente a R$ 44 bilhões. Estima-se que o mercado global, avaliado em US$ 26 bilhões, cresça 120% até 2026. Inegavelmente, é um mercado em efervescência e a regulamentação da atividade deve impulsioná-lo ainda mais.

O Rei do Pitaco cresceu 600% em 2021. Para este ano, esperamos um crescimento de 400%, totalizando 3.500% em dois anos. Já são 1,6 milhão de downloads, R$ 34 milhões em prêmios distribuídos e mais de 100 mil ganhadores.

Com relação a Copa, ela é um dos maiores eventos de futebol do mundo. No cenário dos fantasy games, seu impacto é notável por ser um assunto que ficará cada vez mais em alta. Acreditamos que torcer por uma seleção, na maioria das vezes, vai além das partidas de futebol. Os torcedores acompanham os jogadores, técnicos e movimentações dos times ao longo de todo o campeonato. Ter esse olhar é necessário para jogar um fantasy game diário como o Rei do Pitaco. O clima da Copa irá contagiar a todos, desde os amantes de futebol até aqueles que gostam de acompanhar as partidas apenas nesse período. Acreditamos que será uma época em que haverá muita procura por esse tipo de jogo para que os torcedores possam se divertir e torcer de maneira gamificada, podendo ganhar vários prêmios.

Esse é um mercado ainda sem regulamentação no Brasil. Qual a importância de uma regulamentação para o mercado de Fantasy Games e quais os benefícios que ela traria?

Hoje, a lei mais próxima ao setor é da década de 70, quando ainda nem se cogitava o surgimento da internet. Levando em conta que estamos falando de uma competição que ocorre, necessariamente, no ambiente virtual, precisamos de uma norma própria para regulamentar a atividade.

Considerando todas as especificidades dos fantasy games, é necessário desvincular o tema dos jogos de azar. É preciso que haja normas próprias para regulamentar os jogos de habilidade, deixando clara a diferenciação da modalidade para os jogos de azar. Uma norma nesse sentido trará diversos benefícios, seja em relação à geração de renda, emprego e ampliação da arrecadação estatal, seja proporcionando maior segurança aos clientes e ao mercado como um todo.

Considerando o tamanho e o estágio de desenvolvimento do mercado brasileiro de games, entendemos que a apropriada regulamentação desta pauta possa contribuir para que ele atinja R$ 100 bilhões em receita com a geração de 250 mil empregos diretos e indiretos. Com a pandemia e isolamento social, o mercado global de jogos digitais para celular alcançou a marca de 2,15 bilhões de jogadores.

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