Conversamos com Leonardo Carvalho, CEO da NFTFY, sobre as NFTs de coleção e o protocolo de fracionamento criado pela startup.
O que é uma coleção de NFTs?
Uma coleção é um pacote fixo de NFTs dentro de um grupo, como, por exemplo, 10 mil unidades. Cada uma com suas características, porém, completamente diferentes de outras coleções. Por exemplo, a Bode Ape Yacht Club e a CryptoPunks são duas coleções de 10 mil unidades totalmente diferentes. Assim, existe uma comunidade de pessoas que possuem essas NFTs e que participam dos respectivos grupos no Discord. O Grupo do Bode Ape Yatch Club tem a participação de Neymar, Justin Bieber e Madonna. Essas coleções se tornam itens superdesejados pelo mercado Web 3.0, verdadeiros artigos de luxo.
Depois de compradas no mercado primário, essas NFTs podem ser comercializadas no mercado secundário. Dentro do código da operação de venda, um percentual vai para o marketplace que intermediou a operação e um percentual vai para o criador da coleção. É por isso que criar coleções virou um supernegócio devido aos royalties das vendas no mercado secundário.
O que faz a NFTFY?
Nós criamos um protocolo de fracionalização. Por exemplo, o Neymar comprou uma NFT de mais de US$ 1 milhão. Digamos que muitas pessoas queiram comprar a NFT do Neymar, mas ele não aceita vendê-la nem mesmo por US$ 10 milhões. O nosso protocolo permite a emissão de tokens de uma NFT. No caso do Neymar, caso ele quisesse, ele poderia emitir tokens como se fossem ações, só que lastreadas em sua NFT, podendo distribuí-las para seus seguidores no Instagram ou no Twitter.
Esse protocolo também pode ser utilizado no mercado de lotes virtuais num dos metaversos da Web 3.0. Essa tecnologia permite a compra de lotes, a sua guarda num cofre virtual e a venda de frações desses lotes como se fosse um fundo de investimento imobiliário. No futuro, quando o mercado imobiliário for representado dentro da blockchain e uma pessoa tiver uma NFT que valha uma casa ou um lote físico na realidade, o nosso protocolo poderá ser utilizado para fracionalizar essa NFT e permitir a distribuição para sua família ou a sua venda parcial.
Como você tem visto esse mercado no Brasil?
Eu tenho visto projetos relacionados aos influencers. Essas pessoas se tornaram empreendedores no ecossistema de cripto, já que as NFTs são muito relacionadas a comunidades e engajamento das duas bases de usuários. Essa influência explodiu no mundo em meados de 2020 e agora nós vemos as primeiras iniciativas brasileiras.
Os influencers que estão despontando nesse mercado são os de cripto. Uma das principais influencers de cripto no mundo possui 17 mil seguidores no Instagram, mas o seu envolvimento com uma coleção faz com que ela movimente milhões de dólares. No Brasil, influencers dos setores tradicionais possuem milhões de seguidores, mas eles não têm conhecimento para utilizar esses instrumentos, como a blockchain ou a Web 3.0. É por isso que eles acabam se juntando com marcas.
Para separar os projetos sérios dos não sérios, é importante olhar para as comunidades. Em termos de entrega de produtos, as coleções de NFTs, basicamente, entregam o design dos itens da coleção, porém, a base de usuários que dá start à coleção é o que importa. Se você compra uma NFT de uma coleção porque simplesmente acha que ela vai subir no futuro, você está fazendo uma aplicação de alto risco, mas se compartilha da visão da comunidade da coleção, você está mitigando o risco.
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