Três perguntas: o Banking as a Service (BaaS) e suas tendências

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Francisco Carvalho (foto divulgação Zipdin)
Francisco Carvalho (foto divulgação Zipdin)

O Banking as a Service (BaaS) é um tipo de serviço que tem sido bastante demandado por empresas de todos os tamanhos. Ele também tem se adaptado ao Pix e ao Open Banking, cujas implementações estão em andamento.

A previsão do Banco Central é de que todas as funcionalidades do Pix estejam implementadas até o segundo trimestre de 2022. Com relação ao Open Banking, ele deverá estar totalmente implementado até dezembro de 2021, quando sua quarta e última fase estará concluída.

Conversamos sobre o BaaS, os impactos do Pix e do Open Banking e as tendências deste serviço com Francisco Carvalho, CEO e fundador da Zipdin, fintech que trabalha com soluções de crédito.

 

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O que é o BaaS? Como uma empresa pode utilizá-lo?

O BaaS é uma solução que permite que um banco preste serviços a alguma empresa que não é considerada instituição financeira autorizada pelo Banco Central para que ela possa realizar operações que sejam exclusivas de tais instituições, como operações de crédito, contas digitais, investimentos entre outros.

Esse serviço, somado aos avanços tecnológicos, vêm permitindo que mais empresas utilizem o BaaS e tenham o seu próprio banco em até 30 dias, independentemente da sua atuação.

Eu comecei a prestar esse serviço há quase 10 anos, mas de uma maneira muito diferente do que é hoje. Atualmente, agregamos muitas soluções às necessidades de cada parceiro, contribuindo com soluções de tecnologia, complemento de serviços de BPO, gestão de crédito, cobrança, estruturação, captação e gestão de Fundos e outros veículos de investimentos. Dessa forma, várias empresas dos mais diversos segmentos estão se tornando fintechs e passando a oferecer esses serviços para seu ecossistema, formado por clientes, fornecedores e colaboradores, aumentando seu relacionamento com eles e entrando numa nova vertical de crescimento.

Nosso BaaS conta com uma plataforma completa de serviços que vão desde a oferta de sistema de motor de crédito (ZipCred), emissão de dívidas (ZipBan), até a Gestão de Carteira (ZipCore). Oferecemos também uma Plataforma Completa para Operação de Crédito Consignado Privado (ZipConsig) e outra para Operações de Capital de Giro com diversas modalidades de garantias como duplicatas, imóveis e recebíveis de cartão de crédito (ZipGiro).

Quando necessário, disponibilizamos as plataformas e aplicativos na modalidade white label. Nosso objetivo é que, se o cliente desejar, nós entregamos tudo que ele precisa para operar o seu banco ou operação de crédito e, com isso, ele administra apenas a parte comercial e de marketing.

 

Como você avalia os impactos do Pix e do Open Banking no BaaS?

As empresas e empreendedores que usam o BaaS querem quebrar paradigmas e oferecer soluções inovadoras, simples e justas aos seus clientes. Neste contexto, tanto o Pix quanto o Open Banking soam como música para eles.

O Pix já ganhou uma enorme tração. Trata-se de um produto muito mais rápido, simples e barato que os velhos DOC/TED, e ainda tem várias outras funcionalidades prontas e por vir, como pagamento via QR code e Pix Boleto. Ele possibilitará muitas inovações como subprodutos na área de cobrança.

O Open Banking também trará diversas possibilidades, mas posso destacar o amplo acesso a todas as informações do cliente e a consequente oferta eficiente de crédito considerando o retrospecto de cada um, o que antes era uma vantagem dos grandes bancos que detinham esse histórico de anos de relacionamento.

 

Quais são as tendências do BaaS para os próximos anos?

Por muitos anos, serviços financeiros foram relacionados à burocracia e não colocavam o cliente final como principal foco. Com a inserção da tecnologia no mundo corporativo, especialmente no modelo de fintechs, esse quadro começou a mudar de forma acelerada. Hoje, o que vemos é uma completa transformação digital que apresentou novas formas de lidar com as nossas finanças. A pandemia acelerou esse processo e demos passos importantes em busca de uma revolução financeira.

A tendência que vemos no BaaS é que todo mundo está querendo cada vez mais explorar o máximo de relações possíveis dentro do seu ecossistema. O mercado é enorme e tem muito espaço para novos entrantes e várias formas para convivência harmônica e construtiva entre as fintechs e bancos tradicionais, sejam grandes ou não.

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