Começa nesta quarta-feira (15) a implantação do Open Insurance. Segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), o Sistema de Seguros Aberto permitirá o compartilhamento de dados de consumidores de produtos e serviços de seguros, previdência complementar aberta e capitalização com diferentes sociedades autorizadas e credenciadas pelo órgão através da abertura e integração de sistemas. Pode-se dizer que o Open Insurance é o Open Banking do universo dos seguros.
A implantação será feita em três fases, sendo que a primeira, que começa agora, é o Open Data (canais de atendimento e produtos disponíveis). Em setembro do próximo ano, teremos o início da segunda fase, focada no compartilhamento de dados pessoais. Em dezembro de 2022, terá início a terceira e última fase, quando será tratada a efetivação de serviços.
A partir do Open Insurance poderão ser desenvolvidos comparadores e marketplaces de seguros; aplicativos e soluções diversas focadas em inovação e conveniência para os consumidores, e iniciação de serviços relacionados a seguros e previdência por meios digitais.
Conversamos com Marcos Moraes, executivo de negócios da FCamara, sobre as oportunidades que serão abertas, sua avaliação sobre se o mercado tradicional está preparado para as mudanças que terão início e sobre quando as pessoas começarão a sentir, efetivamente, os benefícios do Open Insurance.
Quais são as oportunidades que serão abertas pelo Open Insurance para segurados, corretores e seguradoras?
O Open Insurance é uma grande evolução para o mercado de seguros pois coloca o segurado no centro de toda a tomada de decisão. Tudo está sendo feito de forma a que o cliente tenha mais facilidade na contratação, produtos mais competitivos e coberturas mais aderentes ao seu perfil e momento de vida.
Para as seguradoras, a oportunidade está na criação de estratégias com as informações de produtos e coberturas de seus concorrentes, lembrando que seus dados também serão compartilhados. Esse é o momento de pensar em como seus produtos podem ser mais competitivos e com coberturas mais flexíveis. Para isso, será possível estudar os perfis de clientes e o tipo de produtos que costumam contratar, claro, com o seu consentimento.
Os corretores têm um papel importante pois são eles, que na maioria das vezes, têm relação direta com os segurados e que traduzem suas necessidades em produtos e coberturas aderentes. Com o Open Insurance, os corretores poderão ofertar uma gama maior de produtos com coberturas customizadas e uma experiência diferenciada para seu cliente.
O mercado já estabelecido está preparado para as mudanças que serão trazidas pelo Open Insurance?
Não está preparado, mas haverá tempo para se adequarem assim como está acontecendo com o Open Banking, onde a adesão foi superior ao previsto inicialmente. As seguradoras estão se adequando. Muitas estão tendo que se estruturar para atender aos padrões exigidos pela reguladora, mas as 3 fases são aderentes para isso.
Na sua opinião, quando as pessoas começarão a sentir os benefícios do Open Insurance?
As seguradoras poderão criar estratégias a partir do início de 2022, pois já estarão começando a acessar informações de seus concorrentes, mas a contratação está para a última fase do Open Insurance, que será finalizada somente no final de 2022. Sempre há a possibilidade de que alguma data seja prorrogada, como aconteceu no Open Banking, então acreditamos que os benefícios serão vistos no final de 2023 e início de 2024.