Conversamos com Oscar Decotelli, CEO da DXA Invest, sobre o mercado brasileiro de private equity e oportunidades de investimentos. Também conversamos sobre a plataforma digital criada pela DXA para administração do relacionamento com seus clientes, o que possibilitou a abertura deste mercado para investidores que antes não conseguiam acessá-lo devido a uma série de barreiras de entrada. Cabe destacar que a participação desses investidores permitiu que a DXA tivesse uma liberdade maior para escolher as empresas onde seriam feitos os investimentos do seu fundo.
O foco da DXA são negócios que apresentem um Ebitda inferior a R$ 5 milhões e estejam abaixo do radar dos grandes fundos, com os investimentos variando entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões por negócio.
Como você tem visto o mercado de private equity no Brasil atualmente?
O private equity é uma modalidade de investimento que tem chamado a atenção de investidores brasileiros atraídos pelas suas altas taxas de retorno. Apesar de ser uma indústria relativamente incipiente no Brasil, o private equity já existe há décadas em países de economia forte como os Estados Unidos, onde a cultura desse tipo de investimento já é bastante disseminada.
Quais têm sido os setores e os tipos de empresas no Brasil que mais tem chamado a atenção?
Neste momento, os segmentos de alimentação e bebidas saudáveis são os mais atraentes. Já contamos com cases de sucesso como a foodtech carioca NoMoo, especializada na produção de laticínios à base de leite de castanha de caju, e a startup Greenpeople, de sucos e alimentos saudáveis.
Outro setor que também está despertando o nosso interesse é o de beleza, que vem adotando cada vez mais a tecnologia em seus processos. Por exemplo, neste ano nós já realizamos um investimento de R$ 20 milhões na Rizi Dental Center (ex-DentCare), empresa odontológica referência em saúde e estética bucal sediada no Rio de Janeiro. O aporte vai alavancar o projeto de expansão da empresa que busca digitalizar o mercado odontológico, aproveitando o seu potencial de impacto social.
Em termos de alocação, nosso foco é em empresas com potencial de exportação, pois acreditamos que isso protege o portfólio dos nossos clientes.
Na sua opinião, o mercado brasileiro de private equity está acompanhando as mudanças que estão ocorrendo neste mercado no exterior?
Em comparação com outros países, o Brasil ainda precisa desenvolver mais o mercado de private equity, mas está no caminho certo. Por aqui, ainda não ocorreu uma grande transformação digital neste mercado.
Para contribuirmos com a mudança desse quadro, nós desenvolvemos uma plataforma que permite que investidores analisem e se tornem sócios de empresas privadas com grande potencial de crescimento por meio de uma carteira administrada de forma totalmente digital, desde a sua criação, personalização, alocação, acompanhamento e liquidação. Isso fez com que a DXA Invest, que era uma gestora tradicional, se tornasse a primeira gestora fintech de private equity do país, onde o relacionamento com investidores é feito de forma 100% digital.
Tradicionalmente, esse tipo de investimento possui muitos processos burocráticos, sendo necessário envolver escritórios de advocacia, contadores e administradores de empresas. Não era à toa que ele se tornava inacessível pelos altos custos para a grande maioria dos investidores e podia acabar durando meses para ser concluído. Nossa plataforma possibilitou a simplificação desse processo, permitindo que um investidor pudesse investir em instantes pelo seu celular.
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