Três perguntas: uma plataforma de gestão de ativos digitais

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Adalberto Generoso (foto divulgação Yapoli)
Adalberto Generoso (foto divulgação Yapoli)

Conversamos com Adalberto Generoso, CEO da Yapoli, sobre a plataforma de gestão de ativos digitais.

 

O que faz a Yapoli?

Os nossos clientes posicionaram a Yapoli como o Google das grandes corporações, onde você pode encontrar todos os materiais de que você precisa, desde que tenha acesso. Tecnicamente, nós somos um DAM: Digital Asset Manager (Gestor de Ativos Digitais). Através da nossa plataforma, uma grande corporação tem a capacidade de centralizar, gerir e distribuir materiais digitais, com governança e auditoria, independente da sua natureza e do perfil da pessoa que está acessando. De forma macro, é isso que fazemos.

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Quando nós falamos de uma corporação, nós nos referimos a diversas áreas interagindo, inclusive com agentes externos como produtoras, terceiros e freelancers, consumindo e enviando todo tipo de material digital, como uma nota fiscal eletrônica, um contrato ou um vídeo que será veiculado na TV.

Uma corporação precisa ter uma garantia de conforto e segurança de que os seus materiais estão nas suas versões corretas e adequadas, e que as pessoas que estão acessando possuem as permissões para isso. Inclusive, boa parte desses ativos, seja contratos ou materiais publicitários, possuem vigência de utilização e consumo. Com essa gestão, a plataforma atua diminuindo possíveis passivos judiciais e ineficiências nessa cadeia.

 

Como funciona a plataforma?

A Yapoli foi pensada para atender empresas desde a maturidade digital zero até as hiperconectadas. Assim, as empresas que não possuem um ecossistema digital definido podem explorar toda a metodologia de utilização da plataforma da forma mais manual possível. Por exemplo, três áreas de negócios podem subir materiais na plataforma para fazer a sua gestão. Já as empresas mais conectadas podem fazer integrações da plataforma com sistemas como o SAP, de forma a manter todas as informações mapeadas, atualizadas e centralizadas na Yapoli.

Vou além. É muito comum nós termos situações híbridas, como empresas que possuem áreas mais manuais e áreas que possuem mais hiperconectividade com o ecossistema digital. Numa situação como essa, a plataforma permite que a empresa trabalhe de forma híbrida, mas com todos debaixo da mesma metodologia, com backups contínuos, mesmo senso de governança, Lei Geral de Proteção de Dados e privacidade, dentre outras coisas.

A partir do momento em que entramos numa empresa, nos são disponibilizados os acessos a sistemas de ERP como o Oracle, que possuem informações embrionárias de produtos, para que a plataforma consiga consumi-las diretamente. Conforme a plataforma vai evoluindo, outras áreas vão se integrando. Nós vamos nos plugando individualmente em cada uma das soluções da empresa até estarmos integrados a todo o seu ecossistema, desde que as suas plataformas sejam passíveis de serem integradas.

Esse processo é feito de forma gradual pois ele é muito custoso. Nesse momento, nós estamos nos especializando cada vez mais em plataformas como SAP, Oracle, Totvs e SalesForce, pois elas são comuns à maioria dos nossos clientes. Com isso, fica mais fácil reverberar as integrações.

Da mesma forma que a plataforma consome para centralizar, ela pode fazer o contrário: prover materiais para a ponta final. Isso acontece com o e-commerce das Havaianas em âmbito global. As informações dos produtos são centralizadas na plataforma, que se encarrega de fazer a separação e curadoria desses materiais para cada e-commerce em cada parte do mundo. Essa distribuição é feita de forma automatizada.

A plataforma permite quantificar downloads, buscas, materiais consumidos e compartilhamentos com pessoas externas. Dependendo do tamanho da corporação, esses números chegam à casa dos milhões, o que ajuda a entender a importância de um DAM. Quando um contrato vaza ou um material desatualizado é compartilhado e utilizado por outras pessoas, não há condições de se calcular o passivo que é gerado com isso.

No Flamengo, nosso cliente, eu costumo dizer que com a Yapoli ninguém mais vaza contrato de jogador sem que a gente fique sabendo. Quando eu falo em auditoria, é nesse sentido. Quem está acessando um material? Quando e como? Compartilhando com quem? É importante passar esse senso de segurança para as áreas, já que são muitas pessoas envolvidas.

Eu gosto de fazer uma analogia com o celular. Uma vez me pediram para fazer um pitch (apresentação rápida e objetiva) num elevador. Cara, não dá para contar o que a Yapoli faz em 30 segundos num elevador. Foi aí que eu perguntei para a pessoa quantas fotos e vídeos ela tinha no celular. Quantos documentos ela tinha compartilhado no WhatsApp e no e-mail. A pessoa me olhou e me disse: “não faço ideia”. Foi aí que eu lhe disse: “Se você não sabe o que tem no celular, imagina uma grande corporação.”

 

Como surgiu o conceito da Yapoli?

Esse conceito já existia antes da Yapoli, sendo muito difundido nos Estados Unidos e na Europa. Como eu trabalhava com publicidade, eu tive contato com grandes empresas que não tinham o histórico do seu próprio logotipo, o que é algo muito, muito básico. Assim, eu fui percebendo que as agências tinham dificuldades em coletar os materiais das empresas.

Nesse processo, eu conversei com um CEO de uma DAM estrangeira que me disse que essas soluções ainda não estavam consolidadas nos seus respectivos mercados, e que por uma questão de priorização, não estavam encontrando espaço para vir para o Brasil. Isso me deu força suficiente para fazer o processo reverso, primeiro entendendo o mercado nacional, que possuía uma carência muito grande por esse tipo de solução.

A Yapoli nasceu em 2018 tendo como primeiro cliente a Corteva (agrobusiness). A primeira versão, desenvolvida por mim mesmo, se mostrou muito útil para que a empresa levasse informações até a ponta final (fazendeiros e agrônomos). Na sequência, vieram as Havaianas, que além de ser gigantesca do ponto de vista de publicidade, demanda e capilaridade nacional, está se internacionalizando há muitos anos. Com isso, nós tivemos a validação da tese e mostramos que tínhamos capacidade de atender a mesma dor em diferentes segmentos.

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