Triathlon de alta renda

204

Nadar, correr e pedalar, o esporte conhecido como Triathlon, requer esforço e determinação. Para Celso Pinto (foto), diretor da Brasil São Paulo Sotheby’s, o esporte acrescenta outro desafio e consiste em nadar, pedalar, correr e fechar negócios. Ele conta que diversas das oportunidades para negociar os imóveis de alta renda oferecidos pela Sotheby’s vêm através do próprio hobbie. “Este é um esporte caro, requer a gente participe de um clube para praticar e isso ajuda a ampliar a rede de relacionamento”, afirma. O diretor conta que já foi abordado diversas vezes, enquanto pratica o esporte, por interessados em comprar ou vender imóveis de padrão mais elevado.
A Sotheby’s está atuando em São Paulo há oito meses na venda de imóveis entre R$ 5 milhões a R$ 16 milhões. A empresa está ligada ao ramo imobiliário da Sotheby’s International Realty, que foi criada há mais de 200 anos, como casa de leilão de jóias, quadros, antiguidades e vinhos raros. No ramo imobiliário, está presente em mais de 45 países, com cerca de 500 escritórios no mundo. “O mercado brasileiro estava carente de uma empresa focada nesse nicho. As pessoas têm reconhecido a marca e elogiado o trabalho. Trouxemos o objeto de desejo que muitos não tinham acesso”, explica. O objetivo de Pinto é ampliar o número de filiais no Brasil e atingir R$ 2 bilhões em imóveis à venda até o fim do ano.
O estouro da bolha imobiliária nos EUA não implicou em mudanças significativas para o mercado brasileiro de imóveis de alto padrão. Algumas alterações, entretanto, podem ser verificadas. “O processo de comprar imóveis de alto padrão continua e não houve queda de preços, o giro é que está mais lento”, explica o executivo. A desvalorização ocorre apenas em casos isolados, como o de vendedores que precisam se desfazer do bem para cobrir prejuízos ou imóveis que se encontram em regiões mais distantes. Alguns investidores estão deixando o mercado financeiro e a decisão é por comprar ativos reais, como imóveis. Outros optaram por esperar mais para se desfazer do bem.
Além de praticar o esporte, ele precisa estar atento aos diferenciais de atendimento que este público requer. A Sotheby’s promove diversos treinamentos para que os funcionários tenham a postura correta de abordagem. Já foram realizados alguns em filiais no exterior. O próximo ocorrerá em abril em Nova Jérsei.

Setores defensivos ganham em fevereiro
Fevereiro não foi um mês de festa para o mercado de capitais brasileiro. O Ibovespa encerra em queda, devolvendo parte dos ganhos registrados em janeiro. Os setores mais dependentes da economia interna e classificados como mais conservadores pelos analistas foram os que registraram melhor performance no mês passado. Tanto o setor de telecomunicações como as empresas de energia elétrica obtiveram ganhos no mês. Estes dois segmentos têm sido os preferidos pelos analistas na formação das carteiras. Mas o grande favorecido foi o segmento de petróleo e gás. Movimento contrário foi registrado pelos setores exportadores ou que dependem de financiamento para vender.
O levantamento realizado pela Corretora Souza Barros para esta coluna, mostra que o setor de telefonia registrou ganho médio de 3,02% em fevereiro e de 3,88% no ano. O destaque ficou com as ações preferenciais da Telemar e Vivo, que encerraram o mês com alta de 14,37% e 12,32%. Já o de energia elétrica mostra rentabilidade de 2,7% no mês e de 1,1% no ano. Dentre as elétricas, as ações preferenciais da Eletropaulo foram as que mais subiram em fevereiro, 12,35%. As empresas de petróleo e gás foram as que mostraram maior retorno, com valorização de 12,75% no ano e 4,71% em fevereiro. As ações ordinárias da Petrobras valorizaram 8,37% no mês e as preferenciais 7%. Os dados se referem ao fechamento do dia 26.
Do lado das perdas, o destaque continua sendo o setor de construção civil. A perda registrada no mês atingiu 19,7%. No caso das siderúrgicas, que exibiram resultados mais fracos no quarto trimestre de 2008, o movimento também foi de saída de investidores. As ações deste setor recuaram 14,06% no mês. Também exibiram fraco desempenho os papéis do setor de mineração, com queda de 5,67% no mês. Os bancos e seguradoras mostraram perda de 1,95%, em média.
O movimento do mercado em fevereiro vem em sintonia com a perspectiva de menor crescimento da demanda mundial por commodities, diante da crise financeira que vivem os EUA. A recomendação de especialistas é para a manutenção da cautela na hora de formar as carteiras em março, sempre tendo em vista que o mercado acionário é de longo prazo. A incerteza e volatilidade que imperam nos mercados não oferecem segurança para dimensionar com precisão os reflexos da crise e podem alterar os cenários.

Setor Eco Oscilação no mês Oscilação no ano
Veículos e peças -22,55 -23,61
Construção -19,69 -11,41
Papel e Celulose -14,06 -25,16
Siderurgia & Metalurgia -11,51 -5,45
Comércio -6,05 -6,52
Transporte Serviços -5,86 -10,91
Mineração -5,67 10,66
Alimentos e Bebidas -4,67 -8,28
Ibovespa -2,85 1,68
Finanças e Seguros -1,95 -5,30
Química -0,75 3,19
Energia Elétrica 2,70 1,10
Telecomunicações 3,02 3,88
Petróleo e Gas 4,71 12,75
Outros -3,54 1,09

Fonte: Corretora Souza Barros

AmBev faz troca de títulos
A AmBev anunciou nesta sexta-feira uma oferta para troca de títulos de sua dívida. O montante pode atingir até R$ 300 milhões. Os títulos oferecidos na operação foram recentemente registrados pela AmBev International junto às autoridades norte-americanas e serão trocados por títulos anteriormente emitidos pela companhia brasileira. O rendimento e a data de vencimento dos papéis da dívida corporativa são os mesmos para ambos os títulos, respectivamente 9,5% ao ano e vencimento em 2017.

Espaço Publicitáriocnseg

Gerdau sob observação
A agência de classificação de risco Standard & Poor’s colocou os ratings de crédito corporativo de longo prazo atribuídos à Gerdau tanto na escala global quanto na nacional, em CreditWatch com implicações negativas. A colocação das notas em revisão reflete a significativa deterioração na rentabilidade e geração de caixa da siderúrgica em decorrência das condições econômicas adversas na América do Norte e nos mercados de exportação do Brasil, o que deve levar a um desempenho mais fraco da companhia em 2009.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui