Trump deixa investidores sob tensão

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Ontem, no final do dia, os mercados abertos no mundo aceleraram perdas, depois de Donald Trump anunciar coletiva para hoje e sem horário marcado, para falar sobre China. É verdade que a tensão política vem crescendo, mas o presidente anunciará retaliações ou será só mais um blefe eleitoral? Vamos ter que conferir.

Em função disso, a Bovespa encerrou em queda de 1,13%, aos 86.949 pontos, o Dow Jones com queda de 0,58% invertendo tendência e Nasdaq com -0,46%. Aqui o dólar teve dia de valorização de 1,97%, com fechamento em R$ 5,38. Hoje mercados sofrendo em consequência disso. As Bolsas asiáticas encerraram a semana com comportamento misto, Europa operando em boa queda e futuros do mercado americano também no campo negativo, mas todos já fora das mínimas alcançadas.

Aqui, ainda estamos tendo que conviver com a tensão política em alto grau e o presidente Jair Bolsonaro segue colocando lenha na fogueira em sua live de todas as quintas-feiras. Nessa situação diríamos que o índice não deveria perder aquela barreira ultrapassada perto de 85 mil pontos, sob pena de perder consistência na recuperação.

No exterior, Donald Trump assinou decreto que sugere mudanças na lei que garante proteção para as mídias sociais. Isso interferiu na precificação de ativos do Twitter e Facebook, por exemplo. Na Turquia, o PIB do primeiro trimestre expandiu 4,5% na comparação anual, enquanto na França, o PIB do trimestre encolheu 5,3%, no pior desempenho desde 1968. Na Itália, o PIB do primeiro trimestre foi confirmado em queda também de 5,3%.

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Na Zona do Euro, a inflação medida pelo CPI (consumidor) desacelerou para 0,1%, longe da meta e com o núcleo em +0,9%. No mercado internacional, o petróleo WTI negociado em Nova Iorque mostrava queda de 3,44% (ruim para Petrobras), com o barril cotado a US$ 32,55. O euro tinha alta em relação ao dólar a US$ 1,113 e notes americanos de 10 anos com taxa de juros de 0,69%.

O ouro e a prata mantinham altas na Comex mostrando aversão ao risco e commodities agrícolas na Bolsa de Chicago majoritariamente em altas.

Aqui, depois da fala do filho do presidente (Eduardo) e ameaça de Bolsonaro de desobedecer ao STF, o vice Mourão e o general Heleno (GSI) rechaçaram golpe ou ruptura como falado por Eduardo. Mas o presidente Bolsonaro seguiu fazendo críticas contra perseguição sobre apoiadores em sua live tradicional de quinta-feira, mesmo depois de o presidente do Senado ter pedido que o presidente reduza os ataques. Já a Câmara aprovou a MP 936 que trata dos contratos de trabalho e tempo de jornada e sem necessidade de homologação pelos sindicatos.

A agenda do dia é extensa e traz o PIB brasileiro do primeiro trimestre que deve ter sido o pior em 10 anos cada e a nota de política fiscal que deve ter sido a pior da série. Nos EUA teremos o saldo da balança comercial de abril, a renda e gasto pessoal e PCE também de abril, a confiança do consumidor de Michigan de maio e discurso do presidente do Fed, Jerome Powell.

A expectativa para o dia é de Bovespa começando em queda, dólar ainda pressionado (apesar da fraqueza no exterior) e juros em alta. Mas a expectativa maior fica guardada para a coletiva de Trump.

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Alvaro Bandeira

Economista-chefe do Banco Digital Modalmais

Fonte: www.modalmais.com.br/blog/falando-de-mercado

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