Trump espera chegar a acordo com a UE em menos de 90 dias

Celso Amorim critica negociações bilaterais de Trump e alerta para danos do colapso do sistema multilateral

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Celso Amorim
Celso Amorim (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ABr)

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, garantiu nesta quinta-feira à primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, que espera chegar a um acordo comercial com a União Europeia antes do fim da pausa de 90 dias na aplicação de tarifas.

“Haverá um acordo comercial. Espero que sim, mas será um acordo justo”, enfatizou o magnata em declarações à imprensa, sem especificar um cronograma específico e aludindo ao fato de que o lado norte-americano não tem pressa para chegar a acordos com seus parceiros comerciais.

Por sua vez, Meloni disse estar “certa” de que um acordo pode ser alcançado e, embora tenha enfatizado que está em Washington para falar sobre o assunto, ela lembrou que os Estados Unidos também terão que se envolver com outros líderes europeus.

Nesta quinta-feira, em entrevista a um jornal brasileiro, Celso Amorim, assessor de assuntos internacionais da Presidência do Brasil, explicou que talvez os Estados Unidos não pretendam apenas impor tarifas indiscriminadamente, mas também forçar os países a realizar negociações bilaterais em detrimento do sistema multilateral.

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“Essa ruptura do multilateralismo é expressamente apontada na nota da Casa Branca, que também elogia os acordos do século passado”, disse Amorim, lembrando que a recessão iniciada na década de 1930 teve como uma de suas causas as políticas que Washington está defendendo agora.

“O colapso do sistema multilateral traz consigo danos muito maiores do que qualquer vantagem comparativa que ele possa ter”, alertou na entrevista a O Globo, sem descartar a possibilidade de uma recessão internacional, embora veja uma certa “percepção diferente” nos Estados Unidos após a “tempestade global” desencadeada por Trump.

Amorim garantiu que a China oferece “mais oportunidades” e “menos riscos comerciais” do que os Estados Unidos, após a guerra tarifária lançada pelo presidente Donald Trump, que ameaça os princípios da política externa brasileira.

“A China agora tem recursos disponíveis para investir no exterior que os Estados Unidos não têm (…) A China hoje oferece ao Brasil mais oportunidades e menos riscos”, disse o assessor especial do presidente Lula.

Com informações da Europa Press

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