O presidente Donald Trump disse nesta quarta-feira que estuda abrir um centro de detenção na Baía de Guantánamo, em Cuba, para abrigar até 30 mil migrantes que vivem ilegalmente nos Estados Unidos. Ele fez o anúncio momentos antes de assinar a Lei Laken Riley, uma medida de detenção de imigrantes e a primeira lei de sua nova administração.
O anúncio de Trump ocorreu após uma semana de medidas abrangentes de imigração, incluindo voos de deportação. Veio durante a assinatura da Lei Laken Riley, que ele chamou de “lei histórica” e uma “tremenda homenagem” ao estudante de enfermagem morto na Geórgia que lhe dá o nome.
Riley foi morto em fevereiro de 2024 enquanto corria. Seu agressor, José Antonio Ibarra, um cidadão venezuelano nos EUA ilegalmente, foi considerado culpado em novembro e condenado à prisão perpétua sem liberdade condicional.
A lei exige a detenção e potencial deportação de indivíduos nos EUA ilegalmente que são acusados de roubo ou crimes violentos, mesmo antes de uma condenação.
O anúncio marca uma forte escalada nas políticas de imigração de Trump, revivendo uma estratégia controversa usada pela última vez durante o governo Clinton, quando milhares de migrantes cubanos e haitianos foram detidos na base naval da Baía de Guantánamo entre 1994 e 1996.
“Vamos enviá-los para Guantánamo. A maioria das pessoas nem sabe que temos 30 mil leitos em Guantánamo para deter os piores estrangeiros ilegais criminosos que ameaçam o povo americano”, disse Trump, enquadrando a medida como uma necessidade para a segurança nacional.
A decisão também ocorre em meio ao aumento dos esforços de fiscalização do Departamento de Imigração e Alfândega (ICE), que recentemente realizou uma série de batidas que levaram a quase 1.200 prisões em um único dia.
Embora o governo Trump tenha dito inicialmente que priorizaria a deportação de migrantes com antecedentes criminais, a secretária de imprensa da Casa Branca, Katherine Leavitt, esclareceu na quarta-feira que todos os migrantes no país ilegalmente agora seriam considerados criminosos.
A Baía de Guantánamo, historicamente usada para abrigar suspeitos de terrorismo, atualmente opera uma instalação onde migrantes cubanos e haitianos interceptados no mar aguardam determinações de asilo sob a supervisão do Departamento de Estado, com a assistência do Departamento de Segurança Interna e do Pentágono.
Com informações da Neewsweek