Trump mira explodir Brics e Cinturão e Rota

Na busca por isolar a China, Trump vai alternar punição e parceria para atacar o Brics e a Iniciativa Cinturão e Rota

89
Logo Brics 2025 - Presidência do Brasil
Logo Brics 2025 - Presidência do Brasil (imagem Secom)

As intervenções de Trump na economia e política mundiais, ainda que pareçam não ter uma estratégia elaborada, permitem entender alguns de seus objetivos – impedir a ascensão da China um dos principais. Dentro desse quadro, explodir os Brics e barrar a Iniciativa Cinturão e Rota (BRI, na sigla em inglês), com certeza, estão nos planos dos EUA.

Karsten Junius, economista-chefe da J Safra Sarasin Sustainable Asset Management, em entrevista neste final de semana, de certa forma abordou esse objetivo: “O mundo deve estar preparado (…) Consideramos provável que os EUA tentem combinar tratamento tarifário preferencial, acesso ao seu mercado e infraestrutura financeira com países que sigam os EUA na busca por isolar a China.”

As ações já estão ocorrendo. Na África, busca-se trocar “ajuda” por minerais estratégicos – ou punir quem não se alinhar. O Projeto de Lei de Revisão das Relações Bilaterais EUA–África do Sul de 2025, apresentado ao Congresso em 4 de abril, busca impedir que a África do Sul “comprometa interesses de segurança nacional e política externa dos Estados Unidos” (H.R.7256, 2025, Seção 3) e autoriza o presidente estadunidense a punir a África do Sul a fim de alinhá-la aos interesses dos Estados Unidos. A África do Sul é um dos pioneiros do Brics.

Na República Democrática do Congo, que está sofrendo com a invasão de Ruanda, o presidente Felix Tshisekedi apelou a Trump por ajuda, oferecendo-lhe um acordo para que os EUA obtenham acesso preferencial aos minerais da RDC, segundo o The Rwandan, de 2 de abril.

Espaço Publicitáriocnseg

Uma equipe do Departamento de Estado visitou minas da RDC nos primeiros dias de abril, e empresas de mineração estadunidenses – incluindo a novata KoBold, apoiada por Jeff Bezos e Bill Gates – demonstraram interesse, de acordo com o Wall Street Journal em 4 de abril.

Na América, os EUA tentam reconquistar seu quintal, misturando (poucas) ofertas a (muitas) ameaças de punição aos países que se alinharem ao Cinturão e Rota.

LEIA TAMBÉM:

China combate tarifas dos EUA e agrega países | Monitor Mercantil

Expandir o poder

“A política norte-americana faz unilateralmente as intervenções preventivas ou corretivas, segundo a conjuntura. Sem regras gerais autoaplicáveis e sem consideração pelas regras que eles mesmos ajudaram a criar, o intervencionismo norte-americano inventa e reinventa pretextos para expandir, como nunca, o seu poder global.” – Luiz Gonzaga Belluzzo no artigo “Trump e a História”, na CartaCapital.

Lady Gaga de ônibus

O show de Lady Gaga em Copacabana, 3 de maio, movimenta o turismo carioca: a DeÔnibus, marketplace de passagens rodoviárias, registrou nos últimos dias um aumento de 18% na busca por passagens para o Rio de Janeiro no período da apresentação.

Rápidas

O Conselho Federal dos Representantes Comerciais (Confere) organiza palestra do publicitário Walter Longo sobre os “Impactos da Inteligência Artificial nos Negócios de Representação Comercial e na Sociedade”, nesta quarta-feira, 18h, no auditório do CCBB. Inscrição gratuita *** O livro 1964 – O que ainda nos resta dizer?,organizado pela historiadora Luciene Carris com textos de 11 autores, terá lançamento no dia 26, 13h, na livraria Folha Seca, no Centro (RJ).

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui