O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julga na terça-feira (4) o recurso do Ministério Público Eleitoral (MPE) que pede a cassação do mandato do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL). A acusação sustenta que o governador utilizou contratações temporárias em órgãos estaduais para financiar, com recursos públicos, sua campanha à reeleição em 2022.
Segundo o MPE, cerca de 45 mil contratações sob suspeita foram realizadas durante o período eleitoral — 27 mil na Fundação Ceperj (Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos) e 18 mil na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O Ministério aponta indícios de que parte dos contratados foi escolhida por critérios políticos e recebeu pagamentos “na boca do caixa”, em dinheiro vivo.
O julgamento ocorre poucos dias após a deflagração da Operação Contenção, que teve como alvo o crime organizado no Complexo da Penha e resultou na morte de 121 pessoas, incluindo quatro policiais. O processo contra o governador foi incluído na pauta do TSE um dia depois da operação.
Em maio de 2024, o Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) absolveu Castro por 4 votos a 3. A maioria dos desembargadores entendeu que, mesmo diante das irregularidades, não ficou comprovado o envolvimento direto do governador nem a influência suficiente para alterar o resultado da eleição.
Ficou vencido o relator, desembargador Peterson Barroso Simão, que votou pela cassação ao considerar que as contratações irregulares beneficiaram a campanha de Castro. “Foram contratadas pessoas que não moravam no estado do Rio de Janeiro. E há notícias até de pagamentos para presidiários, funcionários fantasmas e servidores públicos com acumulação de cargo indevido”, afirmou o magistrado na ocasião.
Cláudio Castro foi eleito governador em primeiro turno, com 60% dos votos válidos — cerca de 2,6 milhões a mais que o segundo colocado, Marcelo Freixo (PSOL).
Fonte: Agência Brasil
Leia também:
-
Primeira Turma do STF mantém pena de 27 anos para Bolsonaro
STF mantém condenação de Bolsonaro por trama golpista; sessão virtual termina hoje e processo avança para possível execução das penas.
-
Moraes vota para tornar Eduardo Bolsonaro réu por tentativa de coação ao STF
Moraes vota para tornar Eduardo Bolsonaro réu por coação ao STF; denúncia envolve pressão ao Judiciário e articulação de sanções nos EUA.
-
STJ proíbe Forças Armadas de afastar militares trans e garante uso do nome social
STJ decide que militares trans não podem ser afastados por identidade de gênero e assegura uso do nome social em todos os registros.
-
Líder ruralista propõe incluir ações do MST no PL Antifacção
Líder ruralista propõe incluir o MST no PL Antifacção; movimento reage e fala em tentativa de criminalização.
-
STF ouve últimas defesas do Núcleo 3 da trama golpista
STF ouve últimas defesas do Núcleo 3 da trama golpista e suspende julgamento até terça, quando Moraes deve apresentar voto.
-
Bolsonaro: 100 dias de prisão domiciliar
Bolsonaro completa 100 dias em prisão domiciliar enquanto aguarda decisão do STF sobre onde cumprirá pena de 27 anos.






















