O turismo nacional fechou 2024 com um faturamento de R$ 207 bilhões – recorde para o setor desde que a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), analisa os dados. O número significou uma alta de 4,3% em comparação com o ano anterior (R$ 8,6 bilhões em termos monetários). Os dados são da pesquisa Faturamento do Turismo Nacional, realizada pela Fecomércio-SP, com base nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo a entidade, o crescimento recorde do setor foi estimulado, principalmente, pelo bom desempenho da economia, cuja expectativa é fechar o Produto Interno Bruto em torno de 3,5% (acima dos 2% inicialmente previstos). Nessa conjuntura, há mais gente viajando e, por consequência, consumindo produtos turísticos. Esses resultados indicam um aumento na geração de negócios, incentivando o turismo corporativo, responsável pela maior parcela do faturamento geral. Além disso, o país registra a menor taxa de desemprego da série histórica do IBGE (6,2%) e o poder de compra dos trabalhadores segue elevado, favorecendo tanto o consumo básico quanto o lazer e o turismo.
O crédito também foi importante para esse cenário, complementando os gastos das famílias. Em 2024, houve um aumento real de 30% nas concessões de crédito em diversas modalidades, o que beneficiou diretamente o setor.
Dentre os grupos analisados, a maior variação foi registrada na locação de meios de transporte, que cresceu 10,7%, atingindo um faturamento aproximado de R$ 28 bilhões. Essa expansão foi impulsionada tanto pela maior demanda quanto pela elevação média nos preços do aluguel dos veículos, que subiu 16,59% no ano, segundo o IBGE.
Outro destaque ficou por conta do segmento de alimentação, com alta de 8,4% e faturamento de R$ 32,2 bilhões. Em seguida, vieram os serviços de alojamento (7,7%), com R$ 24,5 bilhões, e o transporte aéreo, que cresceu 3,5% e faturou R$ 52,2 bilhões. Outras elevações foram observadas nos segmentos de transporte aquaviário (5,9%); atividades culturais, recreativas e esportivas (5,5%); e agências de viagem, operadoras turísticas e outros serviços de turismo (1,7%).
Esse crescimento foi motivado tanto pela demanda aquecida quanto pela inflação – com exceção do transporte aéreo, cujo preço médio dos bilhetes caiu 22,2% no acumulado do ano. No entanto, é importante destacar que faturamento não significa lucro. Custos operacionais, especialmente na aviação, são elevados e sujeitos a variações que podem impactar os resultados das companhias.
O transporte rodoviário de passageiros foi o único segmento a apresentar retração, com queda de 4% e faturamento de R$ 34,4 bilhões. Apesar disso, a expectativa é de recuperação ao longo deste ano.
No ano passado, o turismo cresceu em 19 estados, com uma média de aumento de 4,6%. O principal destaque foi São Paulo, que, apesar de registrar uma variação de 5,7%, representou 34% do rendimento total. O estado contribuiu com um incremento de R$ 2,8 bilhões, totalizando R$ 52,6 bilhões no ano. A maior variação porcentual foi registrada na Bahia, com alta de 11,6% e faturamento de R$ 7,1 bilhões. Em seguida, veio Minas Gerais, com crescimento de 10,1% e faturamento de R$ 16,6 bilhões. O Rio Grande do Sul, por sua vez, liderou as quedas, com retração de 12,5%, impactado pelas enchentes de maio. Mato Grosso (-6,3%) e Mato Grosso do Sul (-6,2%) também registraram desempenho negativo, refletindo a desaceleração do Agronegócio no período. A Fecomércio-SP projeta que a desvalorização do real frente ao peso argentino deve encorajar a chegada de turistas do país vizinho ao sul do Brasil no início deste ano, favorecendo a recuperação do setor no estado gaúcho.
Já segundo o Relatório de Demanda e Oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), atualizado com estatísticas do setor relativas a janeiro deste ano, os aeroportos brasileiros receberam no primeiro mês do ano 2,7 milhões de passageiros de voos internacionais, com um crescimento de 15,2% em relação a janeiro de 2024, um recorde de movimentação para o mês. Essa foi a maior movimentação da série histórica, iniciada no ano 2000.
O crescimento também foi registrado no mercado doméstico: foram 8,6 milhões de passageiros em voos domésticos, um resultado 5,3% acima do registrado em janeiro de 2024. A demanda doméstica cresceu ainda 7% em comparação com janeiro de 2024, enquanto a oferta registrou crescimento de 7,4% na mesma base de comparação.
O fluxo somado nos voos domésticos e internacionais em janeiro de 2025 alcançou 11,3 milhões de passageiros, 7,5% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.
Leia também:
Maioria do STF: multa por crime ambiental é imprescritível
União é parte em quase 13 mil processos que somam mais de R$ 1 trilhão; julgamento de crimes ambientais no STF termina nesta sexta.
Entregadores anunciam greve por regulamentação e melhor condição de trabalho
Mobilização quer sensibilizar a sociedade para a regulamentação da relação de trabalho e exigir uma taxa mínima de R$ 10 por entrega
Em três dias, trabalhadores já solicitaram R$ 50 bi em consignado
Grande parte dos empregados trabalham em MPEs; ‘BC ainda não considerou impactos do consignado para CLT’, diz Galípolo
Governo Central teve déficit primário de R$ 31,7 bilhões em fevereiro
Informação foi divulgada hoje pelo Tesouro Nacional
CNC diz que varejistas estão pessimistas pela primeira vez em quatro anos
Apesar disso, Instituto para Desenvolvimento do Varejo projeta aumento de vendas nominais de março a maio
Com alta de 19,44%, ovo de galinha pressionou IPCA-15 em março
Indicador fica em 0,64% no mês; tomate (12,57%) e café moído (8,53%) alavancaram alimentação no domicílio