Turismo nacional bate recorde, faturando R$ 207 bilhões em 2024

Dados são da Fecomércio-SP; já segundo a Anac, Brasil recebeu 2,7 milhões de passageiros internacionais em janeiro

91
Passageiros em aeroporto (Foto: Fernando Frazão/ABr)
Passageiros em aeroporto (Foto: Fernando Frazão/ABr)

O turismo nacional fechou 2024 com um faturamento de R$ 207 bilhões – recorde para o setor desde que a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), analisa os dados. O número significou uma alta de 4,3% em comparação com o ano anterior (R$ 8,6 bilhões em termos monetários). Os dados são da pesquisa Faturamento do Turismo Nacional, realizada pela Fecomércio-SP, com base nos números do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Segundo a entidade, o crescimento recorde do setor foi estimulado, principalmente, pelo bom desempenho da economia, cuja expectativa é fechar o Produto Interno Bruto em torno de 3,5% (acima dos 2% inicialmente previstos). Nessa conjuntura, há mais gente viajando e, por consequência, consumindo produtos turísticos. Esses resultados indicam um aumento na geração de negócios, incentivando o turismo corporativo, responsável pela maior parcela do faturamento geral. Além disso, o país registra a menor taxa de desemprego da série histórica do IBGE (6,2%) e o poder de compra dos trabalhadores segue elevado, favorecendo tanto o consumo básico quanto o lazer e o turismo.

O crédito também foi importante para esse cenário, complementando os gastos das famílias. Em 2024, houve um aumento real de 30% nas concessões de crédito em diversas modalidades, o que beneficiou diretamente o setor.

Dentre os grupos analisados, a maior variação foi registrada na locação de meios de transporte, que cresceu 10,7%, atingindo um faturamento aproximado de R$ 28 bilhões. Essa expansão foi impulsionada tanto pela maior demanda quanto pela elevação média nos preços do aluguel dos veículos, que subiu 16,59% no ano, segundo o IBGE.

Espaço Publicitáriocnseg

Outro destaque ficou por conta do segmento de alimentação, com alta de 8,4% e faturamento de R$ 32,2 bilhões. Em seguida, vieram os serviços de alojamento (7,7%), com R$ 24,5 bilhões, e o transporte aéreo, que cresceu 3,5% e faturou R$ 52,2 bilhões. Outras elevações foram observadas nos segmentos de transporte aquaviário (5,9%); atividades culturais, recreativas e esportivas (5,5%); e agências de viagem, operadoras turísticas e outros serviços de turismo (1,7%).

Esse crescimento foi motivado tanto pela demanda aquecida quanto pela inflação – com exceção do transporte aéreo, cujo preço médio dos bilhetes caiu 22,2% no acumulado do ano. No entanto, é importante destacar que faturamento não significa lucro. Custos operacionais, especialmente na aviação, são elevados e sujeitos a variações que podem impactar os resultados das companhias.

O transporte rodoviário de passageiros foi o único segmento a apresentar retração, com queda de 4% e faturamento de R$ 34,4 bilhões. Apesar disso, a expectativa é de recuperação ao longo deste ano.

No ano passado, o turismo cresceu em 19 estados, com uma média de aumento de 4,6%. O principal destaque foi São Paulo, que, apesar de registrar uma variação de 5,7%, representou 34% do rendimento total. O estado contribuiu com um incremento de R$ 2,8 bilhões, totalizando R$ 52,6 bilhões no ano. A maior variação porcentual foi registrada na Bahia, com alta de 11,6% e faturamento de R$ 7,1 bilhões. Em seguida, veio Minas Gerais, com crescimento de 10,1% e faturamento de R$ 16,6 bilhões. O Rio Grande do Sul, por sua vez, liderou as quedas, com retração de 12,5%, impactado pelas enchentes de maio. Mato Grosso (-6,3%) e Mato Grosso do Sul (-6,2%) também registraram desempenho negativo, refletindo a desaceleração do Agronegócio no período. A Fecomércio-SP projeta que a desvalorização do real frente ao peso argentino deve encorajar a chegada de turistas do país vizinho ao sul do Brasil no início deste ano, favorecendo a recuperação do setor no estado gaúcho.

Já segundo o Relatório de Demanda e Oferta da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), atualizado com estatísticas do setor relativas a janeiro deste ano, os aeroportos brasileiros receberam no primeiro mês do ano 2,7 milhões de passageiros de voos internacionais, com um crescimento de 15,2% em relação a janeiro de 2024, um recorde de movimentação para o mês. Essa foi a maior movimentação da série histórica, iniciada no ano 2000.

O crescimento também foi registrado no mercado doméstico: foram 8,6 milhões de passageiros em voos domésticos, um resultado 5,3% acima do registrado em janeiro de 2024. A demanda doméstica cresceu ainda 7% em comparação com janeiro de 2024, enquanto a oferta registrou crescimento de 7,4% na mesma base de comparação.

O fluxo somado nos voos domésticos e internacionais em janeiro de 2025 alcançou 11,3 milhões de passageiros, 7,5% acima do registrado no mesmo período do ano anterior.

Leia também:

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui