A Turquia promulgou nesta terça-feira novas restrições à exportação de uma série de produtos para Israel para pressionar por um cessar-fogo na Faixa de Gaza. As medidas aplicam-se a 54 categorias de produtos, incluindo ferro, tintas, mármore, aço, cimento, alumínio, tijolo, fertilizantes, equipamentos e produtos de construção, bem como combustível de aviação, de acordo com um comunicado do Ministério do Comércio turco.
“Esta decisão permanecerá em vigor até que Israel, no âmbito das suas obrigações sob o direito internacional, declare um cessar-fogo imediato em Gaza e permita um fluxo suficiente e ininterrupto de ajuda humanitária”, afirmou o Ministério.
Israel deve estar “em plena cooperação com as Nações Unidas para permitir o fornecimento ininterrupto de toda a assistência humanitária básica aos palestinos em Gaza, incluindo os suprimentos médicos e os serviços de saúde de que necessitam”, acrescentou.
Também observou que a Turquia “há muito tempo não permite a venda de qualquer produto ou serviço que possa ser usado para fins militares a Israel”.
Em resposta ao embargo às exportações, o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel alertou em comunicado que isso lançaria uma sombra sobre as relações entre os dois países e que Israel poderia potencialmente impor restrições semelhantes às exportações turcas, informou a rádio pública israelense.
Ministro da França sugere impor sanções a Israel
Também nesta terça-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros de França, Stéphane Séjourné, sugeriu que a comunidade internacional deveria pressionar Israel, impondo sanções para forçar a permissão de mais ajuda a Gaza.
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As restrições turcas surgem depois de Israel ter rejeitado um pedido do país para participar de uma operação de entrega de ajuda a Gaza.
O ministro das Relações Exteriores turco, Hakan Fidan, anunciou na segunda-feira (8) que Ancara decidiu tomar uma série de medidas contra Israel, enfatizando que “não há desculpa para Israel bloquear nossa tentativa de transporte aéreo de ajuda aos famintos habitantes de Gaza”.
O governo turco foi criticado antes das eleições locais de 31 de março por continuar o comércio com Israel em meio ao genocídio em Gaza.
Apesar de uma queda anual de 27,2%, as exportações mensais turcas para Israel atingiram US$ 437 milhões em março, o maior recorde nos últimos seis meses, período da invasão de Israel a Gaza. No mês passado, Israel foi classificado como o 15º país para o qual a Turquia mais exportou.
A ação turca foi altamente elogiada pela Palestina. O ministro da Economia palestino, Mohammed Alamour, disse que a iniciativa “afirma o apoio contínuo da Turquia ao povo palestino e os esforços incessantes para pressionar o governo israelense a parar o genocídio em Gaza”.
O ministro instou mais países a seguirem o exemplo turco, uma vez que Israel continua os atos de “genocídio” e “usa a fome como arma” contra o povo do enclave palestino.
Com Agência Xinhua