Uber e a disrupção selvagem

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Motorista de aplicativo (Foto: divulgação)
Motorista de aplicativo (Foto: divulgação)

Os Uber Files – mais de 124 mil arquivos da empresa vazados por Mark MacGann, lobista de carreira e ex-alto executivo da Uber, para o jornal britânico The Guardian – revelam o lobby feito pela companhia para ganhar acesso a líderes mundiais, infringir leis e evitar impostos em meio à caótica expansão global. A grande imprensa tupiniquim tem dado pouco destaque às denúncias (alguma surpresa?).

O lobby da Uber alcançou barões da mídia europeia, acadêmicos que receberam centenas de milhares de dólares para produzir estudos favoráveis e figuras como o então vice-presidente Joe Biden e o então ministro Emmanuel Macron – hoje, ambos são presidentes, e o francês disse que faria tudo de novo (alguma surpresa?).

Apesar do lobby, não há nada de disruptivo na forma de a Uber operar. Esta e outras empresas recebem apoio por radicalizar o capitalismo selvagem e concentrador de renda, explorando o trabalho de forma (aí sim) inédita, em que o trabalhador – sem oportunidades por conta do domínio das finanças sobre a produção – se submete a um regime de exploração em que o capitalista nem ao menos é dono dos meios de produção, e ainda é convencido de que isso é uma libertação para ele, trabalhador.

Não à toa, empresas assim recebem bilhões de investidores, que não esperam retorno – Uber registrou prejuízo de US$ 5,93 bilhões no primeiro trimestre de 2022, como vem se repetindo nos seus pouco mais de 10 anos de atividade – mas apoiam o “modelo disruptivo”.

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Pessoas que inventam essas companhias ditas tecnológicas deveriam estar presas por atentado à Humanidade, mas são incensados apenas por serem multibilionários, condição a que chegaram não por suas habilidades superiores, mas por saberem aproveitar os trilhões despejados pelos Bancos Centrais, que elevam a dívida pública – em última instância, são financiados pelo Estado.

 

Trem da equiparação

A eleição para a Anajus – associação que congrega analistas do Poder Judiciário e do MP da União – terá chapa única. A entidade tem como principal bandeira de luta derrotar o Projeto de Lei 3.662/2001, que eleva, para nível superior, a escolaridade do pessoal de apoio nos próximos concursos públicos. Segundo a Anajus, isso abre espaço para a criação de um “trem da alegria” bilionário com a equiparação dos salários desse segmento aos dos analistas.

 

Sucesso

Cuba está há mais de 2 meses sem registrar mortes causadas pela Covid. Praticamente todos os cidadãos elegíveis foram vacinados com uma das vacinas desenvolvidas e produzidas pelo País.

 

Rápidas

Neste sábado, às 10h, a Frente Inter-religiosa Dom Paulo Evaristo Arns por Justiça e Paz, em parceria com a Comissão Justiça e Paz de SP, a Comissão Arns, o Instituto Vladimir Herzog e a OAB-SP, realizarão ato em homenagem ao indigenista Bruno Pereira e ao jornalista britânico Dom Phillips, na Catedral da Sé, Centro da capital paulista *** Nesta quarta-feira, às 18h, Dia Mundial do Rock, o Levanta! Ao Vivo traz show com artistas da cena independente do pop punk grunge carioca, no Teatro Solar de Botafogo. Informações através do Instagram @programalevanta

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