O Parlamento ucraniano nomeou hoje Volodymyr Groysman primeiro-ministro, para ultrapassar a crise política e desbloquear ajuda ocidental ao país, destruído por um conflito armado com separatistas pró-russos e pelo impasse econômico.
Os deputados aprovaram a resolução, por 257 votos a favor, que confirmou a nomeação de Groysman, um aliado do presidente Petro Poroshenko, para chefe do governo em substituição a Arseni Iatseniuk, criticado pela lentidão das reformas e escândalos de corrupção.
– Juro que este governo não mostrará qualquer tolerância à corrupção. Juro servir o povo ucraniano de maneira que nem vós, nem o povo, nem o presidente tenham vergonha do meu trabalho – declarou Groysman, perante os deputados.
Pouco antes da votação, Poroshenko garantiu aos deputados que o novo executivo iria continuar a política de “integração europeia”.
O presidente da Ucrânia destacou a necessidade para o novo governo de retomar a ajuda financeira do FMI, crucial para o país, mas suspensa há meses devido à crise política.
– Sublinho a necessidade imperativa e sem alternativa de continuar a cooperação com o FMI e outros doadores internacionais que garantem o apoio financeiro das reformas ucranianas. Devemos passar da estratégia de sobrevivência, totalmente justificada nos anos 2014-2015, para uma estratégia de crescimento acelerado – afirmou Poroshenko.
Após vários dias de difíceis negociações, os deputados ucranianos chegaram a acordo na quarta-feira para nomear um novo executivo, liderado pelo antigo presidente do Parlamento Volodymyr Groysman.
Os deputados anunciaram também ter sido alcançado um acordo sobre a quase totalidade dos postos ministeriais, à exceção do ministro da Saúde.
Iatseniuk anunciou a demissão no domingo, após meses de descontentamento na Ucrânia devido às insuficientes reformas prometidas e escândalos de corrupção entre a equipe do ex-primeiro-ministro.
Considerado um fiel do chefe de Estado, Groysman, que é aos 38 anos o mais jovem chefe de governo da Ucrânia, dirigia desde o final de 2014 o Parlamento ucraniano, depois de ter sido durante vários meses vice-primeiro-ministro no executivo de Iatseniuk.
Antes da nomeação para o governo, na sequência da revolução popular pró-europeia na Praça Maidan, em fevereiro de 2014, Groysman foi durante oito meses presidente da Câmara de Vinnytsia, uma cidade de 370 mil habitantes no Centro-Oeste da Ucrânia considerada um reduto de Poroshenko.
Responsável pelo desenvolvimento de infraestruturas rodoviárias e transportes públicos daquela cidade, Groysman é um “um viciado em trabalho” com “uma grande capacidade de resolver diferendos”, mas a quem falta uma “visão global da situação”, de acordo com antigos e atuais colaboradores questionados pela agência de notícia France Presse.
Agência Brasil, com informações da Lusa