UE condena ataques de Israel na Síria e pede que país honre seus compromissos

Holanda pede que Europa reveja acordo com Israel sobre bloqueio de ajuda a Gaza

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Benjamin Netanyahu (Foto: Alan Santos/PR)
Benjamin Netanyahu (Foto: Alan Santos/PR)

A União Europeia condenou os últimos ataques e incursões de Israel na vizinha Síria e instou as autoridades israelenses a respeitarem seus compromissos, em particular o Acordo de Desengajamento de 1974, que previa, entre outras coisas, a retirada das tropas.

O Serviço de Ação Externa da UE pediu a “todos os atores externos” que “respeitem a unidade, a soberania e a integridade territorial da Síria”, pois teme que operações como as lançadas por Israel nas últimas semanas possam prejudicar a estabilidade e alimentar as tensões sectárias em meio ao processo de transição.

O governo de Benjamin Netanyahu justificou os últimos bombardeios com a necessidade de proteger a população drusa, depois que dezenas de pessoas foram mortas em combates entre membros da comunidade drusa e milicianos simpáticos às atuais autoridades sírias.

A UE condenou os confrontos e pediu o “fim da violência”, em uma declaração na qual também pediu uma investigação “rápida, transparente e imparcial” para levar à justiça os responsáveis pelas violações dos direitos humanos.

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No interesse da responsabilização, o bloco propôs que os mecanismos da ONU e as organizações da sociedade civil tivessem acesso às áreas de conflito e colaborassem com as investigações.

“Esses incidentes enfatizam mais uma vez a necessidade de as autoridades de transição cumprirem sua responsabilidade de manter a ordem e proteger a população em toda a Síria”, disse o gabinete de Kaja Kallas, que pediu uma nova Síria “pacífica e inclusiva” após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro. A UE se oferece para contribuir com esses esforços.

Já o governo holandês solicitou formalmente à União Europeia que revise o Acordo de Associação com Israel, tendo em vista o persistente bloqueio à ajuda humanitária que deveria chegar à Faixa de Gaza, o que alinha o governo holandês com as exigências anteriormente expressas pela Espanha e Irlanda.

O ministro das Relações Exteriores da Holanda, Caspar Veldkamp, ex-embaixador em Israel, denunciou em declarações ao canal NOS que “o bloqueio viola o direito humanitário internacional”, em um endurecimento do tom de seu governo diante da escalada do conflito atual.

Veldkamp, membro do partido centrista Novo Contrato Social, já enviou uma carta à Alta Representante da UE para Política Externa, Kaja Kallas, e planeja discutir a questão com seus colegas dos outros estados-membros. De acordo com a carta, a Holanda é a favor do endurecimento da posição comum.

Kallas confirmou que discutiria a questão com os ministros na quinta-feira, falando à imprensa em sua chegada à reunião informal dos ministros das Relações Exteriores da UE, que começou na quarta-feira em Varsóvia. “Todos entendem que esta é uma situação muito difícil e temos que discutir o que mais podemos fazer”, disse ele.

A chefe da diplomacia europeia levantou a dicotomia entre “manter os canais abertos para o diálogo” e, ao mesmo tempo, “expressar todas as nossas preocupações sobre o que Israel está fazendo”, lembrando que ela já havia dito ao ministro israelense das Relações Exteriores, Gideon Saar, na segunda-feira, que a situação humanitária na Faixa de Gaza é “insustentável”.

Em novembro, no entanto, a maioria votou contra a proposta do então Alto Representante, Josep Borrell, de suspender o diálogo político com Israel sobre sua ofensiva na Faixa de Gaza. A Comissão Europeia não respondeu à demanda da Espanha e da Irlanda por uma revisão da conformidade de Israel com as cláusulas de direitos humanos do Acordo de Associação.

Com informações da Europa Press

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