Um em quatro brasileiros sofreu fraude bancária no ano passado

Na América Latina, 43% das PMEs foram vítimas de ataques de phishing

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Código binário, tela verde (Foto: ABr/arquivo)
Código binário, tela verde (Foto: ABr/arquivo)

O setor bancário brasileiro vive um momento de transformação acelerada, impulsionado pela digitalização e pela crescente demanda por serviços financeiros ágeis e seguros. Segundo o “Estudo de Experiência Digital 2025” da ID Wall, o país atingiu uma taxa de bancarização de 94% em 2024, com 1,27 bilhões de contas ativas e uma média de 6,4 contas por pessoa. Esse cenário coloca o Brasil como um dos líderes globais em inclusão financeira, superando países como EUA e Índia em contas per capita. No entanto, a expansão traz consigo desafios significativos, como o aumento de fraudes e a necessidade de equilibrar segurança com uma experiência digital satisfatória para o cliente.

O Pix consolidou-se como o principal meio de pagamento do país, somando 29 bilhões de operações no primeiro semestre de 2024, de acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), um crescimento de 61% em relação ao mesmo período de 2023. O sucesso do sistema também teve impacto direto no PIB brasileiro: segundo a ACI Worldwide, o Pix gerou um incremento de US$ 24,6 bilhões em 2023. Outro avanço importante no setor financeiro é o Open Finance, que completa quatro anos em 2025 e já acumula mais de 60 milhões de consentimentos. O dado reflete a crescente demanda dos consumidores por serviços financeiros personalizados e integrados.

esses avanços, o cenário de fraudes é preocupante. De acordo com a ACI Worldwide, R$ 10,1 bilhões foram perdidos nos últimos dois anos, com o Pix sendo um dos principais alvos. Em 2024, 24,75% dos entrevistados afirmaram ter sido vítimas de golpes – um aumento de 13,05 pontos percentuais em comparação com 2023.

A preferência por bancos digitais continua crescendo, com três em cada cinco novas contas abertas em instituições desse tipo. O Nubank lidera o mercado, presente em 52,29% das carteiras dos respondentes, seguido por PicPay e Itaú. No entanto, os bancos tradicionais ainda dominam como contas principais, especialmente entre quem recebe salário (81,91% dos casos). A segurança é o fator mais relevante na escolha de uma instituição financeira, citada por 67,69% dos entrevistados, seguida por praticidade (49,75%) e variedade de produtos (48,26%). Por outro lado, atendimento ruim (33,85%) e problemas de segurança (33,51%) são os principais motivos para troca de banco.

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A experiência do cliente no ambiente digital também foi analisada em profundidade. A abertura de contas, por exemplo, é um processo crítico: 51,43% dos usuários preferem um cadastro rápido, enquanto 42,76% reclamam da lentidão e de falhas em validações biométricas. Além disso, a percepção de segurança varia conforme o método de autenticação: senhas e biometria facial são consideradas as mais seguras, mas também as que demandam maior esforço. Apesar disso, 93,62% dos clientes avaliam suas instituições como seguras ou muito seguras, embora 23,62% tenham enfrentado bloqueios de conta ou cartão em 2024.

No que diz respeito à satisfação, os bancos digitais se destacam, com 94,66% de avaliações positivas, contra 91,84% dos tradicionais. A oferta de produtos é um diferencial: Pix e seguros são os serviços mais valorizados, presentes em 100% das instituições analisadas. Contudo, a contratação de empréstimos ainda é vista como o processo menos satisfatório e seguro, refletindo a necessidade de melhorias nessa área. A acessibilidade também é um ponto de atenção: enquanto 81,80% dos clientes de bancos tradicionais consideram suas instituições adaptadas para pessoas com deficiência, esse índice cai para 71,77% nos digitais.

O estudo ainda revela que os brasileiros estão cada vez mais conectados: 76,08% acessam seu banco principal pelo menos uma vez por semana, sendo o celular o dispositivo preferido para transações (90,5% dos casos). No entanto, a preferência por atendimento humano cresceu 12,83 pontos percentuais em 2024, sinalizando que, mesmo em um mundo digital, a interação pessoal ainda é valorizada.

Já estudo da Kaspersky revela que 43% das Pequenas e Médias Empresas (PMEs) da América Latina foram vítimas de ataques de phishing no ano passado. Este tipo de golpe que existe há mais de duas décadas, continua sendo eficaz devido à falta de capacitação e desconhecimento em cibersegurança nas pequenas e médias empresas.

Com aumento alarmante de 267% nos golpes de phishing no Brasil, a Kaspersky revelou que o país sofreu mais de 309 milhões de bloqueios de mensagens falsas, equivalente a 588 tentativas de ataque por minuto. Esse volume massivo, que coloca o Brasil como o país mais atacado da região, transforma as PMEs brasileiras em alvos importantes para os cibercriminosos, por muitas vezes contarem com recursos mais limitados, tornam-se atraentes para os golpistas que buscam explorar brechas.

O impacto de um ataque de phishing em PMEs é devastador: roubo de dados, perdas financeiras, interrupção de operações e dano reputacional. Incidentes geram consequências difíceis de reverter, forçando reduções de pessoal ou fechamento. Pesquisas indicam custo médio de US$ 108 mil de um comprometimento de segurança em uma PME, urgindo investimento em prevenção e capacitação de equipes.

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