Faltando apenas um mês para uma das principais datas de vendas no segundo semestre, consumidores e empresas já estão se preparando para a Black Friday 2023. De acordo com um novo estudo encomendado pelo Google à Offerwise, eletrônicos (69%) é o grupo de categorias preferidas dos brasileiros que pretendem comprar na Black Friday, com destaque para os eletrodomésticos (30%), celulares (28%) e eletroportáteis (27%).
Já a categoria de vestuário (53%) é a segunda mais desejada, seguida pelos segmentos de beleza e cuidado pessoal (37%), casa (34%) e alimentação (27%).
Para além dos setores tradicionais, outro destaque da pesquisa é a intenção dos brasileiros em investir em viagens (12%) e em serviços (12%), assim como no setor de educação (7%) e em produtos para animais de estimação (7%).
Das 30 categorias analisadas pela pesquisa, 13 tiveram crescimento na intenção de compra em relação ao mesmo período de 2022. A que mais se destacou foi a de eletrodomésticos, cuja intenção de compra para o período está 5 pontos percentuais (p.p.) maior do que no ano passado. Os setores de eletroportáteis e equipamentos de áudio e vídeo (4 p.p.) estão logo atrás, seguidos pela categoria de artigos esportivos (3 p.p.).
A pesquisa também investigou a antecedência com que os brasileiros começam a pesquisar os produtos e serviços que pretendem comprar na Black Friday. O resultado mostra que categorias como celulares, TV e eletrodomésticos e portáteis tem alta antecipação, mais da metade dos consumidores já começaram a pesquisar, enquanto categorias de uso pessoal e dia a dia tem média e baixa antecipação.
Outro destaque da pesquisa é o otimismo dos brasileiros: a maior parte (68%) acredita que sua situação econômica familiar vai melhorar até o final do ano, um aumento de 23 p.p em relação ao mesmo período do ano passado, enquanto 24% afirmam que vai ficar igual e apenas 4% acreditam que piorará.
Neste ano o consumidor brasileiro está ainda mais interessado na Black Friday, conforme as buscas no Google: no terceiro trimestre deste ano, as pesquisas relacionadas à data mais que dobraram (114%) em comparação ao mesmo período do ano anterior, marcando o trimestre de maior volume de buscas pré-Black Friday desde 2019. Além disso, os top termos buscados são relacionados a buscas sobre qual será a data da Black Friday em 2023, o que reflete o interesse dos consumidores pela data mais promocional do varejo.
Ainda de acordo com dados internos do Google, 24 categorias de varejo cresceram em buscas na última semana, tanto em relação ao mesmo período de 2022 quanto em relação às semanas anteriores, mostrando um interesse das pessoas por uma variedade de produtos. Entre as categorias em crescimento, destacam-se suplementos, casa e construção, automotivo e eletroportáteis. Elas são as categorias que tiveram maior crescimento nas buscas no período analisado, o que mostra que, mesmo com volumes de buscas menores, essas categorias têm grande potencial para o varejo explorar nesta data, ampliando ainda mais as oportunidades de negócios na Black Friday.
O estudo foi realizado em outubro e ouviu 2 mil brasileiros conectados das classes A, B e C e que declararam conhecer a Black Friday, por meio de questionário online. A pesquisa foi conduzida pela Offerwise a pedido do Google.
Todo final de ano é altamente aguardado para o setor varejista, uma vez que os últimos três meses contemplam três das principais datas para o comércio: o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal. Passado o 12 de outubro e faltando cerca de um mês para o principal evento de novembro, a Black Friday, estudos apontam uma maior intenção de compra dos brasileiros, além da preferência por lojas virtuais.
Eduardo Daghum, CEO e fundador da Horus Group, empresa especializada na análise de fraudes, faz um alerta aos donos de e-commerces quanto à necessidade da prevenção às fraudes. “Datas de alta movimentação nos negócios online costumam ser oportunas para fraudadores, podendo acarretar em prejuízos aos empresários”, adverte.
A boa notícia é que a inteligência artificial (IA) pode ajudar os e-commerces a diminuir o risco destas fraudes. Segundo um estudo da Lexis Nexis Risk Solutions, as lojas virtuais dos EUA sofreram um prejuízo médio de 3,36% para cada dólar gasto devido a fraudes no ano passado. No entanto, a partir do momento que implementaram a IA para análise de transações suspeitas, as perdas caíram para 0,9%.
Dentro da estratégia antifraude, a tecnologia pode ser usada para identificar padrões de comportamento suspeitos, como endereços IP, números de cartão de crédito e informações de cadastro duvidosos. Além disso, a IA pode ser usada para analisar grandes volumes de dados, o que pode ajudar os e-commerces a identificar fraudes de forma mais eficiente.
“Com o machine learning, ou aprendizado de máquina, a IA recebe diversos exemplos de transações legítimas e fraudulentas, aprendendo a distinguir uma da outra por seus padrões, desde a análise do histórico de compras do usuário, localização, dispositivo usado, entre outras”, afirma Eduardo.
O executivo ressalta que grandes empresas já apostam na inteligência artificial para o combate às fraudes no comércio eletrônico. É o caso da Visa, que aumentou seus investimentos em segurança digital conforme o boom dos e-commerces durante os anos de isolamento social devido à pandemia.
Apesar do bom desempenho da IA, o especialista comenta que, por mais que a tecnologia possa chegar de forma muito mais rápida em análises complexas sobre cada transação, o olhar humano não deve ser negligenciado. “A inteligência artificial também comete erros e trabalha com probabilidade, podendo, em alguns casos, bloquear uma compra legítima. Ter uma boa equipe de análise manual treinada para revisar o que o modelo de IA ainda não identificou de forma correta pode gerar importantes insights, agilizando o aprendizado do IA. A assertividade dentro de uma boa estratégia antifraudes está na atuação de um bom time de analista e o auxílio da tecnologia”, conclui.
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