Uma em cada 10 pessoas de países pobres receberá vacina, diz relatório

470

Relatório divulgado hoje pela People’s Vaccine Alliance alerta que cerca de 70 países pobres ou em desenvolvimento só serão capazes de vacinar uma em cada dez pessoas durante o próximo ano, porque a maioria dos produtos mais promissores, entre elas a da Moderna, da Pfizer e da AstraZeneca, já foram comprados pelos países ricos.

Na Europa, nos EUA e na maioria dos países do Leste Asiático, os governos já compraram milhões de doses de vacinas contra a Covid-19 e preparam os planos de vacinação para as populações.

No Reino Unido, a vacinação em massa dos grupos mais vulneráveis começou nessa terça-feira (8) e, embora ainda aguardem pela aprovação das agências de medicamentos, os EUA e a Europa já encomendaram vacinas suficientes para imunizar as populações a partir das próximas semanas. Enquanto os países ricos adquirem em massa as três vacinas para as quais foram anunciados resultados de eficácia, os países mais desfavorecidos não terão capacidade para vacinar nove em cada 10 pessoas.

Os países mais ricos, ou pelo menos com capacidade para comprar doses suficientes das vacinas e proteger a população da Covid-19, representam apenas 14% da população mundial. Contudo, já detêm 53% das vacinas mais promissoras.

Espaço Publicitáriocnseg

Segundo o relatório, as nações mais ricas compraram doses suficientes para vacinar toda a população quase três vezes até o fim de 2021, se todas as vacinas atualmente em testes clínicos forem aprovadas.

O Canadá está no topo da lista dos países que mais doses acumulam: comprou mais doses per capita do que qualquer outro país, tendo o suficiente para vacinar cada pessoa cinco vezes, diz a organização, que inclui a Anistia Internacional, a Frontline Aids, a Global Justice Now e a Oxfam.

Apesar de a farmacêutica AstraZeneca já se ter comprometido a fornecer 64% das doses da vacina, desenvolvida com a Universidade de Oxford, para imunizar pessoas em países em desenvolvimento, a organização alerta que não será suficiente porque uma empresa sozinha não consegue fornecer a grande parte do mundo. Embora medidas já estejam sendo tomadas em nível global para garantir que o acesso às vacinas seja justo e igual, ativistas consideram que são necessárias ações urgentes por parte dos governos e da indústria farmacêutica.

O projeto Covax, uma aliança global, já conseguiu garantir 700 milhões de doses de vacinas para serem distribuídas entre os 92 países mais pobres envolvidos nessa organização.

As doses da vacina da Pfizer e BioNTech, aprovada no Reino Unido na semana passada, irão quase todas para os países ricos – 96% das doses foram adquiridas pelo Ocidente. A vacina Moderna, que usa uma tecnologia semelhante e tem 95% de eficácia, vai exclusivamente para países ricos. Os preços dos dois produtos, no entanto, são elevados, e as condições de armazenamento em temperatura extremamente baixas vão dificultar para os países mais desfavorecidos.

A vacina da Universidade de Oxford/AstraZeneca, que tem 70% de eficácia, é estável em temperaturas normais de frigoríficos, e o preço definido é relativamente baixo para permitir o acesso a todos. Mas, no máximo, esse imunizante consegue chegar a 18% da população mundial no próximo ano.

No Brasil, o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (MS), Arnaldo Medeiros disse hoje, em Brasília, que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a extensão do prazo de validade dos testes para a Covid-19, do tipo RT-qPCR, que estão estocados pelo governo. Os testes foram adquiridos em abril pelo ministério em uma parceria com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), em caráter emergencial. Durante audiência nesta quarta-feira, na Comissão da Câmara dos Deputados, que acompanha as ações do governo federal no enfrentamento à pandemia, Medeiros disse que cerca de seis milhões de testes vencem até março de 2021.

Os números atualizados dos testes com data de vencimento, em caixa, em dezembro somam 2.814.500; em janeiro, 3.979.300, fevereiro, 22.900, e em março, 70.800. Com a decisão da Anvisa, os produtos receberam uma ampliação da validade de quatro meses.

O RT-PCR é considerado um dos mais eficazes para diagnosticar a Covid-19. A coleta é feita por meio de um swab (uma espécie de cotonete aplicado na região nasal do paciente e armazenada em um tubo). Posteriormente, o material é processado para a extração genética. Após essa extração, na última etapa, reagentes apontam se o paciente testou positivo ou não.

 

Com informações da Agência Brasil, citando a RTP

Siga o Monitor no twitter.com/sigaomonitor

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui