Uma estratégia para a preservação da Amazônia

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É antiga a cobiça internacional pela região amazônica. O sempre lembrado cientista e historiador Arthur Cezar Ferreira Reis, em livro que mereceu várias reedições, intitulado “A Amazônia e a Cobiça Internacional”, levantou as tentativas de nações forâneas de, sob vários pretextos, se apossarem desta imensa reserva de riquezas naturais. Lembra o historiador citado, que a primeira surtida se deu no princípio de século XVI, quando os portugueses tiveram que expulsar ingleses, franceses e holandeses do estuário do grande rio. Outras tentativas se repetiram.
Não vamos revolver toda a história. Mais recentemente, esta ambição tem vindo mascarada pelo véu da internacionalização de regiões de interesse da humanidade. Lembraremos que, em 1948, sofremos o impacto do projeto da Unesco, conhecido por Projeto da Hileia Amazônica, aprovado naquela organização até pelo representante brasileiro. Este projeto previa a internacionalização da Amazônia brasileira tendo provocado um parecer desfavorável do Estado Maior das Forças Armadas (EMFA), seguido de sua rejeição pelo Congresso Nacional. As idéias de internacionalização da Amazônia, nos dias de hoje são abrigadas pelas chamadas Organizações Não Governamentais (ONGs), ligadas a problemas de ecologia, meio ambiente, índio, antropologia, direitos humanos, etc, que na Europa e Estados Unidos, pressionam permanentemente os seus governos, a favor de suas teses.
Devemos estar preparados para vencer esta nova corrente de pressões internacionais que se anunciam em vários pontos, de forma ainda inconsistente, mas sempre ativas e presentes.
Nossa posição de alerta exige importante ação psicológica, fortalecendo a vontade nacional de defender a Amazônia. Ao mesmo tempo precisamos de uma diplomacia vigilante e dinâmica, no sentido de não deixar prosperar as ameaças. Em termos de defesa militar, é mister revelar uma disposição convincente de defendê-la pelas armas, se necessário for.
Esta disposição convincente faz parte da Estratégia de Dissuasão que vem sendo posta em prática pelas nações ameaçadas da prepotência dos “grandes”. Consiste, no campo militar, em apresentar ao candidato a invasor, uma ameaça que ele não possa ou não lhe convenha arriscar a vencer. Imagine-se os riscos e custos de uma invasão da selva amazônica, se revelarmos uma vontade nacional forte e disposição militar de defendê-la. O “preço a pagar” constitui a fraqueza dos “grandes”. Na defesa de nossos interesses nacionais, quando ameaçados, devemos saber explorar esta fraqueza usando a Estratégia de Dissuasão.
Carlos de Meira Mattos
General reformado do Exército e Conselheiro da ESG.

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