A coluna está preocupada com a frequência com que tem concordado com o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara, ou do apoio dele a teses lançadas neste espaço. Maia foi preciso ao dizer que o Governo Bolsonaro não fez um pacote organizado para combater a crise e que reage às pressões de setores da sociedade e a notícias de medidas adotadas no exterior.
Falando de forma menos política, o que foi apresentado até agora é uma colcha de retalhos, com sérios problemas jurídicos e operacionais, que não dão confiança nem aos empresários, nem aos trabalhadores. O único setor que está tranquilo, por ter todos seus desejos atendidos, é o financeiro. Não bastasse o R$ 1,2 trilhão garantido pelo Banco Central, diante de um cenário de aumento de juros pelos bancos o que fez o governo? Limou o IOF. Diferentemente de outros tributos, como PIS e Cofins, que foram apenas adiados, o IOF não precisará ser recolhido. Com isso, reduz-se o custo do empréstimo, garantindo os juros elevados.
Na Argentina, o governo proibiu demissões e garantiu apoio às empresas; na Rússia, Putin colocou todos de férias por um mês, com direito a salário; Trump bancou um pacote trilionário e estendeu o seguro-desemprego para 12 meses.
No Brasil, as medidas são tomadas de olho nos livros fiscais e no lucro financeiro. Além disso, quem deveria estar no comando aposta na insegurança e demonstra total incapacidade. Não se sabe quantos casos de contaminação pelo coronavírus realmente existem, por falta de laboratórios para os exames – lembre-se que saúde, educação e ciência são demonizados pelo atual governo e tiveram suas verbas cortadas.
Sem conhecer o número de baixas e sem generais no comando, o Brasil vai à guerra dependendo de esforços individuais.
Reforço
No distrito de moda em Nova York, costureiras que estão sem trabalho e se dispõem a colaborar no “esforço de guerra” estão recebendo tecidos especiais e moldes para fazer roupas de proteção e aventais para os profissionais da saúde. Os estoques nos hospitais estão caindo, e há dificuldade em se encontrar o material específico. O movimento é fruto do esforço de companhias do segmento de moda.
Indústria no vermelho
O ritmo de operação do setor industrial neste início de 2020 é inferior ao registrado em igual período de 2019. Na comparação do primeiro bimestre de 2020 com igual período do ano passado, houve retração de 0,6%. Com os primeiros efeitos das restrições da Covid-19, é aposta certa que o setor ficará no vermelho no primeiro trimestre, completando o sexto trimestre consecutivo de perda de produção. E a perspectiva é que a cor permaneça até o final do ano.
Dependência
A dificuldade em se importar material médico – com direito a atos de pirataria dos EUA na China – é uma triste forma de lembrar que dependência em itens essenciais é uma porta para o desastre. O alerta vale para todas as nações que terceirizam suas produções ao sabor do mercado.
Rápidas
O deputado Luiz Flávio Gomes (PSB-SP) morreu nesta quarta-feira, aos 62 anos, em decorrência de uma leucemia agressiva descoberta no final do ano passado. Ele foi juiz, promotor, professor e colaborou esporadicamente com artigos para a página de Opinião do Monitor Mercantil *** A terapeuta ortomolecular Heloísa Bernardes está com vários cursos profissionalizantes online: Formação Quântica em Bio Ortomolecular Avançada e Terapia Ortomolecular (em parceria e certificado pela Faculdade Facha); Formação em Naturopatia (parceria e diploma com a Academia de Medicina Europeia); e Estética Ortomolecular Master. Veja a programação aqui *** Como seria expandir seu negócio nas redes sociais nesse momento? A oficina online e ao vivo “Como Expandir sua Marca nas Mídias Sociais” acontecerá 16 de abril, de 19h às 21h, com a terapeuta quântica Deborah Souza. Inscrições aqui *** A ABI de São Paulo, em conjunto à ABI nacional e entidades da sociedade civil, fará um ato virtual em 7 de abril, Dia do Jornalista, pelo Facebook, às 19 horas, “em defesa do jornalismo, da informação e da verdade”. No mesmo dia, será realizada a entrega do troféu Audálio Dantas, em homenagem à jornalista Patrícia Campos Mello.