Esta semana é importante, para todos os que acreditam em Deus. A Semana Santa é uma das mais belas tradições cristãs religiosas e que celebra a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus. Inicia-se no Domingo de Ramos, quando é lembrada a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém e termina justamente com a sua ressurreição, ocorrida três dias depois da sua crucificação no Calvário, conforme nos ensina o Novo Testamento. Esse domingo é precedido pela Quaresma, um período de quarenta dias que deveria ser observado pelos cristãos para fazer jejuns, orações e penitências.
Aliás, o Novo Testamento ensina que a ressurreição de Jesus, celebrada pela Páscoa, é o fundamento da fé cristã. A ressurreição estabeleceu Jesus como sendo Filho de Deus e é citada como prova de que Deus irá julgar o mundo, com justiça. Deus regenerou os cristãos para uma viva esperança pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos (Pedro 1:3). Esses, pela fé na obra de Deus, são espiritualmente ressuscitados com Jesus para que possam seguir para uma nova vida eterna.
Imprescindível elevarmos os pensamentos
a Deus e pedirmos graças e misericórdia
Vale lembrar que cada um dos dias da Semana Santa está intrinsecamente ligado a um fato ocorrido com Jesus, com significados relevantes. Na segunda-feira, Maria, sua mãe, unge Jesus com perfume, sendo drasticamente repreendida por Judas; na terça, Jesus anuncia a traição de um dos 12 apóstolos e acontece a negação de Pedro a Ele; na quarta, Jesus confirma a traição de Judas Iscariotes; no dia seguinte, quinta-feira, comemora-se a Última Ceia, quando Jesus institui a Eucaristia e a Ordem Sacerdotal. Sexta-feira é lembrada como a Paixão e Morte de Jesus. No sábado santo, Jesus desce ao inferno e triunfa sobre a morte, quando é celebrada a Vigília Pascal. Finalmente, no domingo, o filho de Deus, trinfou sobre a morte, ressuscitando. Nesse dia de alegria, os cristãos, entoam Aleluia, Aleluia.
Nesses momentos de dor e tantos sofrimentos pelos quais passamos – uma verdadeira tragédia se abateu sobre a humanidade – em razão dessa grave pandemia que assola o mundo, precisamos, além de externar solidariedade aos irmãos, refletir sobre cada dia vivido por Jesus e sobre os dias que vivemos e sobretudo o que fazemos e o que praticamos e o que não praticamos e deveríamos praticar em prol da grandeza da vida.
Imprescindível elevarmos, contritos, os nossos pensamentos a Deus e com Ele pedirmos graças e misericórdia. E, com fé e devoção, rezarmos pela saúde dos nossos pais, cônjuges, filhos, amigos e promover, também, uma reflexão sobre os nossos atos, ações e condutas, para que, a partir dessa necessária introspecção, e com as lições que a própria vida, a todo instante, nos dá, possamos crescer com mais maturidade e sabedoria, amparados no desejo de servir mais e melhor a quem precisa, pois, como pregava São Francisco, “é dando que se recebe”.
A Páscoa cristã está ligada à Páscoa judaica pela data e, também, por muitos dos seus simbolismos. Os costumes pascais variam bastante entre os cristãos do mundo inteiro e incluem missas matinais, a troca do cumprimento pascoal e de ovos de Páscoa. Muitos outros costumes passaram a ser associados à Páscoa e são observados por cristãos e não cristãos, como a caça aos ovos, o coelhinho da Páscoa e a Parada da Páscoa, realizada em várias Nações. Nessa época, há, ainda, uma grande quantidade de pratos típicos ligados à Pascoa e que variam de região para região.
Que o espírito da Semana Santa invada nossos corações e mentes e nos possibilite, com as reflexões que nos dispusermos fazer, trilhar um caminho de mais esperança, de menos competitividade, de menos arrogância, sem vaidades e sem intrigas, de despejar amor ao próximo e, sobretudo, o desejo e a vontade efetiva de acolhermos os que podemos efetivamente ajudar. Servir, enfim, a quem precisa. E, no atual momento, muitos precisam de nós.
Paulo Alonso
Jornalista, é reitor da Universidade Santa Úrsula.
