Último do ano na Sacopã

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Com duas belas gravuras francesas coloridas, que atentos colecionadores poderão arrematar até por R$ 80, que é o preço base delas, Valdir Teixeira vai começar , no próximo dia 4, às 20h30, a última apregoação de obras de arte e objetos variados deste ano, em seu endereço bem conhecido da Rua Sacopã, 9, Fonte da Saudade, Rio de Janeiro. As peças captadas para dispersão nas três noites – de terça até quinta-feira, 6 de dezembro – podem ser vistas deste sábado até segunda-feira, 3, naquele local.
São muitas as pratas, de diversas feitios e procedências, que dividem espaço sobre os móveis com porcelanas e peças de marfim, bronzes, pasta de vidro (Gallé, Daum Nancy), imagens portuguesas de santos em madeira e terracota, esculturas de alabastro, floreiras de mármore e outros trabalhos de arte e engenho das mais diversas origens. Difícil resistir ao encanto de, por exemplo, um terno de vasos de vidro iridiscente combinado com prata, de Richard, ou ao conjunto de faianças européias que se excede em graça e delicadeza, como também o faz o grupo de cristais coloridos que a velha Europa produziu para os salões da nobreza.
Nas paredes da casa de lances da Sacopã, quadros de autores nacionais e estrangeiros que mostram a diversidade da arte em técnica, temática, estilo e inspiração. E que estão à venda por valores bastante reduzidos da cotação real que deveriam ter. Atualmente – como sabem os assíduos freqüentadores dos leilões de Valdir -, o mercado é francamente favorável aos compradores. Entre outros nomes, estão no catálogo dessa apregoação os de Sylvio Pinto, Samir Mattar, Edgar Walter, Manoel Santiago, A. Timotheo, Aldemir Martins, Jenner Augusto, José Maria de Almeida, Laerpe Motta e também E. Oehlmeyer, Perez Rubio, R. Arregui, Vadore Muller e de Rugendas – este em duas lindas “Paisagens do Rio”. Alguns trabalhos mais antigos não trazem assinatura, ou não foram identificados, mas evidenciam o alto nível artístico dos seus executores.
Para Valdir Teixeira, que em 2007 soma cerca de 14 leilões (incluindo um extrajudicial que ainda vai fazer), este ano teve seu lado bom, positivo, mas deixa um problema que ele espera ficar resolvido em 2008, pois pode afetar negativamente todo o mercado de arte e antiguidades. Ele se refere às novas normas adotadas pelo Iphan – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, que “ferem o princípio de razoabilidade, pois têm em seu bojo exigências incompatíveis e inviáveis para a dinâmica dos leilões”. Profundamente preocupado com o que pode acontecer a partir de dezembro, se o Instituto cobrar o cumprimento das normas, o leiloeiro Teixeira, que há 33 anos apregoa obras de arte e objetos antigos (mas não só) credita as medidas preconizadas pelo Iphan à falta de conhecimento da sistemática do mercado de lances. “Até o momento não houve um diálogo ou entendimento para que haja uma adequação viável e necessária para a sobrevivência desse mercado”, desabafa.
Nesse grande leilão de fim de ano da Sacopã, que tem tudo para atrair as pessoas que fogem dos presentes comuns e óbvios, está na equipe de Valdir, reforçando o time com sua experiência de quase quarenta quase de atividades na leiloaria carioca, o cidadão Sebastião José Galvão. Que começou como auxiliar do leiloeiro Sebastião de Mendonça Barreto, foi titular durante anos e depois de trabalhar com outros leiloeiros está de serviço na casa de Dona Idalina. O que é ótimo para todos!

Curtas e rápidas
O leiloeiro Paulo Botelho aproveita o fim do ano para o começo de novas realizações em endereço novo. Ele vai deixar a Rua Primeiro de Março e mudar-se para a Avenida Rio Branco, 151, 5º andar. Os telefones continuam os mesmos. Na nova instalação, com auditório de dupla capacidade (menor e maior, segundo a necessidade) e outros itens de conforto e funcionalidade, Paulo Botelho pretende fazer leilões de arte, antiguidades e objetos variados todas as quintas-feiras, à tardinha. A partir de fevereiro, depois do Carnaval.

Em Lisboa, acontece nesta quinta-feira, 29, mais um dos tradicionais leilões de antiguidades e pinturas da Leiria e Nascimento, que será realizado na Rua de Santo António à Estrela, 31-B. Serão colocados à venda 100 lotes, compreendendo móveis, como uma cômoda D. Maria do século XVIII “de frente ressaltada, fecheada a pau-santo com trabalho de marquiterie”, pratas e porcelanas, peças sacras (retábulo indo-português e imagem de N.S. da Rosa entre outras), relógios de móvel e parede e trabalhos de pintores lusos e de outras nacionalidades. Dos primeiros, vale citar António Saúde, autor de paisagem campestre de Lousa.

A nova exposição que ficará em cartaz na Galeria Novo Mundo (Praia do Flamengo, 20, reunirá pinturas de três artistas plásticas do Grupo Manga Rosa: Cristina Sá, Dirce Fett e Maria Romani. Sob o a inspiração da natureza, os trabalhos são designados “Mudas” e concretizados com tinta acrílica sobre tela e aquarela sobre papel. Organizada pela Associação Cultural Buriti – Oscip, a mostra será aberta no próximo dia 10 e permanecerá no local até o dia 7 de janeiro de 2008.

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Poesia no Museu da República
Dois poetas da mítica cidade mineira de Cataguases escolheram a livraria do Museu da República, que fica na Rua do Catete, Zona Sul do Rio, para lançar seus últimos livros e ensejar a confraternização entre conterrâneos, colegas de ofício e amigos em geral. Assim sendo, registrou-se uma festa de muitos versos e emoções, no último dia 21, quando vieram a público os livros “Cidade Interior”, de Fraancisco Marcelo Cabral e “Água Polida”, de Nina Tâmega Peixoto. Francisco Marcelo já tem publicadas as obras: “O Centauro” (1949); “Inexilio” (1979); “Baile de Câmara”; “Poema em Três Cantos” (2000); e “Pedra de Sal (2003), que foram reunidos no “Livro dos Poemas”, de 2003. Na foto, Nina e Francisco Marcelo no encontro poético do antigo Palácio do Catete.

Ledy Gonzalez

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