Às traças

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O Brasil gasta anualmente cerca de US$ 1 bilhão com a importação de adubos, fertilizantes e defensivos agrícolas. O rombo desse item na balança comercial poderia ser ainda maior não fosse a Embrapa. As pesquisas da empresa permitiram ao país economizar US$ 1,2 bilhão na compra de fertilizantes nitrogenados e evitaram perdas anuais na colheita desses grãos da ordem de U$ 400 milhões. Nem restringindo seu olhar sobre a Embrapa ao viés macroeconômico, a equipe econômica se move para investir na valorização de seus técnicos altamente qualificados, submetidos a cerca 30 meses sem reajuste salarial. Dos 8.500 funcionários, 2.063 são pesquisadores, dos quais 52% com mestrado e 43% com doutorado. São esses e outros absurdos que permitem ao tucanato cumprir as metas de ajuste fiscal além dos limites impostos ao país pelo FMI.

A Amazônia é nossa
Não se sabe se é efeito da mudança dos ventos ou algum interesse ainda não revelado. Mas o fato é que a Rede Globo de Televisão dedicou vários minutos do Fantástico de domingo passado à questão da soberania sobre a Amazônia. Com direito a imagens e palavras de militares defendendo a região brasileira e a frases de líderes (e ex) internacionais, como Margareth Tatcher, Al Gore e François Mitterrand, questionando a soberania brasileira. O tom da matéria foi favorável ao Brasil e à posição dos militares nacionais.

Escaldado
FH preferiu não comparecer à cerimônia de posse do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Nelson Jobim. Depois de ter ouvido pesadas críticas a seu governo durante a posse de Marco Aurélio de Mello na presidência do Supremo, FH preferiu enviar o ministro da Justiça, José Gregori, como representante.

Aquarela carioca
Até o próximo dia 15, o carioca tem oportunidade de ver a exposição “Retratos Cariocas – Rio em Aquarelas”, de Elizabeth de Mattos Dias, na galeria de arte do Tijuca Tênis Clube (Rua Conde de Bonfim 451/ 2º andar), de segunda a sexta-feira, das 16h às 20h. As pinturas estão à venda no local.

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Bons modos
O pedido de intervenção no Estado do Rio de Janeiro feito pelo Judiciário à União – suspenso ontem – complica a oratória pró-ordem do governador Anthony Garotinho. Preocupado em parecer palatável ao establishment, Garotinho tem aproveitado todas as oportunidades para se demarcar do governador de Minas Gerais, Itamar Franco, a quem acusou, por exemplo, de ir contra lei por sua posição contrário às medidas de racionamento de energia impostas ao país pelo governo FH.

Colonialismo
A estarrecedora declaração do secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Amaury Bier, de que o governo depende da licença do FMI para liberar investimentos em energia elétrica, proferida justamente no momento em que o país é submetido ao vexame do racionamento, é a mais perfeita e acabada síntese do significado da globalização.

Garantias
O Clube Militar está mobilizando seus associados para enviarem faxes ao procurador da República do Distrito Federal apoiando a decisão do Ministério Público, que exige a garantia de salvaguardas tecnológica para permitir que os Estados Unidos utilizem a base de lançamento de Alcântara, no Maranhão. No texto assinado pelo seu presidente, general Hélio Ibiapina Lima, a instituição afirma estar convencida de que “tal acordo é profundamente lesivo à segurança nacional e ao nosso território”.

Limite
FH pode testar sua popularidade no domingo, quando parte do Centro da cidade de São Paulo sofreu com falta de energia elétrica em duas ocasiões: à tarde e à noite. Moradores revoltados foram às janelas protestar aos gritos contra o apagão e responsabilizar FH pelo que está ocorrendo no país. O presidente deve ter ouvido o protesto, já que uma das ruas afetadas foi a Maranhão, onde fica o apartamento dele em São Paulo – FH estava na cidade, para onde viajara na sexta-feira. No apagão noturno, porém, os ouvidos do presidente foram poupados: ele já voltara para Brasília.

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