O mais efervescente front da “guerra das vacinas” se dá na Europa, tendo como pano de fundo o ainda não digerido Brexit. União Europeia acusa a AstraZeneca de priorizar o Reino Unido em detrimento dos países do bloco. A companhia de certa forma confirma, argumentando que os britânicos assinaram contrato 3 meses antes e por isso receberão as doses primeiro. A UE contra-argumenta, dizendo que também tem contrato assinado que assegura o recebimento da vacina no prazo, além de levantar questões éticas.
A farmacêutica não dá explicações razoáveis para o atraso e sofre ameaça de ser proibida de exportar o medicamento de suas fábricas no continente europeu. Comissários da União Europeia afirmam que estão revisando guias de importação para comprovar se a AstraZeneca exportou vacinas produzidas na Alemanha, Itália e Bélgica para o Reino Unido. Além disso, alemães ventilam que podem impedir a venda do medicamento da Pfizer Biontech para os britânicos, em represália.
Os laboratórios farmacêuticos ganharam – e ainda vão ganhar – muito dinheiro com a pandemia, ainda que boa parte das pesquisas tenha sido financiada na base do risco por governos. A saúde e a economia mundiais não podem ficar à mercê de compromissos corporativos. Se as companhias farmacêuticas não conseguem atender à necessidade, é caso de quebra de patente e produção por quem tiver condições. O bem-estar do planeta não pode ficar à mercê dos interesses privados.
Soja na boleia
O caminhoneiro Wanderlei Alves, o Dedeco, um dos líderes da greve de 2018, avalia que a paralisação programada para 1º de fevereiro não acontecerá: “Hoje, querem fazer a paralisação no peito. Não faz. Caminhoneiro não faz greve no peito”, afirma em entrevista à BBC. A explicação é uma boa aula do que se passou há 3 anos:
“[A greve de 2018] teve apoio da população quase em geral e do setor rural. Isso não tem mais, porque o setor rural hoje está todo do lado do governo. Ruralista rico gosta de governo ruim porque governo ruim faz o dólar subir e quem vende em dólar se dá bem. Então o agronegócio gosta do Bolsonaro, porque aí eles vendem a soja deles a R$ 5, R$ 6 o dólar”, provoca.
Choque
Ruy Flaks Schneider, oficial da reserva da Marinha, presidente do conselho de administração da Eletrobras, é cotado para assumir a presidência da estatal. O militar já foi executivo da Xerox, Banco de Montreal, Light, Sonae Sierra e Brasil Telecom. Não deixou saudades em nenhuma.
Rápidas
“Engenharia Naval e do Petróleo para Advogados Online” é o curso que o Ibef Rio realizará na primeira quinzena de fevereiro, de 9h às 11h. Detalhes aqui *** A Faculdade BSSP oferecerá uma aula online do MBA Gestão Corporativa, Controladoria & Finanças, sobre Governabilidade, Compliance, Governança corporativa e ética, 29 e 30 de janeiro, com o professor Sérvulo Mendonça, CEO do Grupo Epicus. Inscrições aqui *** A definição dos nomes que substituirão Rodrigo Maia e Davi Alcolumbre é tema do webinário “A sucessão na Câmara e no Senado”, que o FGV Ibre realizará nesta quinta, às 10h. Inscrições aqui.
Matéria atualizada às 14h15 de 29/1/2021 para correção de informação: o laboratório da AstraZeneca ficna na Bélgica, não na Holanda, como estava anteriormente.
Leia mais: