Segundo o Departamento do Trabalho dos EUA em seu relatório Jolts publicado hoje, as vagas de emprego cresceram de forma inesperada em novembro, mas uma redução nas contratações indicou uma desaceleração do mercado de trabalho. As vagas, aumentaram em 259 mil, para 8,098 milhões no último dia de novembro.
Para o economista José Alfaix, da Rio Bravo, “as vagas de emprego em aberto de novembro superaram as expectativas do mercado, e evidenciam um mercado de trabalho sólido. Os números mostram que as posições disponíveis subiram para 8,1 milhões, um salto relevante frente ao observado em outubro. O resultado foi muito impulsionado por um salto da demanda das empresas por serviços administrativos, subindo 273 mil no mês. Ao mesmo tempo, também observamos incremento nas vagas de atividades financeiras, com destaque para seguradoras. O Jolts de novembro corrobora a visão de que houve um movimento de contratação bastante amplo em novembro e dezembro, e deve ser refletido em um número forte do relatório de emprego que será publicado na sexta-feira. A solidez do mercado de trabalho afasta ainda mais a possibilidade de cortes de juros no curto prazo, ao passo que os riscos de uma recessão se mostram mais distantes, e as preocupações inflacionárias tomam a prioridade do Fed”.
Já segundo João Kepler, CEO da Equity Fund Group, “o aumento inesperado nas vagas de trabalho abertas reforça que o mercado de trabalho norte-americano continua resiliente, mesmo diante de um cenário de desaceleração econômica esperada. Esse movimento adiciona complexidade ao contexto da política monetária do Fed, já que um mercado de trabalho aquecido pode limitar o espaço para cortes mais agressivos na taxa de juros, mesmo com sinais de moderação em outros indicadores econômicos. A manutenção desse equilíbrio será crucial para evitar pressões inflacionárias e, ao mesmo tempo, sustentar a confiança do mercado.”
E para Volnei Eyng, CEO da gestora Multiplike, “esse número confirma que o mercado de trabalho dos EUA segue muito aquecido. Um mercado de trabalho forte como esse dificulta a tarefa do Fed de reduzir a inflação, que ainda está acima da meta de 2%. Quando há alta demanda por trabalhadores, os salários tendem a subir, alimentando pressões inflacionárias e mantendo a economia aquecida. Mas o principal ponto é que agora teremos a mudança do presidente dos EUA, entrando Trump, o que deve pressionar ainda mais a situação de inflação nos EUA. Isso significa que um corte de juros, esperado por muitos, pode ficar mais distante do que o mercado deseja.”