Dados do Novo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) revelaram um crescimento de 45% no saldo de vagas formais ocupados por mulheres de janeiro a agosto de 2024, em comparação ao mesmo período de 2023. Para os homens, o aumento foi de 10%.
Até agosto de 2024, cerca de 46% das novas vagas formais criadas foram ocupadas por mulheres, totalizando mais de 800 mil postos. No entanto, o saldo absoluto de empregos formais ainda é inferior ao dos homens, que somaram 926,2 mil vagas. Essa diferença evidência que, mesmo com um ritmo de crescimento acelerado para as mulheres, o número total de oportunidades permanece desigual.
Embora o crescimento no número de vagas ocupadas por mulheres seja promissor, muitas dessas oportunidades são especializadas em setores com baixos salários, como atendimento ao público, comércio e serviços.
Além disso, segundo o último censo do IBGE, os jovens entre 14 e 24 anos representam 17% da população brasileira, ou seja, esse grupo geracional forma um contingente de 34 milhões de pessoas. Desse total, 602 mil conquistaram o primeiro emprego por meio da Lei da Aprendizagem, em março deste ano. Um número significativo, porém, muito pequeno quando comparado aos três milhões de jovens desocupados e aos quase cinco milhões que não estudam e nem trabalham, de acordo com o IBGE e o Ministério do Trabalho e Emprego.
Essa parcela da população enfrenta os desafios da conquista do primeiro emprego formal e, com isso, têm mais dificuldade em transpor as barreiras da vulnerabilidade social. De acordo com um levantamento da Fundação CDL-BH, braço social da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), no ano de 2023 foi registrado que dos mais de 1.300 jovens atendidos pela entidade, 19,64% estão em situação de alto risco social, tendo a renda per capita do núcleo familiar girando em torno de R$ 0 a R$ 529. Outros 28,12% estão em situação de risco social, com a renda per capita de R$ 529,51 até R$ 1.059.
Segundo o Ministério, estabelecimentos de qualquer natureza, que tenham pelo menos sete empregados, são obrigados a contratar aprendizes, de acordo com o percentual exigido por lei (Art. 429 da CLT), sendo o mínimo 5% e o máximo 15% em relação à quantidade de empregados.
Segundo a Pnad Contínua, elaborada pelo IBGE e Ministério do Trabalho e Emprego, dos a informalidade do mercado de trabalho alcança 40% dos ocupados, sendo que entre o grupo de 14 a 24 anos em ocupação, o índice chega a 45% (6,3 milhões dos 12 milhões). Em Minas Gerais, a informalidade entre os jovens ocupados (aprendizes e estagiários) está em 42,2%.
As 15 funções mais frequentes no mercado de trabalho brasileiro ocupam 5,8 milhões de pessoas entre 14 e 24 anos. Desse total de atividades, as que apresentam menor índice de informalidade estão ligadas ao setor de comércio e serviços: controladores de abastecimento e estoques (9,9%), repositores de prateleiras (23,4%), caixas (26,7%), recepcionistas e vendedores de lojas (37,1%). Segundo a Pnad Contínua, no primeiro trimestre deste ano, 59% dos aprendizes do país não haviam concluído o Ensino Médio e 40% concluíram. Apenas 1% possui nível superior.
De acordo com o estudo “Os jovens e o trabalho – sua inserção e reflexões para o futuro”, do Ministério, dentre os aprendizes do Brasil 52% são mulheres e 48% são homens; 63% têm até 17 anos e 37% são jovens de 18 a 24 anos; 57% declaram-se pretos ou pardos e 43%, brancos e amarelos. Dente as principais atividades estão auxiliar de escritório, assistente administrativo, repositor de mercadorias, vendedor de comércio varejista, alimentador de linha de produção, mecânico de manutenção em máquinas, embalador à mão, escriturário de banco, auxiliar de logística, operador de caixa e almoxarife.