Vale elimina a 16ª estrutura a montante

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Logo da Vale em prédio da companhia
Vale (foto divulgação)

A Vale afirmou que concluiu a descaracterização do Dique 1A do Sistema Conceição, localizado em Itabira (MG). Esta é a 16ª estrutura a montante eliminada pela Vale, que completa, portanto, 53% do Programa de Descaracterização de Barragens a Montante1. A mineradora informou o fato em nota publicada nesta sexta-feira em seu site. A mineradora foi responsável por dois dos maiores desastres socioambientais do Brasil, as tragédias de Mariana, em 2018; e Brumadinho, em 2019. Que provou a morte de 272 pessoas e grande impacto ambiental.

Depois da tragédia de Brumadinho, foi sancionada a Lei Mar de Lama Nunca Mais, em 2019, que proíbe a construção de novas barragens a montante e determina a descaracterização das que já estão ativas. A empresa 97 barragens de mineração no Brasil, todas construídas pelo método a montante, e está eliminando-as por meio do processo de descaracterização. A empresa se comprometeu a eliminar 30 barragens em Minas Gerais e no Pará,

O método a montante é uma técnica de construção de barragens de rejeito que consiste em construir o corpo da barragem com o próprio rejeito. É o método mais antigo e econômico, mas também o menos seguro.

De acordo com a Vale, as obras de descaracterização do Dique 1A foram finalizadas antes do prazo previsto inicialmente, em dezembro de 2024. A partir de agora, a descaracterização passará pelo processo de avaliação e validação dos órgãos competentes, conforme legislação aplicável. “As ações previstas no plano de recuperação ambiental da área estão em andamento”, destacou a nota assinada por Murilo Muller, vice-presidente executivo de finanças e relações com investidores. “A Vale tem avançado de forma consistente em seu compromisso de eliminar todas as suas barragens com alteamento a montante no Brasil”, frisou.

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Para a execução do programa, a Vale diz ter investido mais de R$ 9 bilhões. Segundo a mineradora, as estruturas estão inativas e sob monitoramento permanente, 24 horas por dia, pelos Centros de Monitoramento Geotécnico da Companhia. As soluções aplicadas são compatíveis com as características únicas de cada estrutura e priorizam a segurança das pessoas e do meio ambiente. As ações são avaliadas e acompanhadas continuamente por auditorias independentes e pelas autoridades públicas competentes.

Rompimentos

Em 2018, a barragem de Fundão, de propriedade da mineradora Samarco, controlada pela Vale e pela BHP Billiton, se rompeu, liberando cerca de 60 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério de ferro.

A barragem I (B-I) da Mina Córrego do Feijão, da Vale, rompeu no dia 25 de janeiro de 2019, em Brumadinho, Minas Gerais. O rompimento desta barragem levou ao rompimento das barragens B-IV e B-IV-A, também da Mina Córrego do Feijão.

O acidente causou a morte de 272 pessoas e espalhou 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério pela bacia do Rio Paraopeba. A lama atingiu o centro administrativo da Vale, a comunidade Vila Ferteco e casas na região rural de Brumadinho.

A causa do rompimento foi a liquefação dos rejeitos durante uma perfuração na barragem. A consultora Tüv Süd emitiu Declarações de Condição de Estabilidade que permitiram que a estrutura continuasse funcionando mesmo com fator de segurança abaixo do recomendado.

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