‘Vale-merenda’ de Doria não saiu até agora

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Assim como os R$ 600, que até agora não chegaram, vale de Doria sequer foi liberado (Foto: ABr)

 

Valor de R$ 55, que não cobre 10,5% do valor de uma cesta básica em São Paulo.

 

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB) havia anunciado no dia 26 de março uma proposta de "Vale Merenda" pago aos familiares de alunos da rede pública após a suspensão das aulas por conta do coronavírus. Além do valor irrisório de R$ 55, que não cobre 10,5% do valor de uma cesta básica em SP, fazem duas semanas que o governador anunciou a medida e nenhum centavo entrou no bolso dessas famílias.

Assim como o "auxílio emergencial" federal de R$ 600, que até agora não chegou e excluiu 21 milhões de trabalhadores, o "Vale-Merenda" de Doria sequer foi liberado, deixando 700 mil alunos ao léu da pandemia.

O valor será oferecido através de um cartão-vale, entregue pelos Correios. Segundo a Secretária de Educação do Estado, o calendário de pagamento será estabelecido hoje, e não deu previsão de quando o dinheiro irá chegar às famílias. Enquanto isso, famílias ficam sem ter condições de comprar alimentação básica.

Na realidade, os R$ 55 oferecidos pelo governador são migalhas de pão para essas famílias, pensando que, segundo o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), uma cesta básica no estado custa em média R$ 518. Ou seja, o Vale Merenda não corresponde a 10,5% desse valor.

Ontem, servidores públicos do Estado de São Paulo receberam seus salários, o primeiro desde que Doria suspendeu as aulas e oficializou as medidas de isolamento social.

A rede pública de ensino paulista é a maior do país. Segundo a própria Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, são aproximadamente 4 milhões de estudantes matriculados no Ensino Fundamental ou Médio em mais de 5 mil escolas da rede estadual. Da falta de materiais mínimos necessários para o processo educativo e de recursos elementares para higiene dos trabalhadores, estudantes e da própria escola, algo tão essencial e que em tempos de pandemia cobra em vidas, à salas superlotadas e problemas de infraestrutura.

São mais de 250 mil professores, entre efetivos (concursados) e temporários (contratados) na rede pública de ensino paulista. Professores que exercem o mesmo trabalho, ou seja, tem as mesmas responsabilidades e obrigações, mas não tem os mesmos direitos. Essa situação se agrava ainda mais para os professores com contrato aberto, mas sem aulas atribuídas. Situação recorrente na categoria, ainda mais no início do ano letivo. São os professores tradicionalmente conhecidos como eventuais, ou seja, aqueles que recebem por aula dada. Esse professor substitui as aulas de outros professores que por algum motivo não puderam lecionar. Além dos professores eventuais em situação semelhante se encontram os professores com contrato tipo "V" e até mesmo, em um futuro próximo, os professores que até então estavam com aulas atribuídas. Na medida que chega ao fim o período de aulas atribuídas, tais como, as aulas que vão para atribuição diante da licença saúde solicitada por algum professor e não há novas atribuições esses professores também deixarão de ter salários nos próximos meses.

 

Com informações do Esquerda Diário

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