O embarque de parte da imprensa internacional na farsa do blog da “lésbica síria”, que teria sido sequestrada por tropas do presidente da Síria, Bashar Assad, traz duas lições emblemáticas sobre o paradigma que move a comunicação no mundo. Ela reafirma a distância abissal entre blogueiros e jornalistas, tendo estes por ofício apurar os fatos em lugar de circular “achismos” e boatos de Internet. Ao mesmo tempo, mostra como, para o decadente bloco homogêneo da mídia global, vale qualquer coisa quando se trata de atacar e demonizar os inimigos dos donos do mundo, inclusive, correr o risco do vexame de engolir uma “barriga” dessa monta.
Iraque II
Menos mal que o estudante (?) estadunidense que se fazia passar por uma “ativista” síria foi desmascarado antes que a história do seu “sumiço” pudesse ser usada como álibi para aprovar sanções contra a Síria ou, no limite, para justificar o envio de comandos “em defesa da democracia”, numa versão mais moderna das armas de destruição em massa do Iraque. Ao mesmo tempo, serve de pista para que se imagine a quantidade de armações similares – muitas das quais endossadas pelo cartel que controla a mídia global – para justificar ações em defesa dos interesses do império.
Fim de uma era
“É o fim dos bens baratos”. Assim The Economist inicia matéria, publicada na edição impressa do dia 9 passado, sobre a China. A afirmação é de um empresário chinês, responsável por 4% das exportações chinesas para os Estados Unidos. Ele sustenta a frase lembrando que a manufatura na Ásia passa por estágios de cerca de 30 anos, como ocorreu na Coréia do Sul. A China, fechada, abriu-se ao exterior nos final da década de 1970. Por 30 anos, ajudou o mundo a manter uma inflação baixa.
Mas esta época de abundância de mão-de-obra barata e quase nulo mercado interno acabou. Mesmo levando a produção para áreas ainda pouco industrializadas, ou Vietnã e Malásia, o fenômeno se repetirá, sustenta Bruce Rockowitz, o exportador chinês. Os preços subirão 5% ou mais por ano, prevê, lembrando que este ano a média de aumentos é de 15%.
Mais-valia
A Economist pondera, porém que há um outro lado. Fabricantes de bens tecnológicos inundaram uma recente feira em Taipei com utensílios baratos, como blocos eletrônicos (tablets) com sistema Android por US$ 100, ou portáteis similares aos MacBooks por menos de US$ 250. A revista inglesa questiona se não estamos vendo o fim de uma era – de mão-de-obra barata, mas usada de forma ineficiente – sendo substituída por novas formas de produção, com os chineses “aprendendo a fazer mais, com menos mãos”.
Antes era só de brincadeira?
“É para valer”. Foi com esta frase que o presidente da SuperVia, Carlos José Cunha, garantiu que a empresa passa por uma transformação. O objetivo é oferecer aos seus passageiros conforto, segurança e pontualidade. A empresa explora os trens urbanos do Rio de Janeiro desde 1998.
Loja digital
O faturamento do departamento de vendas online da Real Consultoria Imobiliária, que atua na Baixada Santista, passou de menos de 10% das vendas para mais de 40% de pois do uso de ferramentas de marketing digital. O diretor Francisco Lourenço Lopes Junior separa a vida de sua companhia em dois períodos: antes e depois do Google Marketing. De acordo com o presidente da agência Publiweb, Conrado Adolpho, professor da ESPM-SP e autor do livro Google Marketing, lembra que “as empresas que desejam inserir-se na Web não precisam gastar fortunas. As facilidades trazidas pela Internet devem baratear custos, e não o contrário”. Adolpho ministrará em São Paulo, nestas quinta e sexta-feiras, o curso de Capacitação e Certificação em Marketing Digital, com o objetivo de dar subsídios aos profissionais do mercado. Informações pelo telefone (19) 3255-6742.
Bolinha
“Não chegou nem a ser bolha, apenas uma bolinha de sabão.” A frase é da economista Beatriz David, sobre a disparada da inadimplência no país. Beatriz, que é professora da Uerj há muito alerta, nas páginas do MM, sobre os riscos da farra do crédito.