Estudo mensal da APSA sobre o valor de aluguéis no Rio de Janeiro, no mês de janeiro, registra aumento médio de 0,27% nos preços anunciados. O crescimento acumulado é de 24,17% nos últimos 12 meses. O valor do metro quadrado médio está em R$ 49,93.
Dos 17 bairros analisados, 11 tiveram o preço do metro quadrado para locação maior em janeiro, em relação a dezembro. O estudo foi realizado a partir de 3 mil ofertas de imóveis para alugar, de apartamentos de 1 a 3 dormitórios nos principais bairros. Os bairros de Vila Isabel, Flamengo e Rio Comprido registraram os maiores acréscimos, com 9,81%, 6,10% e 4,94%, respectivamente, em comparação com o mês de dezembro. Dentre os bairros com maior percentual de redução, destaque para Catete (-7,71%), Laranjeiras (-6,16%) e Leme (-4,15%).
Outro dado que merece destaque é a velocidade em que os imóveis estão sendo alugados. Na Tijuca, o tempo médio para fazer a locação de um imóvel em janeiro de 2025, foi de 15 dias. No ano de 2024 levava 43 dias.
Em Copacabana, o tempo médio foi de 13 dias e era de 37 dias em 2024. Em Botafogo, foi de 11 dias, enquanto no ano anterior a média foi de 23 dias. E na Barra da Tijuca, os imóveis foram alugados em 19 dias. A média anterior era de 42.
A taxa de vacância média no Rio de Janeiro, que mostra o percentual de imóveis desocupados, dentre os que são do mercado de locação, em janeiro chegou a 6,4%. Por regiões, a taxa é mais diversificada. Na Barra da Tijuca e adjacências, a taxa chegou a 11,4% foi de 4,9%, na Tijuca e suas adjacências. Na Zona Sul, a taxa é de 4,4%.
“A recente elevação da Taxa Selic para 13,25% ao ano influencia este cenário de aumento dos preços, devido a maior procura, num momento em que há baixa oferta de imóveis para locação. Como o aumento da taxa básica de juros encarece o crédito e reduz a atratividade do financiamento, muitas pessoas adiam o sonho da casa própria e pagam aluguel. Além disso, há também aqueles que mesmo tendo renda para comprar o imóvel, preferem alugar o imóvel pra viver e manter o dinheiro aplicado em investimentos, já que os juros mais altos levam a oferta de rendimentos maiores também. Pra eles, o aluguel é uma alternativa financeiramente interessante. Por isso, com demanda forte para a locação e oferta reduzida de imóveis disponíveis para alugar na cidade, os preços aumentaram”, comenta Leonardo Schneider, diretor-superintendente da APSA e vice-presidente do Secovi-Rio (Sindicato da Habitação).
Leonardo lembra que o impacto mais desafiador desse cenário recai sobremaneira nas famílias de menor renda.
“Com o crédito mais caro e prestações mais altas, a compra da casa própria se tornou mais difícil, deixando essas famílias em uma posição vulnerável. Sem acesso fácil ao financiamento e com aluguéis em alta, esse público acaba restrito a opções mais distantes ou a condições de moradia menos favoráveis, o que reforça a necessidade de políticas habitacionais que equilibrem esse cenário”, reforça Leonardo.
Já de acordo com o índice Fipe Zap, a variação de preços do financiamento imobiliário (e consequentemente, os preços dos aluguéis), em 12 meses (até fevereiro deste ano) chega a 12,92%, mais do que o dobro do IPCA (5,06%) e acima do IGP-M (8,44%). Ainda segundo o levantamento, o maior aumento foi observado em Salvador. Na capital baiana o preço do aluguel subiu 34,61% nos últimos 12 meses.