Valorização do preço do petróleo alavanca lucro de R$ 26,6 bi da Petrobras

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Plataforma, Bacia de Santos. Foto: Marcelo alves Vieira
Plataforma, Bacia de Santos (foto de Marcelo Alves Vieira)

Como adiantado, nesta quarta-feira, pelo Monitor Mercantil, a previsão do Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) de que o lucro líquido da Petrobras no 3º trimestre de 2023 bateria os R$ 26 bilhões, se confirmou. E mais: surpreendeu! As expectativas do órgão foram superadas, já que o Ineep previu um lucro líquido de R$ 26,2 bilhões e o resultado da estatal chegou aos R$ 26,6 bilhões no 3º trimestre.

A elevada performance operacional e crescimento da produção de petróleo, gás e derivados motivou o montante do lucro líquido e, ainda, o Ebitda ajustado, que mede o resultado operacional da companhia, chegou aos R$ 66,2 bilhões mantendo a consistência de bons resultados da estatal.

Segundo o balanço, o Ebitda ajustado cresceu 17% no período em comparação com o segundo trimestre de 2023, alcançando a sexta melhor marca trimestral da história da Petrobras. Esse resultado decorre principalmente da valorização de 11% do preço do petróleo (Brent), maiores exportações de petróleo e vendas de derivados no mercado interno e menores importações de Gás Natural Liquefeito (GNL).

Apesar dos ganhos operacionais, o lucro líquido no 3T23 foi impactado principalmente pela desvalorização do real frente ao dólar, por isso, foi observada a redução de 7,5% ante o 2T23. De acordo com o balanço, quando comparado ao 3º trimestre de 2022, o lucro líquido caiu 42%, resultado justificado pela queda do Brent e também pela redução das margens dos derivados no mercado internacional (crackspreads). Segundo o balanço essas variáveis afetaram não só a Petrobras, mas a indústria de óleo, gás e derivados como um todo. Ainda assim o fluxo de caixa operacional (FCO) da Petrobras está acima da média das empresas globais de petróleo (majors).

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Brent alavancou resultados de 2022

De acordo com o balanço da Petrobras, os números do ano passado refletiram um cenário atípico de preço alto de Brent que levaram a resultados financeiros recordes para as companhias de petróleo.

Na comparação com os nove primeiros meses de 2022, a Petrobras apresenta menores perdas de fluxo de caixa operacional (FCO) e livre (FCL) na comparação com as empresas pares. Enquanto as majors da indústria apresentaram redução média de 28% no FCO e 43% no FCL nos 9M23 ante 9M22, a Petrobras reportou queda de apenas 14% e 25% respectivamente (dados em US$).

O desempenho operacional da companhia ajudou a mitigar as perdas por conta da queda do Brent. Nos 9M23, a produção comercial de petróleo e gás da Petrobras cresceu 1%, ao passo que as majors tiveram, em média, redução de 3% de produção.

Jean Paul Prates (Foto: José Cruz/ABr)
Jean Paul Prates (foto de José Cruz, ABr)

“Estamos trabalhando para a Petrobras crescer de forma sustentável e rentável. Tivemos um terceiro trimestre excelente com recordes operacionais no E&P, no refino e no processamento de gás; seguimos com a nossa estratégia comercial para os combustíveis, que vem se mostrando bem-sucedida, tornando a Petrobras mais competitiva no mercado e ao mesmo tempo permitindo períodos de estabilidade para o consumidor. E tudo isso com responsabilidade socioambiental, resultados financeiros sólidos e consistentes, contribuindo para a sociedade e remunerando os acionistas da empresa”, destacou o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates.

Alinhada ao seu compromisso com a distribuição dos resultados gerados e sustentabilidade financeira, o Conselho de Administração da Petrobras aprovou o pagamento de R$ 17,5 bilhões em dividendos e juros sobre capital próprio referentes aos resultados do 3T23.

Endividamento sob controle

De acordo com o balanço, a dívida bruta da Petrobras segue patamar saudável e dentro do intervalo de referência entre US$ 50 bilhões e US$ 65 bilhões. A estatal encerrou o 3º trimestre com uma dívida bruta de aproximadamente US$ 61 bilhões, 5% acima do trimestre anterior.

Esse aumento se deve à entrada em operação do FPSO Anita Garibaldi na Bacia de Campos, uma plataforma afretada que eleva tanto o ativo quanto a dívida da companhia, segundo a norma contábil internacional (IFRS 16). O aumento do endividamento, portanto, não está associado a captações de dívida financeira da companhia, que continua a financiar suas obrigações com seu fluxo de caixa operacional, em linha com seu Plano Estratégico.

“O nível de dívida da empresa segue como planejamos. Estávamos no piso da nossa faixa de referência justamente porque tínhamos a expectativa de início da operação de alguns FPSOs afretados, como o Anita Garibaldi, que já está produzindo na Bacia de Campos e contribuindo para o aumento de produção da Petrobras. Excluindo o efeito do afretamento, a dívida financeira da companhia ficou estável em comparação com o segundo trimestre, atingindo US$ 29,5 bilhões em 30 de setembro de 2023”, explica Sergio Caetano Leite, diretor Financeiro e de Relacionamento com Investidores.

Contribuições para a sociedade

No 3T23, os investimentos da Petrobras totalizaram US$ 3,4 bilhões, 5% acima do 2T23. Nos primeiros nove meses do ano, os investimentos totalizaram US$ 9,1 bilhões, um crescimento de 31% em relação ao mesmo período de 2022. Mesmo com o cenário desafiador enfrentado pelo mercado fornecedor, que influenciou a capacidade de suprimento da demanda, a Petrobras deve encerrar o ano com patamar de US$ 13 bilhões de investimentos, sem comprometer a meta de produção planejada para 2023.

Segundo o balanço, as operações da Petrobras seguem dando significativo retorno para a sociedade. Somente no terceiro trimestre do ano, foram pagos R$ 56,5 bilhões em tributos para União e entes estaduais e municipais. Durante o período também foram pagos ao grupo controlador (União Federal, BNDES e BNDESPar) R$ 9 bilhões em dividendos aprovados anteriormente.

Performance operacional

Como reportado no relatório de produção, a companhia também apresentou excelentes resultados operacionais no 3T23. A produção média de óleo, líquido de gás natural (LGN) e gás natural própria da companhia cresceu 9% em relação ao segundo trimestre de 2023, alcançando 2,88 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) no período. Esse resultado se deve, principalmente, ao alto desempenho operacional das plataformas do pré-sal.

A produção própria no pré-sal bateu novo recorde trimestral de 2,25 milhões de boed, equivalente a 78% da produção total da Petrobras, superando o recorde anterior de 2,06 milhões de boed no segundo trimestre deste ano.

A produção total operada pela Petrobras também atingiu o recorde com 3,98 milhões de boed no mesmo período, 8% acima do 2T23.

O FPSO Almirante Barroso, no Campo de Búzios, atingiu sua capacidade máxima de 150 mil bpd, com três poços produtores, no dia 24 de outubro, apenas 146 dias após o primeiro óleo, um recorde no pré-sal. O recorde anterior da Petrobras foi o do FPSO P-76, também no campo de Búzios, que atingiu a capacidade máxima de produção em 234 dias.

O fator de utilização (FUT) das refinarias da Petrobras atingiu 96% no terceiro trimestre, o melhor resultado trimestral desde 2014. A produção total de derivados foi de 1.829 milhão barris por dia (Mbpd) no período. A produção de diesel, gasolina e QAV representou 69% da produção total, um aumento de 2 pontos percentuais em relação ao segundo trimestre.

A companhia também reduziu a emissão de gases de efeito estufa, alcançando os melhores resultados trimestrais das refinarias em Intensidade Energética (101,7) e Intensidade de Emissão de Gases do Efeito Estufa (36,2 kgCO2eq/CWT), fruto dos investimentos no Programa RefTOP (Refino de Classe Mundial) e dos avanços em eficiência energética.

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