Varejistas de vizinhança do setor alimentar estão otimistas com os rumos do seu negócio este ano. Segundo pesquisa realizada pela plataforma Compra Agora, em parceria com o Instituto Locomotiva, 83% acreditam que o desempenho do seu comércio vai melhorar nos próximos 12 meses.
“A pesquisa reflete uma notável confiança dos varejistas de vizinhança no futuro de seus negócios, sublinhando uma tendência de recuperação e crescimento sustentado. A expectativa positiva entre 8 em cada 10 entrevistados para 2024 é um indicador poderoso do potencial de crescimento e inovação no setor”, explica Renato Meirelles, presidente do Instituto Locomotiva.
Em relação a 2023, 71% avaliam que o negócio melhorou, enquanto 21% não notaram mudanças e 8% reportaram uma piora. Quando os dados de percepção são cruzados com o de expectativa, 67% dos entrevistados dizem que o negócio melhorou e vai melhorar: dentro desse grupo, 25% são especialmente otimistas, e acreditam que o negócio melhorou muito e vai melhorar muito.
Este otimismo é mais acentuado entre jovens e empreendimentos localizados em favelas, com 30% e 27%, respectivamente, reconhecendo e prevendo melhora expressiva. Por outro lado, 16% dos participantes sentiram que a situação permaneceu igual ou piorou, porém esperam por uma recuperação. Para 14%, a perspectiva é de que piorou e vai piorar, enquanto 3% acreditam que melhorou e vai piorar.
“A pesquisa é importante para que possamos compreender as necessidades do varejo de vizinhança no seu dia a dia e, assim, atendê-lo da melhor forma possível, oferecendo a ele ferramentas digitais para que possa comprar, vender e administrar bem. O varejo de vizinhança é muito representativo no mercado brasileiro e o nosso negócio tem o propósito claro: a prosperidade desse segmento”, afirma Julio Campos, CEO do Compra Agora.
O varejo de vizinhança é focado em um relacionamento de maior proximidade com o cliente e em um mix adequado de produtos para atender o público local.
Foram feitas 600 entrevistas entre os dias 13 e 22 de dezembro de 2023, com proprietários (78%) ou funcionários (22%) responsáveis pela gestão comercial do varejo de vizinhança alimentar (possui até nove caixas físicos) em todas as regiões do Brasil. A margem de erro da pesquisa é de 4.0 pontos percentuais.
Entre os entrevistados, a maioria (49%) está na faixa entre 30 e 45 anos. Outros 40% têm 46 anos ou mais e 11% têm entre 18 e 29 anos. Em relação à escolaridade, 12% têm Curso Superior completo, 58% terminaram o Ensino Médio e 30% têm até o Fundamental.
Já estudo da Omie também apontou que os primeiros três meses de 2024 foram de resultados surpreendentes para as pequenas e médias empresas (PMEs) no Brasil. De acordo com o Índice Omie de Desempenho Econômico das PMEs (Iode-PMEs), após a expansão de 4,7% em março, o setor fechou o trimestre com alta de 11,5% no faturamento.
O Iode-PMEs funciona como um termômetro econômico das empresas com faturamento de até R$ 50 milhões anuais, consistindo no monitoramento de 678 atividades econômicas que compõem quatro grandes setores: comércio, indústria, infraestrutura e serviços.
Segundo Felipe Beraldi, economista e gerente de Indicadores e Estudos Econômicos da Omie, além da resiliência no mercado de trabalho, começaram a aparecer, mesmo que discretamente, os efeitos da queda da Selic promovido pelo Banco Central, refletindo nas concessões de crédito às pessoas físicas.
De fato, as projeções do mercado para o desempenho do PIB brasileiro voltaram a subir nas últimas semanas, após a divulgação de diversos indicadores de alta frequência. Segundo o Boletim Focus do Banco Central, espera-se crescimento de 1,9% da economia brasileira em 2024 – projeção anterior era de 1,5%.
A análise dos dados setorizados do Iode-PMEs revela que a evolução do mercado foi disseminada entre os grandes setores da economia no início do ano.
Mantendo a tendência apontada no trimestre anterior pelo índice, as PMEs da Indústria seguiram com avanço de 15,6%, em comparação ao primeiro trimestre de 2023. O resultado reflete o próprio crescimento da demanda doméstica e a normalização das cadeias globais de produção – que tem resultado em expressiva queda de custos, sobretudo para indústrias de menor porte.
Dos 23 subsetores da indústria de transformação acompanhados pelo índice, 19 mostraram evolução entre janeiro e março deste ano. Destaque para metalurgia, preparação de couros e fabricação de artefatos de couro, artigos para viagem e calçados e fabricação de móveis.
Serviços também têm tendência positiva no mercado de PMEs no primeiro trimestre de 2024, com crescimento de 8%.
“O avanço da renda e a redução das pressões inflacionárias contribuem para a ampliação do poder de compra das famílias e das empresas, favorecendo os prestadores de serviços nos mais variados ramos de atividades do segmento”, explica Beraldi.
Sobre as atividades de maior relevância deste setor é possível mencionar atividades administrativas e serviços complementares (como agências de turismo, serviços para edifícios e serviços administrativos para empresas), atividades profissionais, científicas e técnicas (que incluem destaques como atividades jurídicas, de contabilidade e de auditoria e serviços de arquitetura e engenharia) e atividades financeiras e de seguros.
Apesar do avanço na indústria e em serviços, a grande surpresa indicada pelo Iode-PMEs no início de 2024 foi a retomada do aumento de faturamento das PMEs do comércio em termos anuais. O segmento cresceu 4,6%, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O resultado foi puxado pela retomada do comércio e reparação de veículos automotores e motocicletas (36%) e do comércio atacadista (3,5%). No atacado, destaque para produtos odontológicos, fios e fibras beneficiados e bebidas.
Já no varejo, os resultados recentes mantiveram ligeira tendência de queda (-0,4% YoY no 1T2024), sobretudo pelos dados das PMEs em março de 2024 (-6,3% YoY). Entre as com pior performance no comércio estão artigos de armarinho, calçados, e mercearias e minimercados. Por outro lado, destaca-se atividades varejistas de: vidros, pedras para revestimento, artigos para viagem, cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal e equipamentos para escritório.
O Iode-PMEs também apresenta uma visão regionalizada do comportamento do mercado de pequenas e médias empresas no país. O índice aponta que a ascensão, do mercado foi disseminado na maioria das regiões: Sudeste (9,7% ante o 1T 2023), Sul (9,3%), Nordeste (8,4%) e Centro-Oeste (23,5%) – este último sobre uma base de comparação significativamente fraca do ano anterior. A Região Norte é a única que apontou uma retração no período (-3,4%).
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