Varejo avança 1,1% em setembro e fecha 3T com recuo de 1,1%

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Supermercado (Foto: Marcelo Camargo/ABr)
Supermercado (Foto: Marcelo Camargo/ABr)

O varejo brasileiro surpreendeu tanto nossas expectativas (-0,5% m/m) quanto a mediana do mercado em setembro. O volume de vendas avançou 1,1% no mês, equivalente a uma alta de 3,2% ante setembro de 2021, influenciado pela alta na venda de combustíveis e comércio de alimentos nos supermercados. Já o varejo ampliado avançou 1,5%, embora tanto a venda de veículos quanto materiais de construção se mantiveram constantes. Assim, o varejo ampliado acumula queda de 1,2% no terceiro trimestre, levemente acima do esperado pela nossa equipe (-1,5% t/t), o que não muda a perspectiva de impacto negativo sobre o PIB do terceiro trimestre.

O resultado geral teve suporte dos supermercados (1,3% m/m), dado que a abertura corresponde a 50% da pesquisa restrita. A comercialização de alimentos se beneficiou da deflação observada pelo IPCA em setembro (-0,51%), além da melhor composição marginal da renda da população, com mix entre Auxílio Brasil mais elevado e recuperação, ainda que gradual, dos rendimentos habituais reais. Se levarmos em consideração as expectativas de elevação da inflação a partir de outubro (projetamos uma variação de 0,74% nos preços dos alimentos, a ser confirmado amanhã), a atividade nos supermercados tenderia a desacelerar. O mesmo cenário poderia ser aplicado para os combustíveis, levando em consideração o avanço nos preços praticados nas bombas para gasolina pela quarta semana seguida (alta de 1,4%, equivalente a R$ 4,98 e sem reajustes por parte da Petrobras).

Paralelamente, a política monetária segue atuando sobre os itens de maior valor agregado (eletrodomésticos e eletroeletrônicos) e que demandam atuação de linhas de crédito, como o cartão. O encarecimento do consumo atrelado ao aumento da inadimplência e endividamento da população sugerem continuidade dessa tendência de desaceleração do varejo ampliado. Assim, esperamos uma contração de 0,5% do varejo em 2022. Para o PIB, esperamos crescimento de 0,5% do PIB no terceiro trimestre, liderado pela atuação dos serviços e mercado de trabalho. Seguimos monitorando qualquer surpresa dos serviços.

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Marco Caruso, economista-chefe

Eduardo Vilarim, economista

Banco Original

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