O comércio lojista da cidade do Rio de Janeiro espera vender mais 2,5% no Dia dos Pais, que junto com o Dia das Crianças e do Natal são as datas comemorativas mais importantes para o setor no segundo semestre do ano. É o que mostra a pesquisa Expectativa de Vendas para o Dia dos Pais, realizada entre os dias 18 e 25 de julho pelo Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro (CDL-Rio), que ouviu cerca de 500 lojistas.
Roupas, calçados, joias e relógios, livros, celulares, artigos esportivos, perfumes, acessórios masculinos (cintos e carteiras) e vinho devem ser os produtos mais vendidos.
Segundo a pesquisa, os lojistas também estimam que o preço médio dos presentes por pessoa deve ser de cerca de R$ 100 e que os clientes deverão utilizar o cartão de crédito parcelado como forma de pagamento, seguido do cartão de lojas, de débito e crédito, cheque parcelado, a prazo (crediário) e dinheiro.
Aldo Gonçalves, presidente do CDL-Rio, disse que mesmo com essa expectativa de crescimento os lojistas estão moderadamente otimistas e ainda preocupados com o atual momento da economia.
– Mesmo assim os comerciantes estão fazendo a sua parte. Para estimular os consumidores criaram uma série de ações, entre elas promoções, facilidades de pagamento e descontos no total das compras.
A pesquisa mostrou também que em relação as vendas conforme a localização dos estabelecimentos comerciais as lojas da Zona Norte (30,8%) serão as que mais venderão, seguidas do Centro (26,9%), da Zona Oeste (+23,1%) e da Sul (+19,2%).
Feriados na Olimpíada serão uma oportunidade para aquecer o comércio na cidade, diz professor
Por conta das Olimpíadas, a Prefeitura do Rio decretou quatro feriados no mês de agosto. Segundo o professor de Economia da Faculdade Mackenzie Rio, Marcelo Anache, se de um lado, parte do comércio será afetada, outra parte será beneficiada com a chegada dos turistas à cidade no período dos jogos olímpicos e paraolímpicos. Um levantamento feito pelo Instituto de Pesquisa e Estudos do Turismo do Rio de Janeiro (Iptur-RJ) apontou que a cidade deverá receber cerca de 800 mil turistas durante o evento, entre brasileiros e estrangeiros,
– Os Jogos acontecerão em um momento delicado da economia nacional e deverão movimentar recursos, não só para o Rio, mas para o Brasil todo. Mesmo sendo feriado para o comércio, alguns setores serão beneficiados como hotelaria e turismo. Ao que tudo indica, o aporte financeiro poderá contribuir para uma melhora na economia carioca ligada ao entretenimento e a cadeia produtiva, principalmente, pela grande quantidade de turistas que vai atrair para a cidade – explica o professor.
CDL se diz surpresa com quinta-feira – Segundo Aldo Gonçalves, o comércio está apreensivo e será penalizado com mais este feriado, principalmente as lojas de rua que são as que mais sofrem, especialmente as do centro da cidade que fica completamente deserto.
– O comércio também torce e deseja que a Olimpíada do Rio seja um sucesso, trazendo benefícios para a cidade, para o estado e o país. Mas decretar de uma hora para outra mais um feriado em todo o município por causa da chegada da tocha ao Rio de Janeiro não é razoável. Embora o comércio vá funcionar, o consumidor não aparece – diz Aldo.
Ele lembrou ainda que o excesso de feriados em 2016 (10 nacionais, três estaduais e agora seis municipais, contando com os da Olimpíada) dos quais 11 em dias úteis com possibilidade de prolongamento – o chamado “enforcamento” – o comércio varejista da Cidade do Rio de Janeiro pode perder até R$ 7 bilhões em receitas de vendas no ano. Cada dia parado representa uma perda média de cerca de R$ 380 milhões. A estimativa é do Centro de Estudos do Clube de Diretortes Lojistas do Rio de Janeiro, com base nos dados do IBGE e corrigida para 2016.
Segundo o presidente do CDL-Rio, os feriados e os seus possíveis prolongamentos vão penalizar (sic) os lojistas, principalmente as lojas de rua que são as que mais sofrem, especialmente o centro da cidade que fica completamente deserto. Com os chamados “enforcamentos” há a possibilidade do cidadão folgar treze dias, incluíndo os sábados, considerado pelo varejo o melhor dia de vendas da semana.
– Não há dúvida que este excessivo número de dias parados prejudica o comércio. E não são apenas os empresários lojistas que perdem com isso. Perdem o governo que deixa de arrecadar impostos e os comerciários que deixam de vender. No caso dos comerciários, estimativa do Centro de Estudos do CDLRio mostra que eles podem perder até um salário no ano, um verdadeiro 14º jogado fora.
Segundo a entidade, em nota, “além disso o comércio ainda tem que lutar diuturnamente contra a informalidade, que cresce a olhos vistos e aumenta significativamente quando ocorrem eventos de grande porte na cidade como as Olimpíadas. A informalidade é o grande balcão de negócios utilizado pelo contrabando e pela pirataria, cujos danos vão além dos prejuízos tributário, econômico e financeiro. Contaminam a cadeia produtiva e criam profundas feridas sociais.”
– É preciso uma atuação firme das autoridades no sentido de combater a informalidade, por onde desfilam nos pequenos tabuleiros, que costumam inundar as grandes cidades, os frutos da pirataria e do contrabando, que não tem garantia e oferecem riscos à integridade física. É uma concorrência desleal, que prejudica o comércio formal, que emprega, paga impostos e aluguel – conclui Aldo.