Varejo cresceu 1,1% em dezembro

Setores que mais contribuíram para alta foram super e hipermercados e óticas e joalherias; dia 24 ter caído num domingo prejudicou vendas

265
Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)
Varejo na Rua 25 de março (Foto: Paulo Pinto/Fotos Públicas)

As vendas no varejo em dezembro cresceram 1,1%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2022, aponta o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA). Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o crescimento foi de 4,3%.

No mês marcado pela principal data do varejo, o Natal, os macrossetores de bens não duráveis e o de bens duráveis e semiduráveis cresceram 2,3% e 0,9%, respectivamente. Em bens não duráveis, o segmento que mais se destacou foi supermercados e hipermercados. Já óticas e joalherias foi o destaque em bens duráveis e semiduráveis. O macrossetor de serviços, no entanto, apresentou queda de 2,5%. Bares e restaurantes foram os principais responsáveis pela baixa.

No geral, efeitos de calendário prejudicaram o varejo em dezembro, que teve uma quinta-feira a menos e um domingo a mais, dia de menor movimento para o comércio, em relação ao mesmo mês de 2022.

“O mês de dezembro ficou marcado pela deflação em importantes segmentos do varejo, como supermercados e hipermercados e móveis, eletro e departamento, justamente os que mais contribuíram para o crescimento”, afirma Carlos Alves, vice-presidente de Tecnologia e Negócios da Cielo.

Espaço Publicitáriocnseg

“O resultado poderia ser mais positivo se o dia 24, que costuma ser de forte impacto nas vendas, não tivesse caído num domingo. Esse fator atingiu especialmente lojas de rua. Sabemos que boa parte delas funciona parcialmente ou nem chega a abrir as portas no domingo”, diz.

Em dezembro, o comércio eletrônico cresceu 4,0% em termos nominais. As vendas presenciais subiram 4,4% em termos nominais em relação ao mesmo mês de 2022.

As vendas no quarto trimestre de 2023 caíram 0,7%, já descontada a inflação, em relação ao mesmo trimestre de 2022. Em termos nominais, houve crescimento de 2,6%. Já descontada a inflação, o faturamento do varejo no segundo semestre de 2023 caiu 1,0% em relação ao mesmo semestre de 2022. Em termos nominais, houve alta de 2,2%.

Considerando todo o ano de 2023, o resultado deflacionado do varejo apresentou redução de 0,6% ante 2022. Em termos nominais, houve crescimento de 3,5%.

Segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), o empresariado de São Paulo encerrou 2023 menos otimista. Medido pela entidade, o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou queda de 11%, em dezembro, na comparação com o mesmo período de 2022. O indicador, que avalia a percepção dos comerciantes em relação ao seu segmento, à sua empresa e à economia do país, também apresentou retração na avaliação mensal, de 1,1%. Em novembro, o índice estava na casa dos 107,2 pontos, mas caiu para 106,1, no último mês de 2023.

Os três subíndices que compõe o Icec também demonstram resultados negativos na comparação com o mesmo mês do ano passado. A maior queda foi observada no Índice das Condições Atuais do Empresário do Comércio (Icaec). A redução foi de 23,6%. Já na comparação mensal, a redução foi de 3,5%, passando de 81,8 pontos (em novembro) para 79 no fim do ano. Este é o menor nível de confiança, em relação às condições presentes, desde julho de 2021, quando a pontuação do Icaec alcançava a marca de 68,4 pontos.

O Índice de Expectativa do Empresário do Comércio (IEEC) retraiu 6,9% na relação interanual. Na perspectiva mensal, a variação foi de -0,9% e agora está em 136,5 pontos. Já o Índice de Investimento do Empresário do Comércio (IIEC) caiu 4,7% e, em relação a novembro, subiu 0,5% (alcançando 102,8 pontos).

Na avaliação da Fecomércio-SP, a percepção das condições atuais dos empresários, apontada pelo Icaec, é preocupante. Para a Entidade empresarial, o resultado sinaliza um pessimismo em relação à atividade em geral. A queda da confiança é consequência da desaceleração da economia nos últimos meses e da preocupação com os desafios que estão por vir em razão das perspectivas menos favoráveis.

Outro indicador realizado pela Fecomércio-SP, o IEC, que permite avaliar a intenção dos empresários em relação às contratações, a compra de máquinas ou a equipamentos e a abertura de novas lojas, registrou variação mensal de 0,4%. Em novembro, apresentava 105,9 pontos e terminou o ano com 106,4 pontos. Normalmente, as festas de fim de ano fazem com que os comerciantes demonstrem maior disposição para investir e contratar.

Ainda assim, na comparação interanual, o indicador caiu 10%. O subíndice que mede as expectativas para contratação de funcionários registrou estabilidade, permanecendo com 116,6 pontos em dezembro. Já o indicador que mede o nível de investimento das empresas avançou 0,9%, para 96,1 pontos no último mês do ano. Em relação a dezembro do ano passado, os dois indicadores registraram queda respectivamente: (-2%) e (-26,9%).

O Índice de Estoques subiu 0,9% na passagem de novembro para dezembro, e caiu 3,2% na comparação anual. O indicador saiu dos 111,3 pontos para os 112,4. A proporção dos empresários que consideram a situação dos estoques adequada variou 0,7%, passando para 56,2%. Entre os que relataram situação inadequada acima do desejado houve queda de 0,5% e agora são 24,1%. A porcentagem dos que consideram seus estoques inadequados abaixo do desejado diminuiu 0,2%, passando para 19,7%.

Para 2024, a avaliação da Fecomércio-SP é de que o empresariado terá um cenário desafiador diante das incertezas causadas, principalmente, pelos riscos fiscais. A orientação é investir em planejamento estratégico e financeiro para mitigar os impactos causados pela desaceleração da atividade. O momento é de reavaliar cenários, traçar planos de resiliência, evitando excesso de endividamento e estoques em níveis inadequados.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui