Varejo eletrônico cresceu mais que físico no Dia dos Namorados

Houve um crescimento 15,5% nas vendas em 2024; por outro lado, intenção de consumo das famílias paulistanas cai pelo terceiro mês seguido

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E-commerce venda online / comércio eletrônico (Foto: Pixabay/CC)
E-commerce (foto Pixabay/CC)

Uma semana após o Dia dos Namorados, dados de mercado já apontam crescimento nas vendas no varejo físico e no eletrônico. Segundo do Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), que analisou o período entre 6 e 12 de junho, houve um aumento de 15,5% no comércio eletrônico em relação ao ano passado. Já as lojas presenciais alcançaram a marca positiva de 4,1%.

A previsão é que mais dados de crescimento surjam nos próximos meses, conforme apontado pela Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), que desde 2018 acompanha a progressão de faturamento da data e deve fechar 2024 com mais de R$ 7,04 bilhões em receita bruta.

Dados apurados pela Associação Brasileira das Empresas do Mercado de Fidelização (Abemf) em 2023 mostram que 80% dos clientes preferem fazer suas compras em lojas que ofertem algum tipo de benefício. Esta percentagem representa um crescimento de 18% em relação ao ano anterior e mostra uma mudança de comportamento dos consumidores, principalmente no comércio eletrônico.

Os dados do ICVA também apontaram os segmentos que mais se destacaram neste período do Dia dos Namorados: óticas e joalherias (19,1%); móveis, eletrodomésticos e departamentos (12,3%); cosméticos e higiene pessoal (9,6%); turismo e transporte (6,5%); supermercados e hipermercados (5,0%) e varejo alimentício especializado (4,3%).

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Por outro lado, em maio, segundo a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomércio-SP), as famílias paulistanas continuaram menos propensas às compras. O Índice de Intenção de Consumo das Famílias (ICF), que mede a tendência dos lares de consumir no curto e no médio prazos, na cidade de São Paulo, caiu 0,8%, ao passar de 110,2 pontos, em abril, para 109,3 pontos, no mês seguinte. É o menor patamar desde agosto de 2023. No entanto, na comparação anual, o resultado ainda é positivo, visto que cresceu 9,3%.

Em nota, a Fecomércio-SP diz que “acredita que o resultado foi influenciado pela inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que pressionou o grupo de alimentos nos primeiros meses do ano. A alta foi sentida por todas as classes sociais. Tanto é que os lares que recebem acima de 10 salários mínimos registraram uma queda de 1,1% na intenção de consumo em relação ao mês anterior. Já nas famílias de menor renda, que recebem até 10 salários mínimos, o índice recuou 0,7% atingindo 106,8 pontos, o menor nível desde agosto de 2023.”

Além disso, a percepção quanto ao futuro profissional tem se deteriorado. O subíndice de perspectiva profissional caiu 3%, ao passar de 119,3 pontos, em abril, para 115,7 pontos, em maio. Ao avaliar os últimos 13 meses, essa pontuação só é maior que o mês de maio de 2023, quando marcava 115,2 pontos. Essa insegurança quanto à carreira impacta negativamente outros indicadores, como os de perspectiva de consumo e de momento para duráveis, que caíram 1,6%. Isso reforça que as famílias estão menos propensas ao consumo, principalmente de produtos de alto valor agregado.

“Todos os outros indicadores permaneceram estáveis: acesso ao crédito, nível de consumo atual, renda atual e emprego atual. Ainda assim, cresceram em comparação ao mesmo período do ano anterior, motivado pelo aumento da renda e pelo mercado de trabalho ‘aquecido'”, diz a nota da entidade.

Apesar da queda observada nos últimos três meses, o ICF segue acima dos 100 pontos, o que ainda demonstra uma satisfação sobre as intenções de consumo. No entanto, a Fecomércio-SP alerta que inflação e juros podem impedir uma alta maior do índice, o que deve provocar oscilações no indicador nos próximos meses.

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