Varejo em SP cresceu 25,5% em dezembro puxado pelo Natal

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Comércio com decoração de Natal na Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (Foto: Rovena Rosa/ABr)
Comércio com decoração de Natal na Rua Teodoro Sampaio, em Pinheiros (Foto: Rovena Rosa/ABr)

Beneficiada pelas compras natalinas, a movimentação no varejo paulistano avançou 25,5% em dezembro frente ao mês anterior. Foi o que registrou o Balanço de Vendas, indicador elaborado pelo Instituto de Economia Gastão Vidigal (IEGV) da Associação Comercial de São Paulo (ACSP) com base em amostra da Boa Vista.

De acordo com a análise do economista Ulisses Ruiz de Gamboa, a alta em dezembro deveu-se pela atividade econômica mais forte, maior taxa de ocupação e emprego, além do aumento da confiança do consumidor e pelas vendas registradas no Natal.

A pesquisa de intenção de compras de presentes para o Natal, encomendada pela ACSP no início de dezembro, apontava que os consumidores não antecipariam as compras. Fato que foi confirmado, segundo o economista, nos resultados do indicador de dezembro.

“Não houve canibalização, por exemplo, entre Black Friday e Natal”, esclarece.

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Na comparação interanual, o Balanço de Vendas apresentou aumento de 0,7% e, comparado com igual mês de 2019, a alta foi de 2,7%. A elevação, no entanto, é inferior à apresentada na leitura anterior.

“É preciso considerar que a alteração no funcionamento do comércio durante os dias de jogos da seleção brasileira influenciou negativamente nas vendas. Além disso, tivemos menos dias úteis entre um ano e outro”, disse.

Já segundo o Índice Cielo do Varejo Ampliado (ICVA), as vendas no varejo em dezembro cresceram 1,3%, descontada a inflação, em comparação com o mesmo mês de 2021. Em termos nominais, que espelham a receita de vendas observadas pelo varejista, o indicador registrou alta de 10,2%.

De forma geral, o mês foi favorecido pelos efeitos de calendário. Em 2022, o dia de Natal caiu em um domingo. Dessa forma, os consumidores tiveram uma semana completa, incluindo o sábado, para realizar as compras; enquanto em 2021 havia caído em um sábado. No Ano Novo houve o mesmo efeito. O dia 31 caiu em um sábado ante uma sexta-feira em 2021. Isso gerou um período maior para compras e preparativos para o Réveillon.

Na opinião do superintendente de dados e inovação da Cielo, Vitor Levi, o varejo continua em recuperação, ainda que em um ritmo mais suave.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), apurado pelo IBGE, apontou alta de 5,79% no acumulado dos últimos 12 meses. A alta de dezembro, de 0,62%, teve maior influência dos grupos de saúde e cuidado pessoais e alimentação e bebidas. A segunda maior variação foi de vestuário. Ponderando o IPCA pelos setores e pesos do ICVA, a inflação do varejo ampliado acumulada em 12 meses em novembro foi de 8,79%, desacelerando em relação ao índice registrado no mês anterior.

Com o desconto da inflação e o ajuste de calendário, os macrossetores de bens não duráveis e serviços registraram crescimento em relação a dezembro de 2021. Por outro lado, o macrossetor de bens duráveis e semiduráveis sofreu queda. Postos de gasolina foram o segmento que mais contribuiu para a alta do setor de bens não duráveis. O destaque no setor de serviços foi turismo e transporte.

Já o macrossetor de bens duráveis, que apresentou retração nas vendas, foi afetado principalmente pelo segmento de vestuário.

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